O homem e a religião (6/6)
Para melhor ser entendido o conteúdo moral
(revelações e ensinos) da Doutrina dos Espíritos — o Espiritismo —, nada melhor
do que alinhavar suas premissas e abr angência:
Em primeiro lugar, não como definição, mas
apenas conceituando-o, pode-se dizer que:
“O Espiritismo é
o conjunto de princípios e leis, revelados pelos Espíritos Superiores, contidos
nas obr as de Allan Kardec,
constituindo tais obr as o que se
denomina Codificação
Espírita”.
Genericamente, eis suas particularidades
morais:
Revelação
● revela o que somos, de onde viemos, para
onde vamos, qual o objetivo da nossa existência e qual a justificada razão da
dor e do sofrimento;
● oferta à análise e reflexão, expondo
consequências, conceitos novos e mais aprofundados a respeito de Deus, do
Universo, dos Homens, dos Espíritos e das Leis que regem a vida;
Ensinamentos
● Deus (em primeiríssimo lugar das
considerações): é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas. É
eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom;
● o Universo: é criação de Deus.
Abrange todos os seres racionais e irracionais, animados e inanimados,
materiais e imateriais;
● Leis Divinas: todas as leis da
Natureza são leis divinas, pois que Deus é o seu autor. Abr angem
tanto as leis físicas como as leis morais; são inalteráveis, perfeitas,
imutáveis no Universo todo;
● os
mundos: além do mundo corporal, habitação dos Espíritos encarnados, que são
os homens, existe o mundo espiritual, habitação dos Espíritos desencarnados;
● Jesus: é o guia e modelo para toda
a Humanidade — a Doutrina que ensinou e exemplificou é a expressão mais pura da
Lei de Deus;
● a moral do Cristo, contida no Evangelho,
é o roteiro para a evolução segura de todos os homens, e a sua prática a
solução para todos os problemas humanos e o
objetivo a ser atingido pela Humanidade;
● evolução: no Universo há outros
mundos habitados, com seres de diferentes graus de evolução: iguais, mais
evoluídos e menos evoluídos que os homens;
● os Espíritos: são os seres
inteligentes da criação. Constituem o mundo dos Espíritos, que preexiste e sobr evive a tudo;
a. são criados
simples e ignorantes. Evoluem, intelectual e moralmente, passando de uma ordem
inferior para outra mais elevada, até a perfeição, onde gozam de inalterável
felicidade;
b. preservam sua individualidade, antes, durante e depois de cada
encarnação;
c. reencarnam tantas vezes quantas forem necessárias ao seu próprio
aprimoramento;
d. evoluem sempre: em suas múltiplas existências corpóreas
(reencarnações) podem estacionar, mas nunca regridem; a rapidez do seu
progresso intelectual e moral depende dos esforços que façam para chegar à
perfeição;
e. os bons Espíritos nos atraem para o bem, sustentam-nos nas provas da
vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação; os imperfeitos nos
induzem ao erro;
● o perispírito: é o corpo
semimaterial que reveste o Espírito e une-o ao corpo material;
● o homem: é um Espírito (revestido
de perispírito) encarnado em um corpo material;
a. tem o
livre-arbítrio para agir, mas responde pelas consequências de suas ações;
b. a vida lhe reserva penas e gozos compatíveis com o procedimento de
respeito ou não à Lei de Deus (Lei de Justiça, nesse caso caracterizando causa e efeito, ação e reação);
● a prece: é um ato de adoração a
Deus. Torna melhor o homem. Está na lei natural e é o resultado de um
sentimento inato no homem, assim como é inata a ideia da existência do Criador.
Ao pedido feito com sinceridade Deus envia sempre a assistência dos bons
Espíritos;
● mediunidade: o intercâmbio dos
Espíritos com os homens sempre existiu.
Apenas por essas revelações e ensinamentos já
se deduz que o Espiritismo abr e uma
nova era para a regeneração, primeiro, do Homem, e a seguir, da Humanidade
inteira.
Há muito mais. O
estudo das obr as de Allan Kardec é
fundamental para o correto conhecimento e a prática da Doutrina Espírita,
dentro do princípio cristão de que Deus deve ser adorado em espírito e verdade.
O Espiritismo não
impõe os seus princípios. Convida os interessados em conhecê-lo a submeterem os
seus ensinos ao crivo da razão, antes de aceitá-los. Aí, entendendo o porquê de
tudo que o cerca, em todas as suas atividades, o indivíduo se capacita a
administrar com bom senso, compreensão e resignação as naturais dificuldades
que se lhe apresentam — as provações ou expiações que o visitam na presente
existência terrena.
Parabéns, amigo! Bela e oportuna síntese do Espiritismo.
ResponderExcluirExcelente artigo, podendo, a meu ver, ser utilizado em estudos, devido à exposição didática e à riqueza de conteúdo. Parabéns!!!
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