Suicídio:
e depois?...
O suicídio é certamente o ato humano
mais trágico de todos, com ocorrência em todas as civilizações, desde os tempos
antigos (mas num terrível “crescendo”
atualmente).
Quem suicida desconhece por completo
que a Vida é obra divina, imortal, indestrutível; julgando que tudo acaba,
resolvendo a causa, desconhece “a consequência aterradora de tal gesto (o
suicídio) na vida do Além, para aquele que o pratica na Terra” [1]. E depois?...
Imaginar que um, ou, mais problemas
desaparecem com a morte é equívoco maior do que tentar apagar um incêndio com
gasolina.
Todas — todas — as religiões professam
que a vida continua...
A moderna Psicologia considera difícil
determinar as causas da maioria dos suicídios, podendo apenas explicitar
vertentes dos casos de crises agudas, delirantes, ou flagrantes de ruína.
Assim, evitá-lo com plena consciência,
ou convencer outrem a não cometê-lo, nem sempre é tarefa fácil. Não obstante,
existem Entidades filantrópicas voltadas exclusivamente para isso.
Já o Espiritismo radiografa
integralmente o suicídio, ampliando substancialmente o tema, propiciando
reflexões úteis, não só para os suicidas em potencial, como também para todos
aqueles que caridosamente queiram e possam ajudá-los, com argumentos racionais,
impeditivos de tão equivocada "solução".
Esclarecimentos espíritas, dissuasórios
do suicídio:
1° - torna visíveis as nubladas causas
que o cercam: reflexos de vidas passadas, distanciamento do Evangelho, desconhecimento
das vidas sucessivas pela reencarnação, “vida vazia”, etc.;
2°- apresenta meios seguros de defesa
contra tão grande anomalia espiritual, muitas vezes oculta, agindo silenciosamente...;
3°- sugere a solidariedade para com
aquele que sinaliza o desejo de se matar, através de
ensinamentos espirituais convincentes, impedientes de tão tresloucado crime
contra a Vida;
4° - de forma racional e lógica,
esclarece o que é o suicídio e adverte sobre os riscos do quase sempre ignorado
"suicídio indireto" (vícios, intemperança, irresponsabilidade e
excessos de toda natureza); aquele, intencional, e este, cometido sem intenção;
mas ambos de inteira responsabilidade de quem os praticam.
Em várias atividades humanas encontra-se indução ao
suicídio:
Na Literatura:
Justamente
onde não deveria ocorrer, surgem ali poderosas induções ao suicídio... Cito
alguns exemplos:
● Johan Wolfang von Göethe (1749-1832),
aclamado e erudito escritor alemão, escreveu, dentre outros, Sofrimentos
do jovem Werther, no qual retratou sua frustrada experiência amorosa.
Resultado: a leitura desencadeou uma série tal de suicídios, que reedições
chegaram a ser proibidas;
● Arthur Schopenhauer (1788-1860),
filósofo alemão (do pessimismo), pregava (!?) que "o querer-viver é a raiz
de todos os males, de todo o sofrimento"; aduzindo que "todos os
preceitos da moral, resumem-se num só: destruir em nós, por todos os meios, a
vontade de viver". (O filósofo, ele próprio, morreu de
velhice...);
● Léon Tolstoi (1828-1910),
escritor russo, escrevendo sobre a desilusão do amor, lançou o famosíssimo
romance Anna Karênina, onde a heroína, ao final de um amor
frustrado, suicida-se. Em outros escritos seus, encerrou os dramas íntimos dos
personagens com suicídios impressionantes. Resultado: incontáveis pessoas, na
maioria jovens com frustrações amorosas, também suicidaram, induzidas pelo
equivocado desfecho, bastas vezes sugerido por esse autor.
