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sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Artigo: Médiuns veterinários - Passe em animais

 

Médiuns veterinários - Passe em animais

 

O ser humano está sujeito a doenças orgânicas e também a doenças espirituais, como por exemplo, a obsessão; já os animais apresentam apenas as doenças físicas. Ambos, homens e animais, sofrem com isso. Homens, já aos sintomas (e, às vezes, até preventivamente) buscam a medicina.

Muitos são os casos de pessoas que, além dos médicos, simultaneamente se valem da terapêutica espiritual, aplicada nos Centros Espíritas (“C.E.”), através dos passes, aqui compreendidos como transmissão de energias espirituais — anímicas, as dos médiuns, e espirituais, as dos Protetores invisíveis.

Quanto aos animais, se adoecerem, aos seus donos compete socorrer-lhes, buscando a cura, nos trâmites da medicina veterinária, sendo esse um dever indispensável, mas também um ato de amor.

De muitos anos a esta parte observei que em vários “C.E.” há uma atividade espírita, crescente, não especificamente prescrita quando da Codificação: aplicação de passes em animais — terapêutica espiritual.

Essa terapêutica espírita caracteriza-se pela caridade de médiuns voluntários e dedicados aos animais, que doam suas energias anímicas, revitalizadoras ou curativas (através de preces ou passes) a animais com problemas orgânicos, quase sempre com dor.

Em minha opinião, por experiência própria, nisso não há nenhuma contraindicação, até ao contrário: considero altamente recomendável, eis que se trata de um ato de amor. E o amor é tudo!

Inúmeras são as reflexões advindas dessa prática caridosa.

De início, Allan Kardec, à questão 597 de “O Livro dos Espíritos” (O LE”), registra informação dos Espíritos elevados, segundo a qual “animais possuem alma, porém inferior à do homem”; deduzo que, então, podem receber citado auxílio espiritual, se adaptado à sua espécie.

Esclarece o Espírito André Luiz, na obra “Conduta Espírita”, psicografia de F.C.Xavier, cap. 33 – Perante os animais, Ed. FEB, 1960:

“No socorro aos animais doentes, usar os recursos terapêuticos possíveis, sem desprezar mesmo aqueles de natureza mediúnica que aplique a seu favor. A luz do bem deve fulgir em todos os planos”.

A inolvidável Yvonne A.Pereira (1900-1984), em “Devassando o Invisível”, cap. VIII – Sutilezas da Mediunidade, Ed. FEB, 1963, discorreu:

Em desprendimento parcial, “visitei” animais como o boi, o cavalo, o cão e o gato. Então, verifiquei que o fluido magnético daqueles animais são os mesmos que penetram os homens, onde estes se agitam. Daí essa correspondência vibratória, que faz o ser espiritual do homem compreender o ser do animal, senti-lo, assim como aos demais reinos da Natureza...

O saudoso escritor espírita Roque Jacintho (1928-2004), no seu livro “Passe e passista”, cap. 33, Passe e Animais, 15ªEd., 2001, Editora Luz no lar, SP/SP, oferta-nos preciosas reflexões sobre passe nos animais:

Por serem passivos, neles a fé é o instinto que, no automatismo em aprendizagem, permite que se impregnem da terapêutica que se lhes proporciona. Espíritos unidos à obra da Natureza fornecerão os recursos indispensáveis, e o passista, ainda aí, será medianeiro das energias renovadoras, um tarefeiro da Providência Divina.

 

Há controvérsias, mesmo entre os espíritas, quanto à validade da aplicação de passes em animais: em “O Livro dos Médiuns”, cap. XXII – Da mediunidade dos animais, o Espírito Erasto discorre longamente sobre a impossibilidade de mediunidade nos animais, considerando que não há fluidos similares entre os homens e eles, os animais. (Grifei)

O tema em foco era “mediunidade dos animais”, no entanto aquele Espírito, a seguir, registra caso em que alguém magnetizou seu cão...

Então pergunta e ele mesmo responde, esclarece e justifica:

— O que resultou? Matou-o. O cão sofreu saturação fluídica, haurida numa essência superior à sua natureza animal. Essa pessoa esmagou o animal, à semelhança de um raio, ainda que mais lentamente...”.

Com o maior respeito a tudo que diz respeito à Codificação do Espiritismo concordo, em parte, com esse pronunciamento do respeitável Espírito Erasto: animais não têm mediunidade. Discordo, no entanto e sempre respeitosamente, do resultado do trágico atendimento fluídico ao cão, até porque, para mim, essa foi opinião pessoal daquele Espírito.

