(Texto extraído do livro “Genética... Além da Biologia”, Eurípedes Kühl, Editora Fonte Viva – BH/MG, 2004)
Questão 67. Se o embrião for congelado, qual a situação do Espírito ligado a ele?
— Essa questão é, talvez, a de maior alcance e interesse da genômica.
As considerações sobre os embriões congelados trilham sobre o fio da navalha de algo tão transcendental, já largamente sendo experimentado pelos geneticistas e embriologistas: manipulação, aproveitamento, armazenamento, descarte...
O embrião manipulado em laboratório, poderá ter duas destinações: uma, para fertilização assistida, caso em que a ligação do Espírito ocorrerá da mesma forma como se dá ao natural; outra, para produção de células-tronco, para fins terapêuticos, sendo de supor que não haverá Espírito ligado a ele. Só suposição, pois certeza, só o Plano Maior tem...
- Embriões congelados
Na fertilização assistida, vários embriões são manipulados, dos quais, normalmente, quatro são implantados no útero e os demais, mantidos congelados, para eventual repetência da fertilização, caso não prospere a tentativa anterior (tem sido um problema ético mundial o descarte dos embriões congelados que já não mais interessam ao casal).
Mas também estão sendo manipulados embriões, para pesquisas, os quais permanecem congelados. Também há congelamento de células germinativas (gametas):óvulos e espermatozóides.
Vemos assim, que os embriões podem ter duas finalidades: uma reprodutiva, outra para pesquisas laboratoriais.
O nó górdio da questão é saber em qual embrião, seja para uma ou para outra destinação, há ou não Espírito a ele ligado, posto que em “A Gênese”, cap. XI, item n° 18, consta que na fecundação ocorre uma expansão do perispírito daquele que irá reencarnar, atraindo-o, irresistivelmente e à medida que o feto se desenvolve, esse laço espiritual se encurta. Repetindo o que já enfatizamos, homem algum do mundo tem conhecimento se no embrião há ou não um Espírito a ele ligado.
Se um embrião ao qual está ligado um Espírito for conduzido ao congelamento — seja para pesquisa ou para futura reencarnação — e assim permanecer por longo tempo, em demorado estágio, podemos aventar algumas hipóteses espirituais que justifiquem tal condição, certamente muito desconfortável, para não dizermos sofredora:
Na hipótese formulada pela pergunta acima, a de que há embriões congelados com ligação espiritual efetuada, imaginamos que podem ocorrer as seguintes situações:
a. ali está um Espírito que se ofereceu, voluntariamente, para participar do progresso da ciência terrena, por ser dela devedor, em vidas passadas; o período do congelamento (prisional), qual casulo impenetrável, o obrigará ao mutismo e às reflexões de ajustamento futuro; isso lhe é benéfico!
b. ali está um Espírito “semimorto”, transferido de um tormentoso e prolongado sono na Espiritualidade (povoado de maus sonhos), em vias de condicionar-se a futura reencarnação, pois talvez ali o sono lhe seja mais tranqüilo e recuperador!
CÉLULAS-TRONCO
54. O Espiritismo seria contrário à utilização das células-tronco dos blastócitos?
— No Espiritismo, obviamente, não há registro de células-tronco (CT).
Não obstante, o mérito de qualquer ação terá sempre alguma conotação com os ensinos de Jesus, e aí sim, encontraremos no Espiritismo, alicerce seguro para opinar.
É assim que nós, espíritas, somos radicalmente contrários à utilização do embrião, mesmo que na fase de blastócito, com utilização de células-tronco (embrionárias), para fins de clonagem terapêutica.
Sabemos, pela questão n° 344 de “O Livro dos Espíritos” que na concepção inicia-se a ligação da alma ao corpo. Logo, tal procedimento constitui um aborto — crime, segundo leis da Vida e por conseguinte, diante de Deus.
Alguém poderá argumentar que o Espiritismo esclarece que há corpos sem alma (questões n° 136.a e 136.b de “O Livro dos Espíritos”) e assim sendo, o descarte de tais embriões, após deles serem extraídas as células-tronco, não constituiria aborto...
Muito bem.
Contra-argumentamos, com uma pergunta: quem, na face da Terra, pode afirmar em qual embrião inexiste a ligação de um Espírito?...
Aliás, Deus, na Sua bondade infinita, no tempo certo (antes que o uso das CT acontecesse) já permitiu à ciência descobrir que todos os indivíduos, mesmo e principalmente os adultos, têm células-tronco em si mesmos, propiciando auto-emprego com rejeição “zero”, o que dispensa as alienígenas, vindas de embriões. Ou de doadores outros!
