02.12.2016
Toda vez que
se reunirem três ou mais pessoas, desconhecidas e de diferentes origens, se
dialogarem entre si, em menos de cinco minutos é provável que alguém já estará
com inveja de alguém.
No Velho
Testamento há vários registros de inveja e pior de tudo, no lugar em que é
menos esperada: no lar, entre irmãos.
Caim e
Abel... Jacó e Esaú...
No Novo
Testamento, a parábola do “Filho Pródigo” expõe, igualmente, inveja entre
irmãos. Ainda ali, as irmãs de Lázaro,
quando na presença de Jesus, em atividades opostas, têm levado muitos a suporem
que entre elas pairava inveja.
O instituto da
família, tão bem engendrado por Deus, deveria ser, na verdade, onde nenhuma
inveja deveria subsistir: a união conjugal, o amor paterno, o amor materno e o
amor filial e fraternal, são antídotos firmes contra a inveja.
De forma
ampla, a inveja é dirigida ao poder material.
Poder esse,
temporal, esgotável, transitório...
Quando alguém
adquire uma fabulosa mansão, ou um fantástico veículo, ou uma valiosa joia,
quem disso toma conhecimento dificilmente se livra de, intimamente, concatenar
a pergunta — por que não eu?
Consenso
materialista diz que o dinheiro "compra a felicidade".
Vã ideia! Soberbo equívoco! Escuridão na alma!
Uma casa, um
carro, uma joia, vultosa conta bancária, ou outro bem terreno qualquer, têm
encerradas em si mesmos, histórias desconhecidas, boas e más. Já na sua origem (aquisição, construção ou
fabrico, ganho próprio ou herança), talvez tenham proporcionado trabalho a mãos
necessitadas. Bens móveis e/ou imóveis,
quando prontos, agradam ao olhar pelas formas e cores que anunciam mãos de
artistas na sua elaboração. Ali, também,
estão milhares e milhares de horas de pesquisas e trabalho, acumuladas, nas
atividades de vários profissionais (técnicos, especialistas, auxiliares em
geral).
Quanto aos
seus proprietários, ah! seus proprietários...
Nada lhes vem
gratuitamente às mãos. Muitas são também
as histórias das fortunas, nem sempre felizes: inveja sobre inveja,
reencarnações sobre reencarnações... passado,
presente, futuro...
Cobiça-se o
bem, mas olvida-se o ônus de manter a posse.
Nada material
existe que não sofra ação desgastante do tempo, já que no planeta Terra, o
atrito é lei permanente:
- um carro que
era “último tipo” há trinta anos, hoje talvez não tenha pretendente, tirante os
“ferros-velhos”;
- a casa mais
luxuosa de todo o mundo, do início do milênio passado, talvez nem exista mais;
- a joia mais
rara, mais cara, não serve para nada, a não ser como item de fabulosos inventários...
e de muita inveja quando enfeitando alguém;
- o exercício do poder, concedido geralmente
por títulos de nobreza ou de comando, ou de política (sejam quais forem esses
títulos) é ainda mais efêmero do que aqueles bens materiais: quantos anos vive
ou permanece na função um imperador, rei, presidente, comandante?
Rei só pode
existir um. Presidente e comandante,
idem.
Políticos, em
geral, pesa-lhes, já no primeiro, o temor do último dia do mandato. Aí, a reeleição, via de regra, usa e abusa do
fazer sofrer àqueles que com ela se preocupam. E são quase todos...
Irmão, irmãos:
inveja é equívoco, é desperdício de preciosa força. Para evitá-la, necessário é acionar alguns
dispositivos mentais e emoldurá-los com as premissas do Evangelho de Jesus,
para corrigir o rumo dos nossos invejosos pensamentos.
Não estamos à
deriva, neste mundo. Nunca
estivemos. Se naufragamos aqui ou ali,
certamente foi o peso da inveja que nos fez soçobrar.
Espíritos evoluídos agem ao contrário do invejoso:
podendo estar apenas em ambiente fraterno, palmilhando espaços luminosos, em
companhia de outros seres angelicais, com paz e harmonia plenas, deixam tudo
isso para conviver com a dor, com o atraso, com o orgulho, com o egoísmo —
nossa companhia. Amando-nos
incondicionalmente, mergulham da luz nas trevas, trazendo-nos apoio, trazendo-nos
esperanças. Caridosos, tolerantes,
compreensivos, mansos e pacíficos, não se atordoam com perdas, com a
ingratidão, nem com as investidas da inveja.
Talvez por
isso é que tenha sido criado o hábito salutar, de origem perdida no calendário,
de registrar atos e fatos dos homens que com Amor marcaram presença na
Humanidade. Mesmo fragmentadas, temos
biografias dos Profetas; deles a
Jesus; d’Ele a Paulo; deste a Francisco
de Assis, além de incontáveis outros abnegados.
Deus, Pai de
Bondade, a própria Bondade, concede-nos tais visitas para que os exemplos dos
visitantes sejam seguidos.
Almejar estar
com eles, ser como eles, ter o que eles têm, procurar fazer o que eles fazem,
esta sim, é a melhor postura para aquele que quiser evoluir: seguir os bons!
Esse ideal,
oposto à inveja, quando conquistado, tem a magia de conceder o maior de todos
os bens, o mais valioso de todos os tesouros, a luz mais brilhante e a
felicidade duradoura: a capacidade de amar!
O Amor, assim,
é o impulso que eleva o Espírito de
homem para “anjo”. E,
seguramente: uma vez “anjo”, para a eternidade “anjos” seremos.
Maria, Mãe
Celestial de todos nós, conceda-nos abrigo em Seu manto.
(Mensagem do Espírito Dulce, psicografada por E.Kühl, constante do livro
"Ancoras de Luz", Editora LEB, Bagé/RS)
- O livro "Âncoras de luz" está em e-book grátis, neste mesmo blog,
na seção "Livros"
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