Seria prematuro radicalizar a questão, sendo plano que constitui atitude cristã socorrer com os recursos possíveis — materiais e espirituais — os seres necessitados, sejam criaturas humanas ou animais.

Quanto às afirmações de Erasto, aparentemente contraditórias ante os outros registros que citei, lembra o saudoso Prof. José Herculano Pires (1914-1979), em nota de rodapé naquele ítem, que inseriu na tradução que fez de “O Livro dos Médiuns” (Editora LAKE), que tais afirmações devem ser consideradas especificamente em relação ao objeto do estudo: mediunidade nos animais. E acrescenta que Erasto, para ilustrar o seu ensino usou apenas de um recurso didático, aliás, bem aplicado, e que deve ser entendido como tal.

 

Fluido vital

Por oportuna, relembro a questão número 66 de (“O LE”):

P: – O princípio vital é o mesmo para todos os seres orgânicos?

R: – Sim, modificado segundo as espécies.

Deduzo que as perfeitas Leis Naturais suprem, de adequado princípio vital as diferentes e incontáveis espécies de seres vivos, e que a criação e o propósito da Vida são atributos estritamente da Providência Divina.

Penso, pois, que o Supremo Criador delega a Espíritos altamente credenciados no Bem, gerenciar as sublimes engrenagens da existência de cada ser, com suprimento dos meios e condições, para progredirem.

Do que, desdobrando tais reflexões, creio que no caso de passes em animais (e até mesmo em plantas...) é possível que a “doação socorrista” mediúnica humana seja submetida, por aqueles Protetores Espirituais especializados, a processos de compatibilização fluídica, espécie a espécie, para a devida assimilação do animal em estado de necessidade.

Ainda quanto à questão do passe em animais, face à diferença de fluidos vitais entre o homem e eles, outra vez socorreu-me o Prof. Herculano, aprovando referidos passes, porém dirimindo o citado desencontro, em sua obra Mediunidade – Vida e Comunicação, EDICEL, cap. XI - Mediunidade Zoológica, 6ª Ed., 1986, Sobradinho/DF.

As reflexões são cristalinas e por isso registro-as abaixo:

Em nossos dias, contrabalançando a estultícia da pretensa mediunidade zoológica, começa a alvorecer no campo mediúnico um tipo de mediunidade para o qual apenas alguns espíritas se voltam esperançosos.

O Prof. Humberto Mariotti, filósofo espírita argentino já bastante conhecido no Brasil por suas obras e suas conferências, é um zoófilo apaixonado. Em sua última viagem a São Paulo trocamos ideias e informações a respeito do que podemos chamar de Mediunidade Veterinária. Não podemos elevar os animais à condição superior de médiuns, mas podemos conceder-lhes os benefícios da mediunidade.

Mariotti possuía, como possuímos, episódios tocantes de sua vivência pessoal nesse terreno. A assistência mediúnica aos animais é possível e grandemente proveitosa. O animal doente pode ser socorrido por passes e preces e até mesmo com os recursos da água fluidificada.

Os médiuns veterinários, médiuns que se especializassem no tratamento de animais, ajudariam a Humanidade a livrar-se das pesadas consequências de sua voracidade carnívora.

Kardec se refere, no Livro dos Médiuns, às tentativas de magnetizadores, na França, de magnetizar animais e desaconselha essa prática em vista dos motivos contra a mediunidade animal. Entende mesmo que a transmissão de fluidos vitais humanos para o animal é perigosa, em virtude do grande desnível evolutivo entre as duas espécies. (Referência à opinião do Espírito Erasto).

E prossegue:

Mas na Mediunidade Veterinária a situação se modifica.

O reino animal é protegido e orientado por espíritos humanos que foram zoófilos na Terra, segundo numerosas informações mediúnicas.

O médium veterinário, como o médium humano, não transmite os seus fluidos no passe por sua própria conta, mas servindo de meio de transmissão aos Espíritos protetores. A situação mediúnica é assim muito diferente da situação magnética ou hipnótica. Ao socorrer o animal doente, o médium dirige a sua prece aos planos superiores, suplicando assistência dos Espíritos protetores do reino animal e pondo-se à disposição destes. Aplica o passe com o pensamento voltado para Deus ou para Jesus, o Criador e o responsável pela vida animal na Terra. Flui a água da mesma maneira, confiante na assistência divina.

Não se trata de uma teoria ou técnica inventada por nós, mas naturalmente nascida do amor dos zoófilos e já contando com numerosas experiências no meio espírita. (Grifei)

A seguir, o autor narra comoventes episódios de socorro humano mediúnico-veterinário a animais gravemente enfermos ou desenganados, que com isso se recuperaram.

