Este é um
tema polêmico, que apresenta divergências até mesmo dentro da própria Doutrina,
pois o Espírito Emmanuel chegou a confirmar a teoria, com todas as letras.
No entanto,
depois de uma objeção feita pela FEB, fez algumas ressalvas sobre o que disse,
mas, ainda assim, mostrou-se extremamente cauteloso.
Como Kardec lecionou de que há coisas que estão nos mistérios de Deus, aqui, a leitura remete à reflexão de que todas as opiniões, pró ou contra, são respeitáveis, mas constituem apenas opiniões...
Como Kardec lecionou de que há coisas que estão nos mistérios de Deus, aqui, a leitura remete à reflexão de que todas as opiniões, pró ou contra, são respeitáveis, mas constituem apenas opiniões...
- - -
Em “O Livro dos Espíritos”
(“O LE”), de Allan Kardec, às questões 200, 201 e 202, está lecionado que os
Espíritos não têm sexo, como o entendemos, e que, no corpo humano, masculino ou
feminino, nasce o mesmo Espírito.
É fantástica
essa afirmação.
Acoplada à
teoria da reencarnação e com o que a Genética e a Biologia já comprovaram,
sobre as potencialidades sexuais (bipolarização) e o “programa de vida” (DNA),
existentes no mesmo indivíduo, é inescapável ao raciocínio não admitir vidas
sucessivas.
Prossegue a obra citada: “O que
diferencia o sexo, na Terra, é a necessidade da criatura adquirir experiência,
além das provas que tiver de sofrer”. Adiante, às questões 291 a 303: “A união
afetiva desses Espíritos não se subordina a metades
eternas”.
Entretanto, em “O Consolador”, FEB, Rio
de Janeiro, 6ª Ed., 1976, o Espírito Emmanuel, nas questões 323 a 326, diz que: Cada coração possui no Infinito a alma
gêmea da sua, companheira divina para a viagem à gloriosa imortalidade...
Emmanuel, inquirido pela FEB sobre essa
exposição de almas gêmeas, reduz a
contradição com a resposta à questão 298 de “O LE”: “Um pequeno equívoco de
filtragem mediúnica”. (Tudo isso pela
mediunidade do saudoso Chico Xavier, nas molduras de sua incomparável
humildade).
Emmanuel, contudo, mantém seu
pensamento, no que se refere aos Espíritos, sobre afirmar que a tese, todavia,
é mais complexa do que parece ao primeiro exame.
De qualquer forma, as expressões “almas
gêmeas” ou “metades eternas”, parecem ser força de expressão, o que Kardec
confirma à questão 299, de “O LE”: “Se um Espírito fosse a metade de outro,
separados os dois, estariam ambos incompletos”.
Considerando ainda sintonia e
afinidade, penso que temos várias “almas afins”, no sentido de que muitos
outros seres vibram na nossa frequência — positiva... ou negativa.
Reencarnando como homem ou mulher,
quando o Espírito tiver a companhia de outro Espírito, de outra polaridade
sexual e com grande afinidade no Bem, caminharão juntos na senda evolutiva,
ajudando-se reciprocamente, talvez até alcançarem o patamar possível de
perfeição.
A partir dessa verdadeira epopeia, já
não continuarão necessariamente unidos em suas caminhadas, ambos já vivenciando
o amor integral — por tudo e por todos! Como Jesus, modelo incomparável dessa
bênção!
Considerando que na fase adiantada da
evolução espiritual cada ser irmana-se aos demais, pelo amor divino, universal,
não seria lógico imaginar a existência de “duas metades” daquele patamar, unidas
eternamente.
Lembro, também, que criaturas que se
magoam e se prejudicam, ligam-se umas às outras, por um bocado do tempo: por
redobradas reencarnações, parecendo “uma eternidade”, até se ajustarem,
alcançando harmonia plena.
Esse ajuste, o mais das vezes, é
grandemente forjado nos recintos humildes de esmaecidas paredes dos Centros
Espíritas, através médiuns abnegados que recepcionam o desafeto que está
desencarnado, incutindo-lhe a ideia de perdão; este, alcançado, é notório que
inimigos que se reconciliam de verdade, tornam-se amigos sinceros, para sempre,
plenamente pacificados.
Nesse ponto, elaboro pequeno sofisma: considerados
os multiplicados períodos em que dois Espíritos caminharam juntos, por amizade
ou inimizade —, isso até pode significar que, desde o momento que se conheceram,
passaram a serem “almas irmãs”, “ou almas afins”, como queiram (ambas as expressões: poéticas, apenas...).
(A ideia de “metades eternas” não
resiste à razão).
Na verdade, cada um de nós foi criado
para a convivência fraterna, com os demais:
- primeiro formando pares: as famílias;
- depois formando grupos simpáticos:
prole e outros amigos;
- às vezes emparelhando nossos destinos
também com inimigos;
- harmonizando-nos, nosso grupo de
amizade será incontável;
- conquistada a virtude do amor
integral, amaremos a tudo e a todos, como Jesus! Individualmente...
(Anotações extraídas do meu livro "Sexo: sublime tesouro", 1ªEd.1992, Ed.Fonte Viva, BH/MG)
(Anotações extraídas do meu livro "Sexo: sublime tesouro", 1ªEd.1992, Ed.Fonte Viva, BH/MG)
Caro escritor Eurípedes Kuhl, o seu artigo é bastante esclarecedor. O sofisma que você elaborou no texto nos dá uma clareza a mais de que a ideia de "metades eternas" não resiste à razão. Muito obrigado por mais este presente de ensinamentos. Muitas bênçãos!
ResponderExcluir