─ O que caracteriza
um vício?
R: Defeito
que torna alguém inadequado a determinado fim; tendência para determinado mal;
disposição contumaz para o mal; costume moralmente censurável; hábito nocivo.
Para falarmos
sobre vícios e drogas, falemos primeiro sobre a vida de cada ser.
1. A FAMÍLIA
1.1 - Origem
dos agrupamentos familiares
A família é uma instituição divina: sob supervisão
de Espíritos moralmente elevados, formam-se, ainda no plano espiritual, os
agrupamentos familiares.
Para a elaboração das coordenadas da futura família
terrestre, aqueles protetores espirituais, quase sempre, convocam os Espíritos
que irão compô-la, a breve tempo de reencarnação.
Embora uma que outra família, tenha a união com base
em laços de amor, visando a realização terrena de tarefas missionárias, a
benefício da Humanidade, na maioria as uniões familiares se dão por fortes elos
de ódio, justamente para que tais elos se dissipem.
Geralmente, na família estão
parentes da segunda vertente. Eis o que a respeito leciona o Espírito Emmanuel,
à questão 175 de "O CONSOLADOR", Ed.FEB, Rio/RJ: "purificadas as
afeições, acima dos laços do sangue, o sagrado instituto da família se perpetua
no Infinito, através dos laços imperecíveis do Espírito".
Dessa forma, o consórcio familiar resulta de acordos
realizados ainda na Espiritualidade, não raro sob supervisão de mentores, nada
obstando que exista também aquele cujo compromisso é assumido pelo
livre-arbítrio dos que irão vivenciá-lo.
OBS: Em
"Estudando a Mediunidade", Cap XVIII, Ed. FEB, Martins Peralva
comenta sobre os cinco tipos de casamentos (acidentais,
provacionais, sacrificiais, afins, transcendentes). Vale a pena conhecer
tais comentários, que são desdobramento das informações prestadas pelo Espírito
André Luiz, no Cap 14 de "Nos Domínios da Mediunidade", Ed.FEB.
1.2 - O amor
ou ódio entre familiares
- A questão 939 de "O Livro dos Espíritos"
comenta o caso das uniões que começam com amor e terminam em ódio.
Kardec sugere a existência de dois tipos de
afeições: as do corpo e as do espírito.
A primeira acaba em desilusão. A segunda,
perpetua-se.
Ainda Kardec, em "O Evangelho Segundo o
Espiritismo", no capítulo XIV, registra que os laços de sangue não
estabelecem, necessariamente, os laços do Espírito: se numa família encarnam
Espíritos simpáticos, quase sempre, o contrário pode ocorrer e aí, somente o
Espiritismo poderá iluminar essa complicada questão, através dos postulados da
reencarnação (vidas sucessivas).
Emmanuel, em "Vida e Sexo", capítulo 13,
Ed.FEB, alerta para o cuidado de dois seres que uniram-se devem ter quando
entre eles surge alguém: quase sempre
é o passado retornando...
E no capítulo 15, falando sobre
"Desvinculações", reflete que quando dois seres que se amam cometem
enganos e erros, em vidas futuras podem voltar na posição de pais e filhos e é
aí que, no enternecimento do lar, a ternura vivenciada asserenará tais almas e
purificará esse amor. Não é raro
verificar-se nos lares que os pequeninos, com a amnésia natural da infância,
logo demonstram inclinações descontroladas, pelo pai ou pela mãe — meninos,
pela mãe; meninas, pelo pai.
Esses reencontros não acontecem em todos os lares,
adverte aquele Instrutor Espiritual, mas onde surgem, caracterizam sempre uma
oportunidade de desvinculação.
