terça-feira, 27 de outubro de 2015

Estudo - Distúrbios psíquicos e o Espiritismo




Nunca será demais reforçar meu entendimento de que o Centro Espírita (C.E.) — qual frondosa e frutífera árvore; qual benfazejo hospital; qual dedicado instituto educacional —, é o refúgio, bálsamo e escola para toda classe de aflitos, encarnados ou desencarnados.
Amigos meus pensam assim também e acrescentam que o C.E. é um oásis de paz e refazimento, ofertado aos beduínos que trafegam pelas vastidões desérticas das tribulações humanas.
A exemplo do pronto-socorro material, também ele (o C.E.) exigirá pessoal da área de Saúde-espiritual devidamente qualificado, isto é, dirigentes e médiuns competentes, pelo estudo permanente do Espiritismo, sobre serem caridosos, condição essa fundamental à tarefa mediúnica.
— Na tarefa socorrista a encarnados, como o atendente do C.E. poderá diagnosticar se os problemas de que são portadores os aflitos são de ordem espiritual (mediúnica) ou de ordem física?
— Essa pergunta é de fundamental relevância: tal atendente poderá até não ser médium e raramente será médico, pelo que não deverá mesmo exarar diagnóstico algum. Deve ser considerado que os distúrbios podem ser de origem psíquica ou mediúnica. Assim, será sempre temerário, contraindicado mesmo, encaminhar todos os "pacientes" para a reunião mediúnica, para "desenvolver mediunidade", como rotineiramente acontece.
— Qual seria então a atitude correta?
— De início sindicar sobre eventual tratamento médico, ou de psicologia clínica, encerrados ou em andamento, para o problema citado, pelo atendido ou por seus familiares. A seguir, se observado que o problema é espiritual, análise das causas (isso demandará algum tempo e observações constantes), antes de sugerir qualquer tipo de tratamento. O atendente deve ser instruído de tal forma que de pronto preste socorro inicial, através de conforto evangélico, passes, água fluida, convidando ainda a pessoa para frequentar as reuniões de palestras públicas do C.E. .
— E depois?
— No convívio com os médiuns e com os demais colaboradores do C.E. a pessoa com problemas exteriorizará diversos comportamentos e reflexos, que facilitarão o melhor encaminhamento a solucioná-los.
— Quais seriam tais comportamentos e reflexos?
— Vejamos, alguns:

Campos do Psiquismo (*)
Todos os indivíduos sofrem vários fatores de influências, ora alegrias, ora dores intensas, isso em nível social ou espiritual.  Muitas dessas influências estão ligadas à respectiva programação reencarnatória, que leva em conta o acervo de realizações nas vidas passadas.
— Isso parece justificar como são díspares, de pessoa a pessoa, as condições de vida, os pensamentos, as reações e os atos humanos...
— Sim: existindo infinitos padrões comportamentais, jamais haverá um esquema ou divisão perfeitos. Contudo, com base principalmente na literatura específica sobre psicologia é possível enquadrar o ser humano em duas grandes categorias:

                       E X T R O V E R T I D O S                 I N T R O V E R T I D O S
                           - mundo externo ativo                                    - mundo interno ativo
                              - comunicativos                                              - reservados
                             - emoções : mudanças rápidas                      - conserva-as
                             - reação positiva aos objetos que                   - reação negativa
                                    despertam seu interesse
                             - ligação rápida a esses objetos                     - estancam para estudá-los
                             - transferem interesses rapidamente             - fixam-se neles + tempo
                             - adaptação ao meio                                      - desinteresse, dificuldades
                             - mais encontrados na juventude                  - mais encontrados na velhice
                             - mediunidade receptiva                                - mediunidade captativa

— Nesses dois padrões de indivíduos, encontraremos sempre os mesmos tipos?
Nem sempre: em ambos os padrões existem pessoas:
a. Infranormais                       =  psicologicamente deficientes, ou anormais
b. Normais (ou intermediários) = média da humanidade
c. Supranormais                     = gênios, artistas célebres - e outros.
            — As doenças mentais podem também caracterizar mediunidade?
— Em tais casos caracterizam-se, predominantemente, ambos os quadros. Assim, dimensioná-los isoladamente será sempre tarefa ingrata, quando não quase impossível. O que aqui se afirma é que tanto a Psicologia quanto o Espiritismo devem caminhar par e passo, na busca da melhor terapia, físico-espiritual.
A respeito, cito o que diz a respeito a Psicologia, bem como minha visão espírita do problema:

Patologias mentais  (*)
a. Campos psíquicos
— As doenças mentais apresentam tal complexidade que seria impraticável delimitar com exatidão suas fronteiras. Sabe-se que elas se apresentam como distonias mentais que interpenetram campos psicológicos infinitos. Isso porque os Espíritos reencarnantes carentes de reequilíbrio apresentam variações nos seus tipos psicológicos;
b. Campos orgânicos
— As alterações no corpo físico decorrem da influência do sistema nervoso na vida afetiva. Manifestações orgânicas anormais podem espelhar emoções destrambelhadas num momento físico ou podem ser consequência de raízes do pretérito... Em qualquer caso, definir rumos para o tratamento requer perquirições no presente e no passado, nas jornadas reencarnatórias.
— Qual seria o enquadramento desses distúrbios e sintomas, pela Psiquiatria?
— São avaliados em: Neuroses, Psicoses, Personalidades psicopáticas.
Pela importância dessa questão, seria possível detalhar tais patologias mentais?
— Sim, como não?