Assim, reiteramos que a descoberta das células-tronco constituem, num primeiro passo, a certeza de que essa é bênção até aqui alcançada pelas pesquisas com a clonagem, abrindo um inimaginável leque de opções na cura de doenças graves, recomposição de órgãos, etc. Bênção incalculável, sublime!
Já a utilização segura das CT, num segundo passo, é justa expectativa, empolgando o Espírito confiante e acenando ao corpo doente, com a maior de todas as forças da fé: a esperança!
01.JUNHO.2005: Vamos acrescentar alguns comentários correlatos ao tema e que não constam do livro supra referenciado.
- No 5º Congresso Nacional da Associação Médico-Espírita do Brasil foi realizado em São Paulo, em três dias de discussões (26 a 28 de maio/2005) sobre medicina, ciência e espiritualidade no cuidado com o paciente.
Participaram 850 profissionais de saúde de todo país, 45 palestrantes em 41 palestras, que mostraram as mais recentes pesquisas e as terapêuticas, discutiram a ética diante dos avanços da medicina e novos paradigmas do medico espírita.
O evento terminou com a divulgação da “Carta S.Paulo de Princípios de uma Bioética Espírita”, documento da entidade que se posiciona contra o uso de embriões congelados para experiência cientifica, contra o aborto (inclusive de anencéfalos), contra a pílula do dia seguinte e contra a eutanásia e a distanásia.
Carta de Princípios de uma Bioética Espírita - Carta S.Paulo
Em relação ao aborto: nosso paradigma é o personalista espírita (contempla a dignidade ontológica, a partir do zigoto, onde inicia a vida) a vida é um bem indispensável, uma doação. O Ser Supremo, que a doa, está presente no micro e no macroscópico. Verdades evidenciadas nas pesquisas científicas, tanto pela origem da vida, quanto da embriogênese e psiquismo fetal, tendo em vista que os cientistas não definiram o que é vida e não conseguiram cria-la em laboratório.
(...)
Em relação às células-tronco: considerando que as pesquisas com células-tronco embrionárias são incipientes, com alto risco de originarem tumores, eticamente discutíveis, passíveis de provocar rejeição e realizadas com esquecimento da possibilidade da existência de vida espiritual, somos contrários à sua utilização. Considerando que as pesquisas mais recentes têm mostrado maior potencialidade das células-tronco adultas e com menor risco de rejeição ou de provocar tumores e já com bons resultados nas leucemias, cardiopatias, AVC, etc, somos favoráveis à sua utilização.
(...) (Associação Médico-Espírita do Brasil - V Congresso Nacional Médico-Espírita - São Paulo, 28 de maio de 2005)
08.Junho.2005 – O jornal “Folha de S.Paulo”, desta data, em seu caderno “CIÊNCIA”, publica longa entrevista do médico sul-coreano Dr Woo-Suk Hwang (responsável pelo grupo que criou os primeiros embriões humanos clonados e conseguiu derivar deles células-tronco). Nessa entrevista o Dr Woo declara textualmente que é impossível copiar ser humano, pelo menos com o conhecimento atual, pois os óvulos humanos são muito finos e frágeis e obter células-tronco a partir de embriões clonados é muito difícil.
“Até agora ninguém conseguiu um embrião humano clonado viável. Jamais”, disse.
Na mesma data e no mesmo jornal, agora na coluna “OPINIÃO”, encontramos substanciosa matéria sobre células-tronco, em que três conceituados personagens brasileiros, pesquisadores do assunto, se posicionam visceralmente contra o emprego de células-tronco embrionárias. Contemplam, os três, a utilização das células-tronco adultas – clonagem terapêutica, jamais a reprodutiva.
Essa é 100% a nossa opinião, até onde pudemos alicerçá-la no Espiritismo.
— Essa questão é, talvez, a de maior alcance e interesse da genômica.
As considerações sobre os embriões congelados trilham sobre o fio da navalha de algo tão transcendental, já largamente sendo experimentado pelos geneticistas e embriologistas: manipulação, aproveitamento, armazenamento, descarte...
O embrião manipulado em laboratório, poderá ter duas destinações: uma, para fertilização assistida, caso em que a ligação do Espírito ocorrerá da mesma forma como se dá ao natural; outra, para produção de células-tronco, para fins terapêuticos, sendo de supor que não haverá Espírito ligado a ele. Só suposição, pois certeza, só o Plano Maior tem...