As judiciosas reflexões do Prof. Herculano corroboram o pensamento de André Luiz, Yvonne A.Pereira e Roque Jacintho, bem como, simultaneamente, clareiam o entendimento do pensamento de Erasto.

Obs: Atualmente existem incontáveis Centros Espíritas no Brasil, com caridosos programas de socorro espiritual a animais doentes. Todos eles informam a próspera e abençoada expansão dessa terapêutica espiritual, com justa alegria pelos lenitivos e multiplicadas curas ocorridas nos animais.

 

Conclusão

Não incorrendo em omissão, registro que desde criança (nasci em 1934...) convivi com animais domésticos e assisti espíritas bondosos aplicarem passes em animais doentes, na maioria dos casos prosperando a recuperação “dos pacientes” — nossos irmãos menores.

Igualmente, de minha parte, enquanto minha saúde permitiu, também apliquei passes a animais doentes e graças a Deus nenhum deles veio por isso a falecer fulminado. Da minha parte, nessas ocasiões, implorava aos Espíritos protetores a cura da doença e quando isso ocorria, jamais ousaria afirmar que tal aconteceu apenas por animismo (meu), creditando a bênção ao Amor do Pai Maior e à caridade de Jesus.

Depreendo que quando um médium, até mesmo não necessariamente “veterinário”, aplica passe em animais carentes, Amigos do Plano Maior, zoófilos, encarregam-se de modificar o fluido humano doado, em fluido consentâneo com a espécie animal atendida, acrescentando os da Natureza, além dos deles próprios.

Por oportuno, encerro relembrando que São Francisco de Assis, considerado “Padrinho dos Animais”, no século XII já concedia bênção aos animais, desde os primórdios de sua alcandorada missão naquela existência terrena.

Como tradição, até hoje as Igrejas católicas devotadas especialmente àquele santo igualmente concedem bênçãos aos animais, no dia 4 de Outubro de cada ano, data de aniversário dele.

Como espírita considero que tal procedimento caracteriza um ato benfazejo aos animais, diferente do atendimento médico-veterinário.

A bênção do padre, a meu ver, de alguma forma tem a mesma intenção caridosa do passe ministrado por médiuns zoófilos nos nossos irmãos menores, sempre que se depararem com um deles em estado de carência física.

O Amor de Deus, o Supremo Criador, e a Caridade de Jesus, o Abençoado Pastor, jamais faltaram a todas as criaturas!

 

     (Partes retiradas do livro ANIMAIS, NOSSOS IRMÃOS, de Eurípedes Kühl, 1ª Ed. 1995, Editora PETIT, SP/SP e que contou com “edição especial de 20 anos em 2015”, com revisão e ampliação de assuntos).

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Estudo - Passe em animais


PASSE EM ANIMAIS?

Sim!
Ouvindo, de início, o Espírito André Luiz, em “Conduta Espírita”, Ed. FEB, 1960, cap. 33 – Perante os animais:
No socorro aos animais doentes, usar os recursos terapêuticos possíveis, sem desprezar mesmo aqueles de natureza mediúnica que aplique a seu favor. A luz do bem deve fulgir em todos os planos.

Animais doentes
Certa vez, respondendo a um questionário sobre animais, com perguntas formuladas pela revista espírita “Espiritismo&Ciência”, deparei-me com a seguinte pergunta, cuja resposta transcrevo logo a seguir:
P. — Na sua opinião, haveria tratamentos de cura para as doenças de animais que poderiam ser facilmente tratadas com o uso da terapêutica espírita?
R. — Não! A existência da medicina terrena, tanto para homens como para animais (a veterinária) é uma bênção da Divina Providência. Seus avanços fluem dos planos superiores, inspirando e intuindo pesquisadores dedicados, que cada vez mais vão produzindo novos fármacos e aprimorando procedimentos de cura.

Cumpre destacar, primordialmente, que as doenças, no homem ou  no animal, têm origens bem diferentes:
     - no ser humano, podem decorrer de vários fatores: comportamento moral negativo — no presente e em outras existências terrenas —, práticas abusivas em todos sentidos, vícios, extrema pobreza em contato sob carência integral, muitas vezes residindo em ambientes poluídos, etc.  Quando doente, há que se atender tanto ao corpo, quanto ao Espírito: Medicina terrena e fluidoterapia, respectivamente;
        - no animal — que não tem "dívidas atávicas"—, isto é, nele não há resgates morais perante a Grande Lei da Justiça Divina, mas apenas experiências evolutivas a serem vivenciadas,  algumas, sob a pedagogia da dor, ou seja, fixação para sempre de como a dor é algo ruim. A Medicina Veterinária é de integral recomendação para os animais, quando doentes.

