Nunca será demais reforçar meu
entendimento de que o Centro Espírita (C.E.) — qual frondosa e frutífera árvore;
qual benfazejo hospital; qual dedicado instituto educacional —, é o refúgio,
bálsamo e escola para toda classe de aflitos, encarnados ou desencarnados.
Amigos meus pensam
assim também e acrescentam que o C.E. é um oásis de paz e refazimento, ofertado
aos beduínos que trafegam pelas vastidões desérticas das tribulações humanas.
A exemplo do
pronto-socorro material, também ele (o C.E.) exigirá pessoal da área de Saúde-espiritual devidamente qualificado, isto
é, dirigentes e médiuns competentes, pelo estudo permanente do Espiritismo,
sobre serem caridosos, condição essa fundamental à tarefa mediúnica.
— Na tarefa
socorrista a encarnados, como o atendente do C.E. poderá diagnosticar se os
problemas de que são portadores os aflitos são de ordem espiritual (mediúnica)
ou de ordem física?
— Essa pergunta é
de fundamental relevância: tal atendente poderá até não ser médium e raramente
será médico, pelo que não deverá mesmo exarar diagnóstico algum. Deve ser
considerado que os distúrbios podem ser de origem psíquica ou mediúnica.
Assim, será sempre temerário, contraindicado mesmo, encaminhar todos os
"pacientes" para a reunião mediúnica, para "desenvolver
mediunidade", como rotineiramente acontece.
— Qual seria então
a atitude correta?
— De início
sindicar sobre eventual tratamento médico, ou de psicologia clínica, encerrados
ou em andamento, para o problema citado, pelo atendido ou por seus familiares.
A seguir, se observado que o problema é espiritual, análise das causas (isso
demandará algum tempo e observações constantes), antes de sugerir qualquer tipo
de tratamento. O atendente deve ser instruído de tal forma que de pronto preste
socorro inicial, através de conforto evangélico, passes, água fluida,
convidando ainda a pessoa para frequentar as reuniões de palestras públicas do
C.E. .
— E depois?
— No convívio com
os médiuns e com os demais colaboradores do C.E. a pessoa com problemas
exteriorizará diversos comportamentos e reflexos, que facilitarão o melhor
encaminhamento a solucioná-los.
— Quais seriam
tais comportamentos e reflexos?
— Vejamos, alguns:
Campos do Psiquismo (*)
Todos os
indivíduos sofrem vários fatores de influências, ora alegrias, ora dores
intensas, isso em nível social ou espiritual.
Muitas dessas influências estão ligadas à respectiva programação
reencarnatória, que leva em conta o acervo de realizações nas vidas passadas.
— Isso parece
justificar como são díspares, de pessoa a pessoa, as condições de vida, os
pensamentos, as reações e os atos humanos...
— Sim: existindo
infinitos padrões comportamentais, jamais haverá um esquema ou divisão
perfeitos. Contudo, com base principalmente na literatura específica sobre
psicologia é possível enquadrar o ser humano em duas grandes categorias:
E X T R O V E R T
I D O S I N T R O V E R T I D
O S
- mundo externo ativo - mundo interno ativo
-
comunicativos - reservados
- emoções :
mudanças rápidas - conserva-as
- reação
positiva aos objetos que - reação
negativa
despertam seu interesse
- ligação
rápida a esses objetos - estancam
para estudá-los
- transferem
interesses rapidamente - fixam-se neles
+ tempo
- adaptação
ao meio - desinteresse,
dificuldades
- mais
encontrados na juventude - mais
encontrados na velhice
- mediunidade receptiva - mediunidade captativa
— Nesses dois padrões
de indivíduos, encontraremos sempre os mesmos tipos?
— Nem
sempre: em ambos os padrões existem pessoas:
a.
Infranormais = psicologicamente deficientes, ou anormais
b.
Normais (ou intermediários) = média da humanidade
c.
Supranormais =
gênios, artistas célebres - e outros.
— As doenças mentais podem também
caracterizar mediunidade?
— Em tais casos caracterizam-se,
predominantemente, ambos os quadros. Assim, dimensioná-los isoladamente será
sempre tarefa ingrata, quando não quase impossível. O que aqui se afirma é que
tanto a Psicologia quanto o Espiritismo devem caminhar par e passo, na busca da
melhor terapia, físico-espiritual.
A respeito, cito o
que diz a respeito a Psicologia, bem como minha visão espírita do problema:
Patologias mentais
(*)
a. Campos
psíquicos
— As doenças
mentais apresentam tal complexidade que seria impraticável delimitar com
exatidão suas fronteiras. Sabe-se que elas se apresentam como distonias mentais
que interpenetram campos psicológicos infinitos. Isso porque os Espíritos
reencarnantes carentes de reequilíbrio apresentam variações nos seus tipos
psicológicos;
b. Campos
orgânicos
— As alterações no
corpo físico decorrem da influência do sistema nervoso na vida afetiva. Manifestações
orgânicas anormais podem espelhar emoções destrambelhadas num momento físico ou
podem ser consequência de raízes do pretérito... Em qualquer caso, definir rumos
para o tratamento requer perquirições no presente e no passado, nas jornadas
reencarnatórias.