Interessante registrar que Sigmund Freud
(1856-1939), o "pai da Psicanálise", analisando tais ocorrências
(vinculações entre filhos e pais), estabeleceu o chamado Complexo de Édipo (maior atração do filho pela mãe, do que pelo
pai). Curioso que Freud nada registrasse sobre a recíproca: meninas que
demonstram maior apego ao pai. Disso incumbiu-se Carl Gustav Jung (1875-1961),
aluno de Freud, que interpôs o Complexo
de Electra ao de Édipo,
referindo-se mais a mulheres que, sentindo a perda de uma relação infantil com
o pai, não conseguem preencher o vazio emocional deixado por essa perda,
passando a isolar-se e a ter dificuldades nos relacionamentos amorosos.
Ambos os notáveis cientistas, para tanto,
socorreram-se da mitologia grega, mas deixaram descoloridos esses preciosos
estudos ao deles excluir (por força do cientificismo oficial reinante?) os
postulados da reencarnação — que conheciam —, cuja irretorquível lógica os explicita.
No caso da desagregação familiar, atualmente de
forma avassaladora, não se pode debitá-la apenas às injunções modernas (pais no
trabalho, filhos criados por babás, programas televisivos inconvenientes, o
"cativeiro" da Internet,
etc.). Se em seu bojo a modernidade impõe desenfreado consumismo, com os filhos
querendo ficar "na moda", para tanto obrigando os pais a trabalharem
mais, a resultante será diminuição do tempo deles (os pais) junto à
família. Não satisfeitas as exigências
dos filhos, eles e os pais logo serão visitados por frustrações, angústias,
estresse, tudo desembocando em perigosa depressão. Aí...
2. DROGAS –
Legais ou ilegais
— Por que
alguém vai às drogas?
R: Busca de
novas sensações / Desconhecimento da finalidade da vida /
Estimulante físico e mental (vestibulandos, motoristas, jogadores,
artistas, atletas, “freqüentadores da noite”, etc); por depressão (tristeza
contínua, angústia, descrença em valores morais).
— Por que a maioria dos viciados é jovem?
R: Jovens são mais ávidos de "novidades"
(no caso, por curiosidade) / Por rebeldia
/ Busca de auto-afirmação, às
vezes não encontrada no lar, onde sentem-se rejeitados.
R:— Qual o primeiro passo para o vício? O álcool?
R: Sim. Em geral, é o álcool. Nas "festinhas
familiares", comemorando-se o "primeiro aninho" do filho, quase
sempre os pais molham a chupeta dele, na cerveja ou no uísque, para que "a
criança não fique com vontade...".
— Qual seria o segundo passo? O cigarro?
R: O cigarro! Em 100% dos casos, por imitação. Ou
dos pais, ou dos colegas, ou dos astros de filmes e televisão, etc. O tabagismo não se dá por curiosidade, mas
sim é fruto de indução. Há até um costume masculino bobo: presentear amigos com
charutos, quando nascem filhos...
— Então os filhos podem ir ao vício, a partir do
exemplo dos pais?
R: Certamente. Pai e mãe, tensos ou felizes, fumando
e bebendo, em suas frustrações ou nos seus sucessos, não será de espantarem-se
quando o filho, ao crescer, fizer o mesmo, pois eles próprios foram os
avalistas disso.
Nunca se deve esquecer que o pai e a mãe são
"os primeiros heróis" de toda criança, pela ascendência moral que
Deus lhes confia na criação filial.
— Há possibilidade de algum tóxico causar benefícios
físicos?
R: De um modo geral, por enquanto, raramente. A morfina, que na verdade origina-se do
ópio, é utilizada por pacientes em estado terminal, para aliviar-lhes dores
atrozes, se for o caso; por outro lado,
utilizada na busca de euforia, geralmente leva o viciado a desordens físicas e
intelectuais, anulando-lhe vontade e moral.
Atualmente estuda-se a utilização da maconha em pacientes com patologias cerebrais.