- Embriões congelados
Na fertilização assistida, vários embriões são manipulados, dos quais, normalmente, quatro são implantados no útero e os demais, mantidos congelados, para eventual repetência da fertilização, caso não prospere a tentativa anterior (tem sido um problema ético mundial o descarte dos embriões congelados que já não mais interessam ao casal).
Mas também estão sendo manipulados embriões, para pesquisas, os quais permanecem congelados. Também há congelamento de células germinativas (gametas):óvulos e espermatozóides.
Vemos assim, que os embriões podem ter duas finalidades: uma reprodutiva, outra para pesquisas laboratoriais.
O nó górdio da questão é saber em qual embrião, seja para uma ou para outra destinação, há ou não Espírito a ele ligado, posto que em “A Gênese”, cap. XI, item n° 18, consta que na fecundação ocorre uma expansão do perispírito daquele que irá reencarnar, atraindo-o, irresistivelmente e à medida que o feto se desenvolve, esse laço espiritual se encurta. Repetindo o que já enfatizamos, homem algum do mundo tem conhecimento se no embrião há ou não um Espírito a ele ligado.
Se um embrião ao qual está ligado um Espírito for conduzido ao congelamento — seja para pesquisa ou para futura reencarnação — e assim permanecer por longo tempo, em demorado estágio, podemos aventar algumas hipóteses espirituais que justifiquem tal condição, certamente muito desconfortável, para não dizermos sofredora:
Na hipótese formulada pela pergunta acima, a de que há embriões congelados com ligação espiritual efetuada, imaginamos que podem ocorrer as seguintes situações:
a. ali está um Espírito que se ofereceu, voluntariamente, para participar do progresso da ciência terrena, por ser dela devedor, em vidas passadas; o período do congelamento (prisional), qual casulo impenetrável, o obrigará ao mutismo e às reflexões de ajustamento futuro; isso lhe é benéfico!
b. ali está um Espírito “semimorto”, transferido de um tormentoso e prolongado sono na Espiritualidade (povoado de maus sonhos), em vias de condicionar-se a futura reencarnação, pois talvez ali o sono lhe seja mais tranqüilo e recuperador!
OBS: O autor espiritual André Luiz, no cap. 27 do livro “Nosso Lar”, refere-se a Espíritos adormecidos há longo tempo em uma câmara da Colônia Espiritual (do mesmo nome da obra), sofrendo pesadelos sinistros. Inferimos que a transferência de alguns desses Espíritos para tais embriões poderá representar um primeiro passo para futura reencarnação, vez que permaneceriam no sono que antecede à reencarnação (questões n°s 345 e 351 de “O Livro dos Espíritos”), ao tempo que estariam auxiliando o progresso da ciência terrena, captando tal crédito;c. ali está um Espírito que durante sua(s) existência(s) terrena(s) amealhou inúmeros inimigos, por causa do seu grande poder e procedimento cruel, que pode até ter causado milhares de vítimas, as quais, agora no Plano Espiritual, perseguem-no obstinadamente, com propósitos vingativos; se esse Espírito for alocado num embrião congelado isso lhe proporcionará abrigo (esconderijo) indevassável, constituindo isso defesa contra tantos vingadores. Simultaneamente, receberá tratamento espiritual a cargo de enfermeiros espirituais, podendo arrepender-se e iniciar processo de reconstrução moral. Quanto mais tempo ali permanecer, maior a chance dos perseguidores evoluírem e abandonarem a idéia de vingança, ou, no mínimo, reencarnarem e temporariamente concederem trégua para esse Espírito, assim contemplado com bênção inapreciável!
CÉLULAS-TRONCO
54. O Espiritismo seria contrário à utilização das células-tronco dos blastócitos?
— No Espiritismo, obviamente, não há registro de células-tronco (CT).
Não obstante, o mérito de qualquer ação terá sempre alguma conotação com os ensinos de Jesus, e aí sim, encontraremos no Espiritismo, alicerce seguro para opinar.
É assim que nós, espíritas, somos radicalmente contrários à utilização do embrião, mesmo que na fase de blastócito, com utilização de células-tronco (embrionárias), para fins de clonagem terapêutica.
Sabemos, pela questão n° 344 de “O Livro dos Espíritos” que na concepção inicia-se a ligação da alma ao corpo. Logo, tal procedimento constitui um aborto — crime, segundo leis da Vida e por conseguinte, diante de Deus.
