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Histórico
- Todas as civilizações ocuparam-se em estudar o
suicídio, isso porque em todas elas ele ocorreu e vem ocorrendo, desde os
tempos antigos. Exemplos:
Licurgo
(dos séc. IX e VIII a.C.) - legislador de Esparta/Grécia, se deixou morrer de fome
Cleópatra
e Antônio (ano 30 a.C.) - rainha do Egito e nobre romano
Judas,
dito Iscariotes - (ano 33 d.C.) -
Apóstolo de Jesus
Pôncio
Pilatos (ano 39 d.C.) - governador romano
Adolf
Hitler e Eva Braun - (1945) - ditador nazista e sua amante
Getúlio
Vargas - (1954) - Presidente do Brasil.
- A moderna Psicologia considera difícil determinar
as causas da maioria dos suicídios, podendo apenas explicitar vertentes dos
casos de crises agudas, delirantes, ou flagrantes de ruina. Assim, evitá-lo com
plena consciência, ou convencer outrem a não cometê-lo, nem sempre é tarefa
fácil. Não obstante, existem Entidades filantrópicas voltadas exclusivamente
para isso.
- Já o Espiritismo, porém, radiografa integralmente
o suicídio, ampliando substancialmente o tema, propiciando reflexões úteis, não
só para os suicidas em potencial, como também para todos aqueles que
caridosamente queiram e possam ajudá-los, com argumentos racionais, impeditivos
de tão equivocada "solução". Para tanto:
1° - torna visíveis as
nubladas causas que o cercam (reflexos de vidas passadas, distanciamento do
Evangelho, desconhecimento da reencarnação, etc.);
2°- apresenta meios seguros
de defesa contra tão grande anomalia espiritual;
3°- sugere a solidariedade
para com aquele que sinaliza o desejo
de se matar, através de ensinamentos espirituais convincentes;
4° - de forma racional,
lógica, esclarece o que é e adverte sobre os riscos do quase sempre ignorado
"suicídio indireto", aquele que é cometido sem intenção, mas com
inteira responsabilidade de quem o pratica (vícios, intemperança e excessos de
toda natureza).
O suicídio presente nas
diversas atividades humanas
Na Literatura
Justamente onde não deveria ocorrer, surgem
poderosas induções ao suicídio...
Exemplos:
- Johan Wolfang von Göethe (1749-1832), aclamado e erudito escritor alemão, escreveu,
dentre outros, Sofrimentos do jovem
Werther, no qual retratou sua frustrada experiência amorosa. Resultado: a
leitura desencadeou uma série tal de suicídios, que reedições chegaram a ser
proibidas.
- Arthur Schopenhauer
(1788-1860), filósofo alemão (do pessimismo), pregava (!?) que "o
querer-viver é a raiz de todos os males, de todo o sofrimento"; aduzindo
que "todos os preceitos da moral, resumem-se num só: destruir em nós, por
todos os meios, a vontade de viver".
O filósofo, ele próprio,
morreu de velhice...
- Léon Tolstói
(1828-1910), escritor russo, escrevendo sobre a desilusão do amor, lançou o
famosíssimo romance Anna Karênina,
onde a heroína, ao final de um amor frustrado, suicida-se. Em outros escritos
seus, encerrou os dramas íntimos dos personagens com suicídios impressionantes.
Resultado: incontáveis pessoas, na maioria jovens com frustrações amorosas,
também suicidaram, induzidas pelo equivocado desfecho,bastas vezes sugerido por
esse autor
Na Espiritualidade, Tolstói, percebendo o monumental
erro cometido e sentindo-se co-responsável por tantos suicídios, solicitou ao
Plano Maior a oportunidade de redimir-se, daí surgindo o livro Sublimação,
psicografado por Yvonne do Amaral Pereira, edição da F.E.B.
- Aurore Dupin, conhecida como George Sand (1804-1876), escritora francesa que usava trajes
masculinos, famosa por suas ligações amorosas com Chopin, é autora do romance
erótico Indiana, indutor de pessoas
ao suicídio.
No Teatro
A famosa tragédia de Shakespeare "Romeu e
Julieta", escrita em 1594, culmina com o suicídio do casal, diante da
proibição de seu relacionamento amoroso, por serem de famílias rivais.
Na Ópera
Tosca e Madame Butterfly, ambas de Puccini, terminam com suicídio de personagens.
No Patriotismo
- No Japão: os chamados kamikazes (pilotos-suicidas, de avião com explosivos, que se
atiravam sobre navios inimigos, na II Guerra Mundial), eram cultuados como heróis,
imaginando, eles próprios, que renasceriam em glórias.