Mas, por enquanto, essas são notas pequenas, ante aquilo
tudo o que há na natureza, sempre com alguma finalidade. As plantas das quais
são extraídas as drogas, a um tempo de melhoria moral terrena, talvez se
prestem a alguma finalidade específica medicinal, hoje ainda desconhecida. Sim:
Deus não faz nem cria nada inútil!
— Há sempre danos físicos resultantes da
toxicomania?
R: Sempre. E terríveis: cativeiro orgânico e moral
(dependência) de difícil liberdade. Decadência da saúde, até à morte.
Verdadeiro "suicídio indireto".
Aliás, drogas
legais (álcool e cigarro), aliadas ou não às drogas ilegais (maconha, cocaína, crack, heroína, bem como as
sintéticas — LSD, ecstasy, etc.) constituem um verdadeiro "kit
suicídio", ao qual, via de regra, não faltam o sexo promíscuo e o crime.
— Há danos espirituais?
a. No Perispírito:
liberação do subconsciente, com lembranças distorcidas do passado; a fixação do vício resultará em danos nas
estruturas sutis, pelo que, nas próximas reencarnações, a pessoa reencarnará
com problemas inatos.
b. Vampirização: O
Espírito André Luiz, em "Nos Domínios da Mediunidade", Cap. 15,
Ed.FEB, relata como junto a fumantes e bebedores inveterados, criaturas desencarnadas
sorviam as baforadas de fumo arremessadas ao ar, ainda aquecidas pelos pulmões
que as expulsavam; outras, aspiravam o hálito de alcoólatras impenitentes.
OBS:
A propósito dessa informação de A.Luiz, vejamos "O Livro dos Espíritos":
Questão 459: Estamos
constantemente sob influência espiritual;
Questão 474: Subjugação de um
Espírito sobre um encarnado, por sua fraqueza;
Questão 475: Para afastar esse
domínio: VONTADE FIRME.
Questão 492: Todos na TERRA — do
nascimento à morte — têm um Espírito Protetor (Anjo da Guarda).
c. Destruição da defesa
espiritual: Em "Evolução em Dois Mundos", capítulo 17, Ed.FEB, o
Espírito A.Luiz proclama: (...) o homem
encarnado possui na aura um campo espiritual de defesa (...) na forma ovóide
(...) qual couraça vibratória (...) espécie de carapaça fluídica.
OBS: Na Revista REFORMADOR/Outubro-1997,
da FEB, há artigo sobre o tabagismo,
expondo como essa tela se rompe, formando buracos, por onde penetram energias
bastardas.
De nossa parte, talvez nos
seja lícito imaginar que o mesmo há de ocorrer com os demais vícios, ou ante a
prática da crueldade, suicídio, aborto, hipocondria e na eutanásia.
3. PREVENÇÃO À TOXICOMANIA
De longe, em primeiríssimo lugar, compete aos pais,
prevenir, proporcionando aos filhos:
- exemplos dignificantes no
lar
- educação moral, à luz do
Evangelho, enaltecendo os valores do Espírito
- transparência total no
lar: pais tratando o problema de frente, mostrando ao filho todas as injunções
sociais, morais, físicas e espirituais: do contrário, o jovem se apropriará de
verdades distorcidas, nas ruas, juntamente com o sentimento de que os pais tentaram
enganá-lo...
- atender o filho apenas nos
desejos compatíveis com a condição social da família, sem descuidar da
responsabilidade decorrente; em outras palavras: há hora para o “não”;
- acompanhamento de mudanças
de atitude (ao final, relacionamos algumas);
- acompanhamento carinhoso,
mas vigilante da vida escolar e social do filho;
- realização do momento de
preces no lar, com leitura e comentários do Evangelho (reunião semanal, no
mínimo, em dia e hora pré-determinados).
4. LIBERTAÇÃO DOS VÍCIOS
Só ocorrerá pelo próprio dependente: através da
VONTADE — ferramenta sublime!