Nota:
Na Espiritualidade, Tolstoi, percebendo o monumental erro cometido e
sentindo-se corresponsável por tantos suicídios, solicitou ao Plano Maior a
oportunidade de redimir-se, daí surgindo o já citado livro Sublimação,
psicografado por Yvonne A. Pereira, edição da FEB.
● Aurore Dupin, conhecida como George Sand (1804-1876),
escritora francesa que usava trajes masculinos, famosa por suas ligações
amorosas com Chopin, é autora do romance erótico Indiana, indutor
de pessoas ao suicídio.
No Teatro
● A famosa tragédia de Shakespeare "Romeu e
Julieta", escrita em 1594, culmina com o suicídio do casal, diante da
proibição de seu relacionamento amoroso, por serem de famílias rivais.
Na Ópera
● Tosca e Madame Butterfly,
ambas as óperas de Puccini, terminam com suicídio de personagens.
No fim de guerra
● Adolf Hitler e Eva Braun - (1945) - ditador
nazista e sua amante.
Na Política:
● Getúlio Vargas - (1954) - Presidente do Brasil.
No Patriotismo
● No Japão: os chamados kamikazes (pilotos-suicidas,
de avião com explosivos, que se atiravam sobre navios inimigos, na II Guerra
Mundial), causando inúmeras mortes e prejuízos, eram cultuados como heróis,
imaginando, eles próprios, que renasceriam em glórias.
● Em 1944, depois de malograda tentativa contra a
vida de Hitler, o marechal-de-campo da II Guerra, o alemão Erwin Hohannes Eugen
Rommel (1891-1944) cometeu suicídio, forçado, para salvar a
família.
Na invenção
● Santos Dumont (o “Pai da aviação!), em 1932.
Na Religião
Nem do ambiente religioso (de seitas) o
suicídio esteve ausente. Por fascinação. E coletivo. Vejamos:
● 1978 - Guiana - 912 suicídios (bebida com cianureto),
induzidos pelo Pastor norte-americano "Jim Jones", líder da seita
"Templo do Povo";
● 1987 - Coréia do Sul - 32 mortos (ingeriram
veneno), estando entre os mortos uma mulher de 48 anos, fundadora de uma seita
religiosa;
● 1990 - México - 12 crianças foram
sacrificadas (ingestão de álcool industrial); no local havia panfletos de uma
seita denominada "Templo do Meio-dia";
● 1993 - Vietnã - 53 vítimas (suicídio
coletivo, a tiros), liderados pelo cego Ca Van Liem
● 1993 - EUA (Texas) - depois de 15 dias de
cerco policial, 81 fanáticos seguidores do Ramo Davidiano — uma nova seita
religiosa — preferiram morrer na sua sede, que incendiaram, a entregarem-se às
autoridades norte-americanas, quando receberam ordem de desocupá-la.
Nota: O
fato, pela sua dramaticidade e desfecho, causou comoção mundial, deixando
atônitas as próprias autoridades norte-americanas. Alguns dias antes,
quatro policiais que tentavam investigar o local foram mortos ali;
● 1994 - Suíça - Seita "Ordem do Templo do
Sol" - 48 vítimas (suicídio aparente - com incêndios em duas localidades
distantes 160 km uma da outra), estando presumivelmente entre elas o líder, um
médico de 47 anos;
Nas tradições culturais
No Japão, há registros de suicídios,
por adolescentes, motivados por insucessos escolares.
Ainda no Japão: o suicídio (haraquiri —
morrer com corte no ventre) esteve sempre presente na cultura dos nobres
feudais e dos samurais, sob o argumento "questões de honra";
Aqui mesmo, no Brasil, vários são os
casos de suicídio de índios, deprimidos ante as pressões sociais, a falta de
perspectiva de vida, a falta de
assistência. Mas, principalmente, pelo sufocante estado de confinamento, nas
regiões onde a terra é muito pequena [2].
