Um solitário
andarilho jornadeava pelas estradas do mundo, sem destino almejado: sua sina
era apenas a de caminhar. Dificilmente
retornava a uma estrada em que já houvesse anteriormente palmilhado: ia sempre
para o Sul.
Numa tarde de
sol escaldante, como tantas outras, caminhando já com grande cansaço, com fome
e sede, passou por ele um caminhão, em alta velocidade e quase o tirou da
margem da estrada, pela ação do deslocamento do ar, face a velocidade imprimida
ao veículo.
Porém, algo de
interessante, conquanto rotineiro, aconteceu: do alto do caminhão uma manga
saltou da caixa de embalagem e veio ter aos pés do andarilho.
O caminhão
seguiu à frente e logo desapareceu na estrada...
O homem, mal
acreditando no feliz acontecimento, apanhou a manga, saudável, madura, de muito
apetitoso parecer. Por muito tempo,
quase uma hora, embevecido com aquele tesouro em suas mãos, vacilou; mas seu corpo falou mais alto e, não muito
decidido, eis que a fruta lhe constituiu alimento.
Guardou o
caroço.
Com ele viajou
ainda muitos tempos, expondo-o ao Sol.
Num dia, antes
que aquela grande semente ressecasse, cuidadosamente plantou-a num sítio
retirado da estrada. Com os recursos de
que dispunha, tratou daquela jóia que a terra abrigara por obra de suas mãos.
Sua gratidão
ao destino, qual silenciosa prece, regou o vegetal que desabrochou, tornou-se
pequenina plantinha e por algum tempo constituiu a única amizade daquele homem.
Foi embora.
Andou e andou.
Muito tempo
depois, não se sabe quanto, por inexplicável ação atrativa invisível, o
viajante de muitas viagens retornou àquela região e lembrando-se da plantinha,
que agora já devia ser árvore adulta, buscou-a com o olhar, ao longo do
horizonte. Entre incrédulo e estupefato,
viu que ali estavam dezenas, centenas, talvez milhares de mangueiras, derreadas
de frutos, iguais àquele dos tempos idos.
Porém, uma
árvore se destacava dentre as demais... no rumo Norte.
Quase que
invadindo a propriedade, correu e abraçou a amiga do passado.
E, nessa
atitude, foi surpreendido pelo administrador do pomar, que reconhecendo, após
breve diálogo, naquele homem, o início e a causa primeira daquela próspera
plantação, comovidamente abraçou-o, por sua vez, hospedando-o até o fim dos
seus dias terrenos...
Assim, caro companheiro,
toda vez que você passar por uma velha mangueira, lembre-se do testemunho
celestial de inúmeras verdades que Jesus nos informou:
- o homem
andarilho e só, somos todos nós, quando afastados do Evangelho acolhedor;
- o caminhão,
veloz e carregado de bons frutos, é o próprio Evangelho, que vai a todas as
partes, distribuindo alimento;
- a manga
perdida, nada mais é do que aquele ato de fraternidade, de um bom cristão para
um seu irmão desencaminhado;
- a planta que
nasce é símbolo de que a boa ação
encontrou eco no íntimo da alma de quem a plantou;
- a
multiplicidade de outras árvores e de incontáveis frutos, representa o
maravilhoso efeito multiplicador da parábola que contabiliza retorno de 30, 60 e até 100 por 1;
- o homem
voltar à origem é seqüência que a reencarnação bem explica e que a lógica não
desmente;
- encontrar o
senhor do pomar é ficar ao abrigo do Mestre Jesus, que, dúvidas não temos, é o
Jardineiro de Deus.
Se você puder,
plante, um dia desses, uma mangueira.
Pode acontecer
que no futuro ela venha a lhe servir de amiga.
E mesmo que
disso você não usufrua, ou nem mesmo fique sabendo se a mangueira cresceu, não
se preocupe: toda vez que alguém lança uma boa semente na terra e dela trata
com amor, a incumbência da germinação e proliferação passa a ser de Deus - e
Deus nunca falha!
(Mensagem do Espírito Josué, psicografia do médium Eurípedes Kühl, do livro Âncoras de Luz, 2003, Editora LEB - Edição esgotada)
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(Mensagem do Espírito Josué, psicografia do médium Eurípedes Kühl, do livro Âncoras de Luz, 2003, Editora LEB - Edição esgotada)
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