Allan Kardec preocupou-se com a saúde dos médiuns e, em O LIVRO DOS MÉDIUNS, 2ª Parte, cap. 18, item 221 recomenda:
"Dos inconvenientes e perigos da mediunidade:
- Há casos em que é prudente, necessária mesmo, a abstenção, ou pelo menos, o exercício moderado, tudo dependendo do estado físico e moral do médium.
Aliás, em geral, o médium o sente e, desde que experimente fadiga, deve abster-se".
A recomendação é ampla, geral, para todos os médiuns.
Porém, coadjuvando-a, há outra, agora em A GÊNESE, cap. XIV, Item 31 (Curas):
"O agente propulsor (Espírito, encarnado ou desencarnado) infiltra princípios reparadores num corpo deteriorado e a cura se opera pela substituição de uma molécula sã a uma molécula malsã. A potência curadora estará, pois, em razão da pureza da substância inoculada. (...) Os fluidos que emanam de uma fonte impura são como substâncias médicas alteradas. (Grifos do original)".
(Aqui, Kardec registra que, numa transferência fluídica, dependendo da "fonte fluídica" (fluidos de médium passista ou de Espírito desencarnado), sendo pura, resulta em benefício ao paciente, ao passo que, em sendo "impura", pode prejudicar esse mesmo paciente).
(Aqui, Kardec registra que, numa transferência fluídica, dependendo da "fonte fluídica" (fluidos de médium passista ou de Espírito desencarnado), sendo pura, resulta em benefício ao paciente, ao passo que, em sendo "impura", pode prejudicar esse mesmo paciente).
Opinião de alguns estudiosos do Espiritismo, particularmente sobre passes:
1) Luiz Carlos de M. Gurgel - Autor do livro: O PASSE ESPÍRITA
- Editado pela Federação Espírita Brasileira -
O passe é uma doação, e só se pode dar o que se possui: portanto, é fundamental que o passista goze de boa saúde, tanto do corpo físico quanto da mente.
Verificado qualquer desequilíbrio orgânico ou psíquico, o serviço do passe deve ser interrompido de imediato.
Ocorrendo situações como as enumeradas a seguir, aconselha-se ao passista interromper, de imediato, suas atividades:
- Gripes, bronquites, estados febris e doenças infecciosas em geral;
- Período de gestação;
- Diabete descompensada;
- Período menstrual quando se apresentar com dores e/ou sangramento exagerado;
- Desequilíbrio emocional; esgotamento nervoso;
- Esgotamento ou mesmo cansaço físico acentuado;
- Deficiências graves do aparelho circulatório;
- Dor de cabeça ou cólica intensas;
- Mal-estar físico de qualquer origem;
- Uso de medicação tóxica.
2) Edgard Armond - Autor do livro: PASSES E RADIAÇÕES
- Editado pela Editora Aliança -
O medicamento é também massa de energia condensada e sua introdução no organismo, em doses maciças, naturalmente produzirá perturbações vibratórias das mais variadas naturezas. Neste particular, os Espíritas já estão mais evoluídos porque, em geral, adotam a homeopatia, terapêutica puramente dinâmica, que dosa e regula de forma hábil o agente vibratório a introduzir no organismo e, assim, provoca reações controladas, compatíveis com as resistências orgânicas e não capazes de produzir desequilíbrios funcionais.
3) Wenefledo de Toledo - Autor do livro PASSES E CURAS ESPIRITUAIS
- Editado pela Editora Pensamento -
Se o médium não tem saúde como pode dá-la a outrem?
Quem é que tem o poder de dar o que não possui?
Se os fluidos saem do corpo e do Espírito do médium é lógico que vão impregnados do que eles contêm.
Cada um transmite, através dos fluidos que projeta no paciente, aquilo que contém no corpo ou no espírito.
A mais leve alteração na saúde do médium o impossibilita de dar passes. (Grifei).
4) Jacob Melo - Autor do livro O PASSE – (Seu estudo, suas técnicas, sua prática)
- Editado pela Federação Espírita Brasileira -
(Nas pág. 323-324/4ªEd. - item 7.4 - Remédios - há citação de ocorrência com um ex-presidente da Federação Espírita do Rio Grande do Norte, segundo a qual, não podendo ele, por estar bastante enfermo, tomar um remédio pelos componentes indevidos, recebeu-o, através de uma médium, por transfusão pelo passe: a médium tomou o remédio, intuitivamente, e retransmitiu os efeitos ao paciente, pelo passe!).
(Citei esse caso — para mim raro... —para enfatizar como o passista transfere para o paciente sua própria condição orgânica).
CONCLUSÃO
Ao apresentar as reflexões acima, não estou induzindo nenhum médium passista ou de outras faculdades mediúnicas a — quando adoentado— deixar de aplicar passes ou a ausentar-se da reunião mediúnica. Essa é uma decisão individual.
Estou, isto sim, trazendo-lhes a opinião daqueles que se debruçaram sobre o assunto, a partir de Kardec, emitindo pareceres que nos legaram para nossa informação.
Assim, cada médium, após reflexões e preces, certamente terá sempre indicação segura do que decidir, e depois, de como proceder.
Eurípedes Kühl
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