Existência terrena e a covid-19
Nos
tristes momentos atuais da pandemia provocada pela covid-19[1], com milhares de famílias — praticamente em todos
os países — sofrendo a inesperada e trágica perda de entes queridos, certamente
são consoladoras as premissas do Espiritismo a respeito das existências
terrenas – início e fim...
Visão espírita
Nascemos e
morremos muitas vezes...
Sempre
caridosamente destinados, por Deus, a um dia vivenciarmos a felicidade plena,
obtida por merecimento, mas também quando toda a Humanidade — toda —, for feliz.
Pelas Leis
Naturais, Divinas, no instante de cada renascimento físico nosso (reencarnação),
inicia-se, segundo a segundo, a contagem regressiva para o término de mais uma
existência terrena: a morte.
Morre apenas o
organismo físico, já que o Espírito é imortal, mas terá perispírito enquanto
precisar reencarnar neste planeta, ou em outros. Então, se ocorrer nova série
de reencarnações em outro mundo, dele o Espírito apropriará elementos
formadores de um novo perispírito.
A quantidade de
existências físicas é ilimitada, até ser alcançada a condição de Espírito puro, quando então não mais
ocorrerá a compulsoriedade reencarnatória. Nesse caso, os perispíritos não mais
utilizados reverterão ao Fluido Cósmico, de onde se originaram.
Dessa forma, a
morte não é castigo, prêmio ou acaso.
É, apenas, o
fim de mais uma etapa terrena, sempre com o projeto divino proporcionando
conquista de novos aprendizados e oportunidades de mais evolução moral, sob
tutela do Tempo.
Esse fim de
cada ciclo terreno encerra, em si mesmo, aquilo que a Bondade do Criador
engendrou para todos que criou.
Esta afirmação
não se reveste de inconsequência ou de masoquismo: se desconhecemos por que
alguém morre, jamais deveremos esquecer a Sabedoria e Amor do Grande Pai...
Assim, a
duração de cada existência terrena é regulada por um “relógio divino”, com amor,
sabedoria e justiça — Divinos!
São tantos os caridosos mecanismos divinos que
compõem o inexorável fenômeno “morte”, que qualquer análise deve revestir-se do
maior respeito, tanto pelos que partiram, quanto por seus familiares, quase
sempre visitados inesperadamente por tão triste acontecimento com o ser amado.
A literatura
espírita registra casos sobre a morte, raros, nos quais ocorre, ora moratória, ora antecipação, sob supervisão do Plano Maior e a cargo de Espíritos
elevados. No primeiro caso, provavelmente a vida física se alonga por
determinado tempo, no qual o desencarnante cumpre ou conclui abençoada tarefa
de ajuda; já no segundo é interrompida a vida física daquele que desencarna, a benefício
próprio, por razões que só a Justiça Divina conhece.[2]
Reflexões da antecipação
da morte, por suicídio, não cabem neste texto, sendo objeto de considerações em
outro artigo.
Se não houvesse
a morte todos os seres vivos envelheceriam sem parar, criando situação
impensável na Humanidade...
Isso posto,
reflito que a morte não é geratriz de angústias, muito menos representa um fim,
e sim, ação da Natureza, quando, pela Bondade do Pai Maior se encerra mais uma
etapa existencial, orgânica.
Tamanha e tanta
é essa Bondade que, na continuidade inexorável do Tempo, outra existência
terrena aguarda aquele que partiu (reencarnação futura)!
Aparentes e
irrecorríveis separações dos que se amam, pela morte, num primeiro instante
constituem usinas invisíveis de tristezas e saudades. Contudo, na verdade, no
avançar do Tempo há a sublime metamorfose do amor, para sempre, pois todos
morrem muitas vezes, e da mesma forma reencarnam, e por fim, encontros e
reencontros redundarão em união para sempre! Disso não há duvidar!
É perfeitíssimo
o sistema depurativo das vidas sucessivas, que reaproxima, recompõe, reúne e
pacifica Espíritos, formando famílias, terrenas ou espirituais, sempre
enlaçando-as por amor, convergindo depois para o amor integral, recíproco, de
todos para com todos, formando a grande família universal.
Engana-se quem
acredita que a morte implode, para sempre, recíprocas lembranças de cada
existência terrena, e enterra, com os despojos dos que partiram, o amor pelo
qual a própria Vida os uniu, em vários lugares, em multiplicadas etapas do
Tempo, consolidando e eternizando-o por fim...
Deus — Amor,
Sabedoria e Justiça, integrais — não nos criaria dotados de emoções,
sentimentos e memória, para que a morte nos apartasse dos entes queridos e
demitisse de tudo, máxime do Amor!
[1]
COVID-19
= Doença causada pelo coronavírus SARS-CoV-2. Apresenta quadro clínico que
varia de infecções assintomáticas a quadros respiratórios graves – Notas da
Internet.
[2]
Moratoria ou desencarnação antecipada: sobre ambas o
leitor encontrará explicações detalhadas na net, na Revista O Consolador, nºs
234, de 06.11.2011 e 335, de 27.10.2013.
Lindo e preciso texto Sr Eurípedes, quantos irmãos nossos se beneficiarão com informações tão relevantes, dando continuidade ao processo educativo para a iluminação constante dos seres, Deus seja louvado nos atos nobres de seus filhos, cada vez mais conscientes, ab
ResponderExcluirQue Jesus nos abençoe. Muito obrigado por suas e incentivadoras palavras.
ResponderExcluir