segunda-feira, 12 de março de 2018

Parábola sobre a renúncia a todos os bens-síntese


12.03.18

Parábola sobre a renúncia a todos os bens - síntese
(Também conhecida como “O construtor de uma torre”)

Grandes multidões O acompanhavam. Jesus voltou-se e disse-lhes:
        — Se alguém vem a mim e não odeia seu próprio pai e mãe, mulher, filhos, irmãos, irmãs e até a própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não carrega sua cruz e não vem após mim, não pode ser meu discípulo.
        A seguir pronunciou a parábola sobre renúncia, citando que a construção de uma torre, exige cálculos: se os custos ultrapassam o que se tem, deve renunciar à construção, para não ser ridicularizado ao só construir o alicerce. Ou que rei, marchando com dez mil soldados para guerrear contra outro rei, mas vendo que este tem vinte mil soldados, não renuncia à guerra e cuida de negociar a paz? Conclui:
        — Assim como o construtor da rede e o rei, qualquer um de vós que não renunciar a tudo o que possui, não pode ser meu discípulo...
(Lucas – 14.25-33)
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Esta parábola, penso, carece de imensa reflexão, pois não é admissível que Jesus, que só pregou o amor, recomendasse àqueles que quisessem estar com Ele odiassem a toda a família e, inacreditavelmente, até a própria vida...
Por isso, o texto, pleno de alegorias, simbolismos e sentidos figurados, exige prudente interpretação da mensagem.

● Nenhum Evangelho foi escrito com Jesus entre nós, e sim, após sua morte; daí que a palavra “odiar”, como outras, sofreu várias traduções, inclusive, consta mais vezes da Bíblia (João e Mateus) e deve ser despojada de ter sido empregada por Jesus;
● Construir uma torre (lugar alto): a maior construção na existência terrena é a evolução espiritual (o Reino de Deus);
● Renunciar a tudo e seguir o Mestre pode ter sido apêndice aposto pelo biblista São Jerônimo (347-420d.C.), o que deflagraria menções católicas, clericais, sobre o celibatarismo, dali até o século XII;
● Pois, nos 1º e 2º Concílios de Latrão, respectivamente, em 1123 e 1139, foi reforçado o celibato clerical, então frequente e aceite, não por todos, mas pela maioria, que já o considerava necessário;
● Carregar a própria cruz é aceitar e superar, com resignação, as dificuldades da vida, quase sempre, criadas por nós mesmos;
● Projetos morais demandam base e condições sólidas (decisão) para obterem êxito: prudente evitar megalomania neles;
● Praticar caridade para com o próximo e as possíveis virtudes, traz a paz e será vitória na guerra contra as tentações do mundo.

Um comentário:

  1. O termo "odiar" do grego significa "amar menos". Este é o melhor sentido que se apõe às expressões de Jesus, pois muitos de nós coloca a família em primeiro lugar e Deus muito longe dela. Então aquele que amar menos ao Pai e mais à família, estará se distanciando do Verdadeiro Amor. O Amor Universal é para com todos os nossos irmãos de sangue ou não, todos os seres humanos encarnados. Mas, também, devemos amar os animais que são nossos irmãos inferiores, muitos nossos serviçais. Assim, amando irmãos humanos e animais, encontraremos o sentido do verdadeiro amor e, então, compreenderemos a grandeza do Pai e o Seu Amor inigualável para com todos nós e a forma como devemos amá-Lo através do sentimento que dediquemos aos nosso irmãos de todos os lugares deste Mundão.

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