"Causas primárias" e "Causas secundárias"
Citarei algumas causas, primárias e
secundárias de suicídios que, separadas ou juntas, resultam em depressão,
expressando desânimo, vida sem projetos futuros, com tristeza profunda e
prolongada, dando o tom. Somadas, tais causas catapultam o ser humano ao
alheamento de tudo... É a depressão, cognominada de doença do século
XXI. E da depressão ao suicídio... um passo.
É fato que nem todas as pessoas que são
atingidas por crises ou que apresentam dificuldades vivenciais irão sequer
pensar no suicídio, tentando, isto sim, soluções racionais para os problemas.
É fato também, comprovado, que a
maioria dos suicidas, senão todos, deram e dão "sinais indiretos" —
avisos —, de que pretendem se matar. Captar tais sinais nas pessoas à sua volta
e envidar todos os esforços para que isso não aconteça, esse o dever cristão
que se impõe a todos. Majoritariamente, esse o escopo deste artigo.
A seguir, eis alguns desses sinais, principalmente
em jovens, que podem levar algumas pessoas a desvalorizar a
vida:
a. Causas
primárias (isoladas ou agregadas)
Podem ser consideradas indutoras
ao suicídio:
● Decepções e frustrações diante de perdas
(amorosas, profissionais, familiares);
● Dificuldades financeiras - crises inopinadas no
mercado, resultando endividamento-insolvência, etc.;
● Desemprego (perda abrupta ou continuada);
● Solidão / Tédio: ausência de objetivos
existenciais;
● Doenças graves: busca de "ida" para um
lugar sem dor;
● Vícios: alcoolismo / toxicomania / jogar
compulsivamente, com perdas irreparáveis;
● Neuroses: autopiedade exacerbada do tipo
"todo mundo está contra mim";
● Psicoses: suicídio, como vingança, para fazer
sofrer alguém ("os que ficam");
● Receio manifesto de ser preso, após ter cometido
delitos graves;
● Materialismo acentuado: desconhecimento da
imortalidade do Espírito.
b. Causas
secundárias
Manifestadas
por diversos sintomas (isolados ou em conjunto):
● Queda de produção do trabalho ou do rendimento
escolar;
● Mudanças súbitas de comportamento e/ou de
personalidade;
● Descuidos com: compromissos / horários / a
aparência física, etc.;
● Sinais de automutilação;
● Choro ou risos inexplicáveis / falta
ou excesso de apetite / sonolência
ou insônia;
● Uso de álcool e/ou de drogas ilegais ou mesmo uso
exagerado de remédios;
● Distanciamento de amigos e familiares;
● Frases do tipo: "não aguento mais viver
assim"; "...prefiro morrer"; "essa vida é uma
droga".
O Espiritismo e os antídotos contra o suicídio
Três são os poderosos
antídotos espíritas contra o suicídio:
1° - Amizade: oferta
solidária de ajuda, feita por aquele que perceber o estado alterado de pessoa
do seu relacionamento (apresentando depressão), com ou sem histórico de
suicidomania;
2°- Calor humano:
acompanhamento desinteressado, sincero e fraternal durante a crise desse
alguém, mostrando a ele que não está sozinho, que pode contar com seu apoio
incondicional;
3°- Espiritualização:
Compreende, basicamente, a exposição da visão espírita da existência de todos
nós. Esse, o mais eficaz de todos os antídotos, saber que a morte é episódica,
pois o Espírito não morre e necessita reencarnar incontáveis vezes, para
evoluir:
◊ O homem não é apenas o corpo físico: o verdadeiro
ser é o Espírito, imortal!