- Em 1944, após malograda tentativa contra a vida de
Hitler, o marechal-de-campo alemão Erwin Hohannes Eugen Rommel (1891-1944) cometeu suicídio, forçado, para salvar a
família.
Na Religião
Nem do ambiente religioso o suicídio esteve ausente.
Por fascinação. E coletivo. Vejamos:
. 1978 - Guiana - 912
suicídios (bebida com cianureto), induzidos pelo Pastor norte-americano
"Jim Jones", líder da seita "Templo do Povo";
. 1987 - Coréia do Sul - 32 mortos (ingeriram
veneno), estando entre os mortos uma mulher de 48 anos, fundadora de uma seita
religiosa;
. 1990 - México - 12 crianças foram sacrificadas (ingestão de
álcool industrial); no local havia panfletos de uma seita denominada "Templo
do Meio-dia";
. 1993 - Vietnã - 53 vítimas (suicídio
coletivo, a tiros), liderados pelo cego Ca Van Liem
. 1993 - EUA (Texas) - depois de 15 dias de
cerco policial, 81 fanáticos seguidores do Ramo Davidiano — uma nova seita
religiosa — preferiram morrer na sua sede, que incendiaram, a entregarem-se às
autoridades norte-americanas, quando receberam ordem de desocupá-la.
O fato, pela sua
dramaticidade e desfecho, causou comoção mundial, deixando atônitas as próprias
autoridades norte-americanas. Alguns
dias antes, quatro policiais que tentavam investigar o local foram mortos ali;
. 1994 - Suíça - Seita "Ordem do Templo do
Sol" - 48 vítimas (suicídio aparente - com incêndios em duas localidades
distantes 160 km uma da outra), estando presumivelmente entre elas o líder, um
médico de 47 anos;
Nas Tradições Culturais
- No Japão, há registros de suicídios, por
adolescentes, motivados por insucessos escolares.
- Ainda no Japão: o suicídio (haraquiri — morrer com corte no ventre) esteve sempre presente na
cultura dos nobres feudais e dos samurais, sob o argumento "questões de
honra";
- Aqui mesmo, no Brasil, vários são os casos de
suicídio de índios, deprimidos ante a perda de seus costumes, motivada pelas
transformações decorrentes do avanço da moderna civilização.
"Causas primárias" e "Causas secundárias" do
suicídio
Separadas ou juntas, tais causas resultam na depressão
— tristeza profunda e prolongada —(doença que sempre acometeu o homem),
atualmente cognominada de doença do
século.
E da depressão ao suicídio... um passo.
É fato comprovado que a maioria dos suicidas, senão
todos, deram e dão "sinais indiretos" — avisos —, de que pretendem se
matar. Captar tais sinais nas pessoas à sua volta e envidar todos os esforços
para que isso não aconteça, esse o dever cristão que se impõe a todos.
É fato também que nem todas as pessoas que são atingidas
por crises ou que apresentam tais sinais, irão sequer pensar no suicídio,
tentando, isto sim, soluções racionais para os problemas.
A seguir, eis alguns desses sinais, que podem
levar algumas pessoas a desvalorizar a vida:
a. Causas primárias - que podem ser
consideradas indutoras ao suicídio:
- Decepções / Frustrações : diante de perdas
(amorosas, profissionais, familiares)
- Dificuldades financeiras
(endividamento-insolvência / crises inopinadas no mercado, etc.)
- Desemprego (perda abrupta ou continuada)
- Solidão / Tédio : ausência de objetivos
existenciais
- Doenças graves : busca de "ida" para um
lugar sem dor
- Vícios : alcoolismo / toxicomania / jogar
compulsivamente, com perdas irreparáveis
- Neuroses : auto-piedade exacerbada do tipo :
"todo mundo está contra mim"
- Psicoses : suicídio, como vingança, para fazer
sofrer alguém ("os que ficam")
- Receio manifesto de ser preso, após ter cometido
delitos graves
- Materialismo acentuado : desconhecimento da
imortalidade do Espírito
b. Causas secundárias - manifestas por diversos sintomas, tais como:
- Queda de produção do trabalho ou do rendimento
escolar
- Mudanças súbitas de comportamento e/ou de
personalidade
- Descuidos com: compromissos / horários / a
aparência física, etc.