No entanto, friso que quanto à terapêutica espírita, caracterizada pela caridade aos animais pela doação de nossas energias anímicas, revitalizadoras ou curativas (através de preces ou passes), na minha opinião não tem nenhuma contraindicação.
Muito pelo contrário: é altamente recomendável, eis que se trata de um ato de amor. E o amor é tudo!

Kardec e os meios de cura – espirituais e da medicina
Precedendo a prece nº 78, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, é o próprio Kardec que recomenda ao doente o dever de procurar os meios de cura: a Medicina e a fluidoterapia, denominada por ele de “magnetismo”. (Grifei)
Recentemente, Divaldo Franco, perguntado sobre as curas espirituais, declarou que: para os males do Espírito, o Centro Espírita e para os males do corpo, o hospital...
Isso, para pessoas.

Pelas reflexões acima, por analogia, depreendo que no caso dos animais (que também possuem alma, conquanto inferior à do homem*), quando doentes, sofrem igualmente, pelo que aos seus donos compete o dever caridoso de proporcionar-lhes amparo veterinário, e, se for o caso, dentro de suas convicções, simultaneamente apoio pelo passe.
(*) - Em “O Livro dos Espíritos”, questões 597 a 600.

Fluido magnético
1 - O Livro dos Médiuns” – cap. XXII – Da mediunidade nos animais
O Espírito Erasto discorre longamente sobre a impossibilidade de mediunidade nos animais, tendo em vista que não há fluidos similares entre os homens e os animais. A seguir registra caso em que:
O Sr. T..., diz-se, magnetizou o seu cão. A que resultado chegou? Matou-o, porquanto o infeliz animal morreu, depois de haver caído numa espécie de atonia, de langor, consequentes à sua magnetização. Com efeito, saturando-o de um fluido haurido numa essência superior à essência especial da sua natureza de cão, ele o esmagou, agindo sobre o animal, à semelhança de um raio, ainda que mais lentamente.
2 - O Passe, de Jacob L.Mello, Ed. da FEB, 1992, cap. X, Item 18 - Passes em plantas e animais:
O autor distingue “magnetismo” de “passe espírita”, concluindo que às plantas e aos animais somente o magnetismo puramente físico (veiculado através do passe magnético) pode ser transmitido.
Citando Kardec e outros estudiosos espíritas opina:
– magnetismo = animismo humano;
– passe espírita = de perispírito a perispírito, pelo que, no caso dos animais, seu envoltório fluídico não suportaria os fluidos espirituais de “essência superior”.
Apoiado em Erasto, Jacob conclui que o passe espírita fulminaria o animal doente.
3 - Devassando o Invisível, Yvonne A.Pereira, Ed. FEB, 1963, cap. VIII – Sutilezas da Mediunidade.
A inolvidável Yvonne A.Pereira (1900-1984), discorrendo sobre a psicometria (faculdade mediúnica de descrever acontecimentos em torno de uma criatura, em contato direto com um objeto a ela pertencente), narra que em desprendimento parcial, quando ainda encarnada, como Espírito, “visitou” animais.
São suas palavras:
Durante desprendimento parcial, temos tido ocasião de “visitar” animais como o boi, o cavalo, o cão e o gato. Verificamos que o fluido magnético, o elemento etéreo em que se acham eles mergulhados, como seres vivos que são, são os mesmos que penetram os homens, onde estes se agitam. Daí essa correspondência vibratória, que faz o ser espiritual do homem compreender o ser do animal, senti-lo, assim como aos demais reinos da Natureza... (...) A impressão que guardamos das quatro espécies citadas foi profunda e enternecedora, como de semelhantes nossos. (Grifei)

Fluido vital
Por oportuno, relembro a questão número 66 de O Livro dos Espíritos:
P: – O princípio vital é o mesmo para todos os seres orgânicos?
R: – Sim, modificado segundo as espécies.
Agora, pergunto eu:
— Quem modifica o princípio vital, adequando-o a cada espécie de ser vivo?
Penso que a Criação e o propósito da Vida são atributos estritamente divinos, e que a Divina Providência delega a Espíritos altamente credenciados, no Bem, a gerenciar as sublimes engrenagens da abençoada existência de cada ser no suprimento dos meios e condições. Imagino, assim, que são esses prepostos do Criador que adéquam o fluido vital consentâneo às condições existenciais dos seres vivos.
Do que, desdobrando tais reflexões, creio que no caso de passes em animais (e em plantas...) é possível que a “doação socorrista” mediúnica humana seja submetida, por Protetores Espirituais especializados, a processos de compatibilização fluídica, para a devida assimilação do animal em estado de necessidade.