◊ O Espírito é criado "simples e
ignorante" por Deus, para progredir e ser feliz;
◊ O Espírito evolui através de várias vidas
(reencarnação);
◊ A Justiça Divina faz com que todos sejam iguais -
deveres e direitos;
◊ A Lei de Ação e Reação, que expressa a Justiça
Divina, faz com que "a cada um, seja dado segundo suas obras", isto
é, tudo o que nos envolve ou nos alcança é fruto que estamos colhendo, de
nossas próprias pretéritas (ou mesmo atuais...) plantações;
◊ Berço e túmulo — nascimento e morte — são
episódios inúmeras vezes repetidos pelo Espírito imortal, na senda do progresso
moral, consubstanciada na Lei Divina de Evolução;
◊ O afastamento do Amor a Deus, sobre todas as
coisas, e a falta de amor ao próximo como a si mesmo, trazem dificuldades
vivenciais, gerando débitos conscienciais, que cedo ou tarde terão que ser
resgatados; as vidas múltiplas ensejam tal resgate, que se manifestam ora
por expiações (sofrimentos), ora por provações (testes de comportamento moral);
◊ A Vida é sublime oportunidade de crescimento,
através de aprendizados;
◊ A prática desses aprendizados nos proporcionará
paz ou sofrimentos, conforme exercitemos o Bem ou o Mal, respectivamente;
◊ Sofrimentos são resultantes de nossos erros,
geratrizes de débitos, que também nós próprios, cedo ou tarde, iremos pedir a
Deus a oportunidade de resgatá-los;
◊ O Amor de Deus é tanto que Ele nos concederá
tantas oportunidades (reencarnações) quantas sejam necessárias; tais
oportunidades se manifestarão na proporção direta do merecimento alcançado
através do arrependimento sincero e da vontade inabalável de reconstrução moral;
◊ O suicídio, como busca de solução para qualquer
crise ou problema, é o mais equivocado dos caminhos, eis que, longe de
resolvê-los, na verdade aumenta-os devastadoramente, na vida espiritual;
◊ Testemunhos de Espíritos que suicidaram —, em
reuniões mediúnicas sérias — demonstram que seus problemas, "do lado de
lá" permaneceram; aliás, com gravames quase que insuportáveis;
◊ A tendência atual para o suicídio, em muitos
casos, reflete atavismo (a pessoa já o terá cometido em vidas passadas) e agora
se repete essa anomalia comportamental;
◊ Há sempre a possibilidade de influências
obsessivas, induzindo/incentivando o suicídio; indicado tratamento espiritual;
◊ O Tempo (“o mecânico da Vida”) — para quaisquer
problemas — é bênção máxima, capaz de resolver, a contento, todos eles. Jamais
houve um único problema que o Tempo não resolvesse!
◊ A confiança no Amor de Deus e na Caridade de
Jesus, expressa pela fé, em oração, é o mais eficaz meio de administrar a
crise, por mais trágica que ela possa parecer.
Leituras a
serem sugeridas àqueles que tentaram ou pensam no suicídio:
a. "O Céu e o Inferno", de
Allan Kardec, 2ª Parte - Exemplos, cap. V - Suicidas, registrando os
depoimentos pungentes de 9 (nove) Espíritos suicidas;
b. "Memórias de um Suicida",
do Espírito C.C.Branco, psicografia de Yvonne do Amaral Pereira, edição da
Federação Espírita Brasileira.
c. "Viver Ainda é a Melhor
Saída", de Jacob Melo, Edit. Mnêmio Túlio.
[1]
Palavras de Leão Tolstoi, Espírito, pela psicografia de Yvonne A. Pereira, na
“Apresentação” do
livro “Sublimação”, 1973,
edição da FEB, Brasília/DF.
[2]
Informações captadas na Wikipédia, a enciclopédia livre da internet.
Oportuno a divulgação deste alerta. Esclarecer sempre que a vida não cessa no túmulo, e a cada responderá pelos seus feitos. A vida é rica de oportunidades de crescimento, evolução, objetivo único do nosso viver encarnados. Que busquemos Jesus como conselheiro e Mestre, nos seus ensinos preciosos e coloquemos Deus antes de qualquer atitude, Ele é nosso Pai, nos ama incondicionalmente!!!
ResponderExcluirAí está um tema importante para os dias que vivemos!
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