DOR SUPREMA
(Antônio
dos Reis Carvalho)*
Dizem que amar sem ser também amado
É das desgraças a maior desgraça.
E é a do desengano amarga taça
Que tem mais corações envenenado.
O amante sofre, pensa alucinado
Pela ânsia de um desejo que não passa...
Para acalmá-lo é vão tudo que faça,
Nada consola o amor desenganado.
No entanto dor maior existe ainda,
Dor sem remédio, dor que nunca finda,
E que embalde no peito sufocamos.
É a mágoa de amar e amado embora,
Ter de calar o amor que nos devora
Jamais poder dizer que nos amamos.
*Antonio dos Reis
Carvalho (1874/1946)
Escritor, jornalista e poeta brasileiro.
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Este
comovente soneto encontra-se inserido no contexto de um belíssimo romance do
livro “Sempre há uma esperança”, autor espiritual Roboels, psicografia de
Eurípedes Kühl, 1995,
Ed.
PETIT, SP/SP.
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