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segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Artigo - Existência terrena


Existência terrena e a covid-19
Nos tristes momentos atuais da pandemia provocada pela covid-19[1], com milhares de famílias — praticamente em todos os países — sofrendo a inesperada e trágica perda de entes queridos, certamente são consoladoras as premissas do Espiritismo a respeito das existências terrenas – início e fim...

Visão espírita
Nascemos e morremos muitas vezes...
Sempre caridosamente destinados, por Deus, a um dia vivenciarmos a felicidade plena, obtida por merecimento, mas também quando toda a Humanidade — toda —, for feliz.
Pelas Leis Naturais, Divinas, no instante de cada renascimento físico nosso (reencarnação), inicia-se, segundo a segundo, a contagem regressiva para o término de mais uma existência terrena: a morte.
Morre apenas o organismo físico, já que o Espírito é imortal, mas terá perispírito enquanto precisar reencarnar neste planeta, ou em outros. Então, se ocorrer nova série de reencarnações em outro mundo, dele o Espírito apropriará elementos formadores de um novo perispírito.
A quantidade de existências físicas é ilimitada, até ser alcançada a condição de Espírito puro, quando então não mais ocorrerá a compulsoriedade reencarnatória. Nesse caso, os perispíritos não mais utilizados reverterão ao Fluido Cósmico, de onde se originaram.
Dessa forma, a morte não é castigo, prêmio ou acaso.
É, apenas, o fim de mais uma etapa terrena, sempre com o projeto divino proporcionando conquista de novos aprendizados e oportunidades de mais evolução moral, sob tutela do Tempo.
Esse fim de cada ciclo terreno encerra, em si mesmo, aquilo que a Bondade do Criador engendrou para todos que criou.
Esta afirmação não se reveste de inconsequência ou de masoquismo: se desconhecemos por que alguém morre, jamais deveremos esquecer a Sabedoria e Amor do Grande Pai...
Assim, a duração de cada existência terrena é regulada por um “relógio divino”, com amor, sabedoria e justiça — Divinos!
 São tantos os caridosos mecanismos divinos que compõem o inexorável fenômeno “morte”, que qualquer análise deve revestir-se do maior respeito, tanto pelos que partiram, quanto por seus familiares, quase sempre visitados inesperadamente por tão triste acontecimento com o ser amado.
A literatura espírita registra casos sobre a morte, raros, nos quais ocorre, ora moratória, ora antecipação, sob supervisão do Plano Maior e a cargo de Espíritos elevados. No primeiro caso, provavelmente a vida física se alonga por determinado tempo, no qual o desencarnante cumpre ou conclui abençoada tarefa de ajuda; já no segundo é interrompida a vida física daquele que desencarna, a benefício próprio, por razões que só a Justiça Divina conhece.[2]
Reflexões da antecipação da morte, por suicídio, não cabem neste texto, sendo objeto de considerações em outro artigo.
Se não houvesse a morte todos os seres vivos envelheceriam sem parar, criando situação impensável na Humanidade...
Isso posto, reflito que a morte não é geratriz de angústias, muito menos representa um fim, e sim, ação da Natureza, quando, pela Bondade do Pai Maior se encerra mais uma etapa existencial, orgânica.
Tamanha e tanta é essa Bondade que, na continuidade inexorável do Tempo, outra existência terrena aguarda aquele que partiu (reencarnação futura)!
Aparentes e irrecorríveis separações dos que se amam, pela morte, num primeiro instante constituem usinas invisíveis de tristezas e saudades. Contudo, na verdade, no avançar do Tempo há a sublime metamorfose do amor, para sempre, pois todos morrem muitas vezes, e da mesma forma reencarnam, e por fim, encontros e reencontros redundarão em união para sempre! Disso não há duvidar!
É perfeitíssimo o sistema depurativo das vidas sucessivas, que reaproxima, recompõe, reúne e pacifica Espíritos, formando famílias, terrenas ou espirituais, sempre enlaçando-as por amor, convergindo depois para o amor integral, recíproco, de todos para com todos, formando a grande família universal.
Engana-se quem acredita que a morte implode, para sempre, recíprocas lembranças de cada existência terrena, e enterra, com os despojos dos que partiram, o amor pelo qual a própria Vida os uniu, em vários lugares, em multiplicadas etapas do Tempo, consolidando e eternizando-o por fim...
Deus — Amor, Sabedoria e Justiça, integrais — não nos criaria dotados de emoções, sentimentos e memória, para que a morte nos apartasse dos entes queridos e demitisse de tudo, máxime do Amor!





[1]  COVID-19 = Doença causada pelo coronavírus SARS-CoV-2.  Apresenta quadro clínico que varia de infecções assintomáticas a quadros respiratórios graves – Notas da Internet.
[2] Moratoria ou desencarnação antecipada: sobre ambas o leitor encontrará explicações detalhadas na net, na Revista O Consolador, nºs 234, de 06.11.2011 e 335, de 27.10.2013.

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Artigo - Vida e morte: duas certezas...


Vida e morte: duas certezas...

Qualquer fato tem no mínimo duas versões.
Isso quer dizer que uma delas pode ser verdadeira e a outra, falsa.
Tanto uma como a outra podem não contar com 100% de veracidade ou de mentira.
Esse ponto de vista me leva a refletir que a verdade verdadeira, assim como a mentira completa, podem inexistir: é sempre possível que aquela tenha uma pitada de mentira e esta, algo de veracidade...
Disso se depreende que quando alguém afirma ter “certeza absoluta” de alguma coisa, a única “certeza” é que essa pessoa, sendo sincera, talvez esteja dizendo a verdade, mas, ainda assim, pode estar mentindo, embora sem querer.
Velho ditado popular reza que “na vida, a única certeza é a morte”.
Para a grande maioria dos habitantes da Terra isso é verdade, mas para inexpressiva minoria, não. E essa minoria crê piamente que está com a razão, isto é, que a morte não existe.
— Quais pessoas fazem parte desse pequeno grupo?
As que creem na vida eterna e, mais particularmente, na reencarnação: budistas, hinduístas, espíritas e mais algumas correntes do pensamento religioso. Católicos, conquanto creiam na vida eterna, descreem das vidas sucessivas.
Desse modo, para aquele grupo a morte não existe.
Podemos inferir que seus componentes intuem, sem poder prová-lo, que o corpo perece, mas a alma é imortal. Disso se conclui que sua crença na vida eterna não exclui a morte física, e, considerando-se tal assertiva, quando dizem que a morte não existe estão dizendo uma verdade parcial.
E aqueles que acreditam na alma (os católicos, por exemplo), mas não na reencarnação, “tendo certeza de que a morte existe”, navegam em águas algo contraditórias, isto é, há morte, mas há vida (eterna)...
Aconselho que sobre as coisas deste mundo ninguém radicalize.

Ao contrário, olhe as duas faces da moeda e dê a César o que é dele e a Deus gratidão pela única e inquestionável certeza: a de que vivemos, logo, existimos.
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Trecho da “Introdução” do livro Deus, Espírito e Universo, Eurípedes Kühl, 1ªEd.,2009, Editora PETIT, SP/SP, com edição esgotada, mas em e-book grátis,
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