E não estamos radicalizando: sem o impulso
libertador, "de dentro para fora", poderá ocorrer impedimento à droga
(por reclusão, internação compulsória em clínica, etc.), mas não repulsão a
ela, que é o desejável, porque definitivo.
A vontade é bênção divina, inerente a todos
os seres. No caso do viciado, não há
alternativa: somente sua vontade poderá libertá-lo; assim sendo, compete
à família, aos amigos, à pessoa que o ama, despertar-lhe essa fantástica força
— que ele tem —, mas que está momentaneamente eclipsada. Uma forma será orar por ele. Outra será
convidá-lo à reforma moral, mas de forma branda e sincera: engajando-o em
atividades assistenciais, e, em paralelo, convidando-o a freqüentar o Centro
Espírita, para assistir a palestras evangélicas, receber passes, etc. A questão
476 de “O Livro dos Espíritos” define bem isso, se considerarmos a hipótese
bastante provável de infeliz sociedade espiritual no vício.
OBS: Recordando o Apóstolo
Pedro, em sua 1ª Epístola: "Acima de tudo porém, tende amor intenso, uns
para com os outros, pois o amor cobre uma multidão de pecados".
Ajuda externa: é indispensável. Quem ajudar ao viciado, terá que
ser alguém que forme com ele um quadro de fraternidade incondicional. Ele é um
doente. Precisa de cura.
OBS: Aqui, vale lembrar
Jesus: "Os sãos não precisam de médico" (Lucas 5:31);
- Se o vício já irrompeu no lar, a família deve
tratar o problema com compreensão e muito, mas muito mesmo, diálogo. Castigos,
de qualquer espécie, só afastarão mais e mais o filho, que se sentindo
desprezado pelos seus, irá buscar reconforto em companhias outras. Geralmente,
outros viciados...
- Ainda nessa hipótese (do filho já estar viciado),
se possível, afastá-lo do convívio social a que se prendeu, inclusive levando-o
a tratamento médico. Mais do que nunca, aplicar-lhe o melhor de todos os
antídotos contra qualquer vício ou desvio comportamental:
A
EVANGELHOTERAPIA !
- - -
ALGUNS
SINTOMAS DE PESSOAS VICIADAS EM DROGAS EM GERAL:
Mudança de
humor
inapetência
(falta de apetite)
rir
perdidamente de coisas sem graça
desleixo
pessoal
falta de
interesse sexual
olhar vago
reações lentas
ler livros
referente a tóxicos
dilatação de
pupilas e olheiras
vermelhidão no
branco dos olhos (uso constante de óculos escuros)
sinais de
picadas (escondê-las, usando camisa de manga comprida)
OBS: por incrível que pareça, além do braço, a crônica médica
já
observou picadas (p/drogas) em outros lugares do corpo
manchas e
feridas que não param de coçar
irritação sem
motivo
depressão —
angústia sem motivo
queda do
rendimento escolar (pior: desistência dos estudos)
isolamento —
ouvir músicas em altíssimo volume
presença de
seringas, comprimidos e cigarros estranhos no quarto
companhias
suspeitas
desaparecimento
de valores do lar
etc.
Deve considerar-se que a
presença dos sintomas acima, não significam, necessariamente que a pessoa é
toxicômana. Algumas das condições da
vida moderna, podem fazer com que um ou alguns desses sintomas estejam
presentes em não-viciados.
Via de regra, o que
caracteriza a toxicomania, é o surgimento de sintomas, múltiplos, sem
causa(s) aparente(s) que o
justifique(m).
RIBEIRÃO
PRETO/SP
Eurípedes
Kühl
Texto muito bem feito sob um tema tão complexo e pertinente...Parabéns Euri!
ResponderExcluirboa noite Sr Euripedes, excelente texto. parabens
ResponderExcluirtenho um enteado que esta em processo de desintoxicação, e podemos ver claramente que o AMOR precisa imperar, atraves da paciencia, persistencia, pois cada pessoa tem seu tempo.