— Qual seria o
enquadramento desses distúrbios e sintomas, pela Psiquiatria?
— São avaliados
em: Neuroses, Psicoses, Personalidades psicopáticas.
— Pela
importância dessa questão, seria possível detalhar tais patologias mentais?
— Sim, como não?
a. Neuroses
= manifestações por reflexos
condicionados e incondicionados, tais como:
- angústias
- medo da morte,
da loucura, de lugares fechados
- sintomas de
cansaço
- intolerância
emotiva e irritabilidade
- fobias, tiques,
maneirismos diversos
- os neuróticos
são os indivíduos que mais sofrem e menos causam sofrimentos
- entre os
neuróticos compulsivos encontram-se, quase sempre, a ação de obsessores
espirituais, atormentando-os;
b. Psicoses = autênticas
doenças da alma, com severas respostas cármicas (mais severos quadros de
doenças mentais)
- quase sempre
acompanham o indivíduo toda a sua vida /
necessitam também, quase sempre, de internação.
A Psicologia os
dimensiona em dois quadros clássicos:
a) esquizofrenia
: mergulho num mundo de fantasias delirantes
b) pmd (psicose
maníaco-depressiva): velocidade do pensamento, planos mirabolantes / gastos
inadequados / reações violentas na fase depressiva aguda / gestos inadequados /
roupas extravagantes / se contrariados, reagem com violência.
— As obsessões são
também doenças mentais?
— Não se deve
excluir considerações psiquiátricas das obsessões,
onde é pródiga a visão espírita. Embora
as obsessões não possam ser enquadradas como distonias mentais, estas,
necessariamente, estarão sempre rondando aquelas.
— E o que dizer de
outras perturbações psíquicas?
— Cito duas: a
histeria e a epilepsia.
1. histeria
- bloco de sintomas físicos, tais como:
- rigidez (na mulher)
-
afonia
- choram e riem com facilidade e fora das
medidas
- fingem-se "de morto"
- caem sem se machucar; tais conflitos
aproxima-os da epilepsia;
2. epilepsia
- (do grego = acometer de surpresa):
- obsessão espiritual marcante
- quase sempre há lesões cerebrais e nas
células nervosas, anatômicas e funcionais, denunciando, sob a ótica
reencarnacionista, matrizes psíquicas de origem em vidas pregressas
- as crises epilépticas, por vezes, lembram a
"tempestade de movimentos" que se observa nos animais, quando reagem
diante dos respectivos predadores.
c.
Personalidades psicopáticas = o EU desarmonizado apresenta defeitos da
personalidade, com alterações parciais da conduta:
- nos casos mais
graves podem tornar-se violentos, perigosos e criminosos, ou podem carregar
intenso bloqueio afetivo refletido em taras de variada natureza
- passividade e
agressividade serão tônica pendular nesses indivíduos, cuja instabilidade
emocional é um complicador do diagnóstico
- são os que
causam mais sofrimentos no próximo
- são antissociais
e não admitem sua anormalidade
- consideram culpa
do meio ambiente (meios com os quais mais convivem)
- desvios sexuais
comporão o quadro comportamental.
— Qual seria o
auxílio que o C.E. pode prestar a pessoas que apresentem tais sintomas?
— Para todos esses
casos: esclarecimento educacional, isto é, Evangelhoterapia! Para facilitar o
trabalho dos recepcionistas, ou esclarecedores espíritas, apresento um quadro
sinótico de atendimento aos portadores dessas perturbações, sejam de origem
psíquica ou mediúnica:
TRATAMENTO DISTÚRBIO ORIGEM
PSÍQUICO MEDIÚNICA
RENOVAÇÃO DA MENTE :
- disciplina ...................... x x
- estudo ........................... x x
- meditação .................... x x
- prece ........................... x x
- passes ......................... x x
- atividades filantrópicas . x x
MEDICINA
- auxílio médico ......... x
CURSO DE MÉDIUNS
- frequência .............. x
REUNIÃO MEDIÚNICA
- após Curso de Médiuns ... x
— Após o
tratamento acima há cura?
— No caso de distonias mentais, com o
tratamento clínico, e de preferência com o apoio espírita (esclarecimentos
evangélicos), os sintomas desaparecem. Já no caso das perturbações serem de
origem mediúnica, os sintomas perduram, mas em estado potencial.
A perseverança do paciente/médium nas
tarefas mediúnicas ofertar-lhe-á vida equilibrada.
(*) Os itens "Campos do
Psiquismo" e "Patologia Mentais", deste Capítulo, louvaram-se em
informações do Dr. Jorge Andréa dos Santos, expostas no seu livro "Visão
Espírita nas Distonias Mentais", editado em 1990, pela Federação Espírita
Brasileira.
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