a. Neuroses = manifestações por reflexos condicionados e incondicionados, tais como:
- angústias
- medo da morte, da loucura, de lugares fechados
- sintomas de cansaço
- intolerância emotiva e irritabilidade
- fobias, tiques, maneirismos diversos
- os neuróticos são os indivíduos que mais sofrem e menos causam sofrimentos
- entre os neuróticos compulsivos encontram-se, quase sempre, a ação de obsessores espirituais, atormentando-os;

b. Psicoses  = autênticas doenças da alma, com severas respostas cármicas (mais severos quadros de doenças mentais)
- quase sempre acompanham o indivíduo toda a sua  vida / necessitam também, quase sempre, de internação.
A Psicologia os dimensiona em dois quadros clássicos:
a) esquizofrenia : mergulho num mundo de fantasias delirantes
b) pmd (psicose maníaco-depressiva): velocidade do pensamento, planos mirabolantes / gastos inadequados / reações violentas na fase depressiva aguda / gestos inadequados / roupas extravagantes / se contrariados, reagem com violência.
— As obsessões são também doenças mentais?
— Não se deve excluir considerações psiquiátricas das obsessões, onde é pródiga a visão espírita.  Embora as obsessões não possam ser enquadradas como distonias mentais, estas, necessariamente, estarão sempre rondando aquelas.
— E o que dizer de outras perturbações psíquicas?
— Cito duas: a histeria e a epilepsia.
1. histeria - bloco de sintomas físicos, tais como:
   - rigidez (na mulher)
   - afonia
   - choram e riem com facilidade e fora das medidas
   - fingem-se "de morto"
   - caem sem se machucar; tais conflitos aproxima-os da epilepsia;
2. epilepsia - (do grego = acometer de surpresa):
   - obsessão espiritual marcante
  - quase sempre há lesões cerebrais e nas células nervosas, anatômicas e funcionais, denunciando, sob a ótica reencarnacionista, matrizes psíquicas de origem em vidas pregressas
  - as crises epilépticas, por vezes, lembram a "tempestade de movimentos" que se observa nos animais, quando reagem diante dos respectivos predadores.

c. Personalidades psicopáticas = o EU desarmonizado apresenta defeitos da personalidade, com alterações parciais da conduta:
- nos casos mais graves podem tornar-se violentos, perigosos e criminosos, ou podem carregar intenso bloqueio afetivo refletido em taras de variada natureza
- passividade e agressividade serão tônica pendular nesses indivíduos, cuja instabilidade emocional é um complicador do diagnóstico
- são os que causam mais sofrimentos no próximo
- são antissociais e não admitem sua anormalidade
- consideram culpa do meio ambiente (meios com os quais mais convivem)
- desvios sexuais comporão o quadro comportamental.
— Qual seria o auxílio que o C.E. pode prestar a pessoas que apresentem tais sintomas?
— Para todos esses casos: esclarecimento educacional, isto é, Evangelhoterapia! Para facilitar o trabalho dos recepcionistas, ou esclarecedores espíritas, apresento um quadro sinótico de atendimento aos portadores dessas perturbações, sejam de origem psíquica ou mediúnica:



                        TRATAMENTO                               DISTÚRBIO          ORIGEM
                                                                                   PSÍQUICO        MEDIÚNICA

               RENOVAÇÃO DA MENTE :
                       - disciplina ......................                          x                            x
                      - estudo ...........................                          x                            x
                      - meditação ....................                           x                            x
                      - prece ...........................                           x                            x
                      - passes .........................                           x                            x
                      - atividades filantrópicas .                          x                            x
               MEDICINA
                       - auxílio médico .........                              x
               CURSO DE MÉDIUNS
                       - frequência ..............                                                             x
               REUNIÃO MEDIÚNICA
                      - após Curso de Médiuns ...                                                    x

— Após o tratamento acima há cura?
No caso de distonias mentais, com o tratamento clínico, e de preferência com o apoio espírita (esclarecimentos evangélicos), os sintomas desaparecem. Já no caso das perturbações serem de origem mediúnica, os sintomas perduram, mas em estado potencial.
A perseverança do paciente/médium nas tarefas mediúnicas ofertar-lhe-á vida equilibrada.

(*) Os itens "Campos do Psiquismo" e "Patologia Mentais", deste Capítulo, louvaram-se em informações do Dr. Jorge Andréa dos Santos, expostas no seu livro "Visão Espírita nas Distonias Mentais", editado em 1990, pela Federação Espírita Brasileira.


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