O GETSÊMANI DE CADA UM
Irmãos:
Jesus, sabendo a hora da suprema ingratidão, convocou seus amigos apóstolos para um recolhimento no Monte das Oliveiras.
Juntos, subiram aquele Monte.
Dizem-nos os Evangelistas que ali houve o fenômeno da exsudação em sangue, no corpo de Jesus.
A hora era de angústia...
Jesus teria dito ao Pai:
— Evita-me Senhor desse beber
Passe de mim esse cálice
Mas, sobretudo, faça-se a Sua Vontade, não a minha.
A noite era calma, o ar acolhedor, a relva macia, os seres vivos noctívagos, todos ativos... Só os amigos do Homem dormiam e não partilhavam da Sua dor moral, para poder minimizá-la, fosse pelo menos com um olhar solidário.
Momentos de infinita tristeza, quando um amigo busca seus pares e os encontra dormindo...
Essa é a narração testamental.
Decorridos tantos séculos, somos convidados a refletir que certamente os fatos podem até terem sido esses. O que precisamos descobrir, bem no nosso íntimo é se verdadeiramente Jesus esteve sujeito a angústias, a tristezas infindas e principalmente se teria pedido a Deus mudança no curso dos fatos.
Podemos, isso sim, com muito respeito e dedução, considerar que os fatos desenrolados no Getsêmani foram palco excelente de uma plantação feita pelo Mestre, para uma colheita a longo prazo.
Até o fim dos séculos, todo aquele que sentir na pele ou na alma o peso da ingratidão, estigma do egoísmo humano, não a ponto de suar sangue, mas quase a ensandecer-se, terá o nunca desmentido e às vezes deslembrado, contudo sempre presente, apoio da mão amiga de Jesus!
São d’Êle as abençoadas promessas de ajuda para todos, por todos os séculos. Vinte já se passaram e os comprovantes têm-nos aqueles que a Ele recorreram, como também, e até mesmo, os que ainda não O conhecem.
Todos temos o nosso Getsêmani.
Jesus, humilde e exemplar, teve o seu, com a diferença que se todos tínhamos, temos e teremos Deus conosco, na hora do sofrimento, passamos a contar, a partir do Monte das Oliveiras, também com o Mestre; e, ademais, após um sofrimento não nos aguarda vil martírio, porém a santa e gloriosa resplandecência da acolhida fraterna e bendita da paz que nos dá o entendimento irrecusável proporcionado pelas luzes do Espiritismo, acerca das colheitas...
Como se vê, Jesus plantou no Getsêmani para nós colhermos para sempre.
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(Mensagem do Espírito Domitila, psicografia de E.Kühl, transcrita do livro “Ancoras de Luz”, 2003, Edit.LEB, Bagé/RS, Edição esgotada)
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