Alguém poderá argumentar que o Espiritismo esclarece que há corpos sem alma (questões n° 136.a e 136.b de “O Livro dos Espíritos”) e assim sendo, o descarte de tais embriões, após deles serem extraídas as células-tronco, não constituiria aborto...
Muito bem.
Contra-argumentamos, com uma pergunta: quem, na face da Terra, pode afirmar em qual embrião inexiste a ligação de um Espírito?...
Aliás, Deus, na Sua bondade infinita, no tempo certo (antes que o uso das CT acontecesse) já permitiu à ciência descobrir que todos os indivíduos, mesmo e principalmente os adultos, têm células-tronco em si mesmos, propiciando auto-emprego com rejeição “zero”, o que dispensa as alienígenas, vindas de embriões. Ou de doadores outros!
Assim, reiteramos que a descoberta das células-tronco constituem, num primeiro passo, a certeza de que essa é bênção até aqui alcançada pelas pesquisas com a clonagem, abrindo um inimaginável leque de opções na cura de doenças graves, recomposição de órgãos, etc. Bênção incalculável, sublime!
Já a utilização segura das CT, num segundo passo, é justa expectativa, empolgando o Espírito confiante e acenando ao corpo doente, com a maior de todas as forças da fé: a esperança!
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01.JUNHO.2005: Vamos acrescentar alguns comentários correlatos ao tema e que não constam do livro supra referenciado.
- No 5º Congresso Nacional da Associação Médico-Espírita do Brasil foi realizado em São Paulo, em três dias de discussões (26 a 28 de maio/2005) sobre medicina, ciência e espiritualidade no cuidado com o paciente.
Participaram 850 profissionais de saúde de todo país, 45 palestrantes em 41 palestras, que mostraram as mais recentes pesquisas e as terapêuticas, discutiram a ética diante dos avanços da medicina e novos paradigmas do medico espírita.
O evento terminou com a divulgação da “Carta S.Paulo de Princípios de uma Bioética Espírita”, documento da entidade que se posiciona contra o uso de embriões congelados para experiência cientifica, contra o aborto (inclusive de anencéfalos), contra a pílula do dia seguinte e contra a eutanásia e a distanásia.
Carta de Princípios de uma Bioética Espírita - Carta S.Paulo
Em relação ao aborto: nosso paradigma é o personalista espírita (contempla a dignidade ontológica, a partir do zigoto, onde inicia a vida) a vida é um bem indispensável, uma doação. O Ser Supremo, que a doa, está presente no micro e no macroscópico. Verdades evidenciadas nas pesquisas científicas, tanto pela origem da vida, quanto da embriogênese e psiquismo fetal, tendo em vista que os cientistas não definiram o que é vida e não conseguiram cria-la em laboratório.
(...)
Em relação às células-tronco: considerando que as pesquisas com células-tronco embrionárias são incipientes, com alto risco de originarem tumores, eticamente discutíveis, passíveis de provocar rejeição e realizadas com esquecimento da possibilidade da existência de vida espiritual, somos contrários à sua utilização. Considerando que as pesquisas mais recentes têm mostrado maior potencialidade das células-tronco adultas e com menor risco de rejeição ou de provocar tumores e já com bons resultados nas leucemias, cardiopatias, AVC, etc, somos favoráveis à sua utilização.
(...) (Associação Médico-Espírita do Brasil - V Congresso Nacional Médico-Espírita - São Paulo, 28 de maio de 2005)
08.Junho.2005 – O jornal “Folha de S.Paulo”, desta data, em seu caderno “CIÊNCIA”, publica longa entrevista do médico sul-coreano Dr Woo-Suk Hwang (responsável pelo grupo que criou os primeiros embriões humanos clonados e conseguiu derivar deles células-tronco). Nessa entrevista o Dr Woo declara textualmente que é impossível copiar ser humano, pelo menos com o conhecimento atual, pois os óvulos humanos são muito finos e frágeis e obter células-tronco a partir de embriões clonados é muito difícil.
“Até agora ninguém conseguiu um embrião humano clonado viável. Jamais”, disse.
Na mesma data e no mesmo jornal, agora na coluna “OPINIÃO”, encontramos substanciosa matéria sobre células-tronco, em que três conceituados personagens brasileiros, pesquisadores do assunto, se posicionam visceralmente contra o emprego de células-tronco embrionárias. Contemplam, os três, a utilização das células-tronco adultas – clonagem terapêutica, jamais a reprodutiva.
Essa é 100% a nossa opinião, até onde pudemos alicerçá-la no Espiritismo.
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