- Sinais de (auto)mutilação
- Choro ou
risos inexplicáveis / falta ou excesso
de apetite / sonolência ou insônia
- Uso de álcool e/ou de drogas ilegais ou mesmo uso
exagerado de remédios
- Distanciamento de amigos e familiares
- Frases do tipo: "não agüento mais viver
assim"; "...prefiro
morrer"; "essa vida é uma
droga".
Antídoto contra o suicídio
Três são os poderosos antídotos contra o suicídio:
1° - Amizade: oferta solidária de ajuda,
feita por aquele que perceber o estado alterado de pessoa do seu relacionamento
(apresentando depressão), com ou sem histórico de suicidomania;
2°- Calor humano : acompanhamento
desinteressado, sincero e fraternal durante a crise desse alguém, mostrando a
ele que não está sozinho, que pode contar com seu apoio incondicional;
3°- Espiritualização: o mais eficaz de todos
os antídotos.
Compreende, basicamente, a exposição da visão espírita da existência de
todos nós:
- O
homem não é apenas o corpo físico: o verdadeiro ser é o Espírito, imortal!
- O
Espírito é criado "simples e ignorante" por Deus, para progredir e
ser feliz
- O
Espírito evolui através de várias vidas (reencarnação)
- A
Justiça Divina faz com que todos sejam iguais - deveres e direitos
- A
Lei de Ação e Reação, que expressa a Justiça Divina, faz com que "a cada um,
seja dado segundo suas obras", isto é, tudo o que nos envolve ou nos alcança
é fruto que estamos colhendo, de nossas próprias pretéritas plantações
-
Berço e túmulo — nascimento e morte — são episódios inúmeras vezes repetidos
pelo Espírito imortal, na senda do progresso moral, consubstanciada na Lei
Divina de Evolução
- O afastamento do Amor a
Deus, sobre todas as coisas, e a falta de amor ao próximo como a si mesmo,
trazem dificuldades vivenciais, gerando débitos conscienciais, que cedo ou
tarde terão que ser resgatados; as vidas múltiplas ensejam tal resgate, que
manifestam-se ora por expiações
(sofrimentos), ora por provações (testes
de comportamento moral)
- A Vida é sublime
oportunidade de crescimento, através de aprendizados
- A prática desses aprendizados
nos proporcionará paz ou sofrimentos, conforme exercitemos o Bem ou o Mal,
respectivamente
- Sofrimentos são
resultantes de nossos erros, geratrizes de débitos, que também nós próprios,
cedo ou tarde, iremos pedir a Deus a oportunidade de resgatá-los
- O Amor de Deus é tanto que
Ele nos concederá tantas oportunidades quantas sejam necessárias; tais
oportunidades se manifestarão na proporção direta do merecimento alcançado
através do arrependimento sincero e da vontade inabalável de reconstrução moral
- O suicídio, como busca de solução para
qualquer crise ou problema, é o mais equivocado dos caminhos, eis que, longe de
resolvê-los, na verdade aumenta-os devastadoramente
- Testemunhos de Espíritos
que suicidaram demonstram que seus problemas permaneceram "do lado de
lá", aliás, com gravames quase que insuportáveis
- A tendência atual para o
suicídio, em muitos casos, refletem atavismo (a pessoa já o terá cometido em
vidas passadas e agora surge a tendência a essa anomalia comportamental)
- Há sempre a possibilidade
de influências obsessivas, induzindo/incentivando o suicídio
- O Tempo — para quaisquer
problemas — é bênção máxima, capaz de resolver, a contento, todos eles. Jamais
houve um único problema que o Tempo não resolvesse!
- A confiança no Amor de
Deus e na Caridade de Jesus, expressa pela fé, em oração, é o mais eficaz meio
de administrar a crise, por mais trágica que ela possa parecer.
- Leituras a serem sugeridas àqueles que tentaram ou pensam no suicídio:
a. "O Céu e o Inferno", de Allan Kardec (2ª Parte - Exemplos,
Cap V - Suicidas), registrando os depoimentos pungentes de 9 (nove) Espíritos
suicidas;
b. "Memórias de um Suicida", do Espírito C.C.Branco,
psicografia de Yvonne do Amaral Pereira, edição da Federação Espírita
Brasileira.
c. "Viver Ainda é a Melhor Saída", de Jacob Melo, Edit.
Mnêmio Túlio.
RIBEIRÃO
PRETO/SP - Em 29 de Julho de 2000 -
Eurípedes Kühl
Brilhante pesquisa e excelente artigo, irmão Eurípedes. Vou compartilhá-lo. Abraços.
ResponderExcluirParabéns, irmão. Reli seu texto e reapreciei-o com gosto.
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