Desencontros aparentes
Pelos itens expostos, a questão dos passes em animais apresenta aparentes desencontros entre as reflexões acima, de André Luiz, de Erasto e as de Yvonne A.Pereira, que resumidamente proclamam:
- André Luiz: os recursos terapêuticos e os de natureza mediúnica para animais doentes são um ato de amor;
- Erasto: um passe no animal o fulminaria, pela diferença fluídica;
- Yvonne Pereira: há correspondência vibratória de homens e animais, face o fluido magnético – o elemento etéreo – que a ambos penetra.

Ainda uma vez seria prematuro radicalizar a questão, sendo plano que constitui atitude cristã socorrer com os recursos possíveis – materiais e espirituais — os seres necessitados, sejam criaturas humanas ou animais.
Quanto às afirmações do Espírito Erasto, aparentemente contraditórias — apenas aparentemente —, oportunamente lembra o saudoso Prof. José Herculano Pires (1914-1979), em nota de rodapé que inseriu na tradução que fez de “O Livro dos Médiuns” (Editora LAKE), que elas devem ser consideradas especificamente em relação ao objeto do estudo: mediunidade nos animais. E acrescenta que Erasto, para ilustrar o seu ensino usou apenas de um recurso didático, aliás bem aplicado, e que deve ser entendido como tal.
Assim, para nós, mais uma vez ficou confirmada a irretocabilidade da Codificação da Doutrina dos Espíritos, realizada por Kardec!

Quanto à questão do passe em animais face à diferença de fluidos entre o homem e eles, ainda outra vez socorreu-me o Prof. Herculano Pires, aprovando referidos passes, porém dirimindo o citado desencontro, em sua obra Mediunidade – Vida e Comunicação, EDICEL, 6ª Ed., 1986, cap. XI - Mediunidade Zoológica.
As reflexões são cristalinas e por isso registro-as abaixo:
Em nossos dias, contrabalançando a estultícia da pretensa mediunidade zoológica, começa a alvorecer no campo mediúnico um tipo de mediunidade para o qual apenas alguns espíritas se voltam esperançosos. O Prof. Humberto Mariotti, filósofo espírita argentino já bastante conhecido no Brasil por suas obras e suas conferências, é um zoófilo apaixonado. Em sua última viagem a São Paulo trocamos ideias e informações a respeito do que podemos chamar de Mediunidade Veterinária. Não podemos elevar os animais à condição superior de médiuns, mas podemos conceder-lhes os benefícios da mediunidade. Mariotti possuía, como possuímos, episódios tocantes de sua vivência pessoal nesse terreno. A assistência mediúnica aos animais é possível e grandemente proveitosa. O animal doente pode ser socorrido por passes e preces e até mesmo com os recursos da água fluidificada. Os médiuns veterinários, médiuns que se especializassem no tratamento de animais, ajudariam a Humanidade a livrar-se das pesadas consequências de sua voracidade carnívora. Kardec se refere, no Livro dos Médiuns, às tentativas de magnetizadores, na França, de magnetizar animais e desaconselha essa prática em vista dos motivos contra a mediunidade animal. Entende mesmo que a transmissão de fluidos vitais humanos para o animal é perigosa, em virtude do grande desnível evolutivo entre as duas espécies. Mas na Mediunidade Veterinária a situação se modifica. O reino animal é protegido e orientado por espíritos humanos que foram zoófilos na Terra, segundo numerosas informações mediúnicas. O médium veterinário, como o médium humano, não transmite os seus fluidos no passe por sua própria conta, mas servindo de meio de transmissão aos Espíritos protetores. A situação mediúnica é assim muito diferente da situação magnética ou hipnótica. Ao socorrer o animal doente, o médium dirige a sua prece aos planos superiores, suplicando assistência dos Espíritos protetores do reino animal e pondo-se à disposição destes. Aplica o passe com o pensamento voltado para Deus ou para Jesus, o Criador e o responsável pela vida animal na Terra. Flui a água da mesma maneira, confiante na assistência divina. Não se trata de uma teoria ou técnica inventada por nós, mas naturalmente nascida do amor dos zoófilos e já contando com numerosas experiências no meio espírita. (Grifei)
A seguir, o autor narra comoventes episódios de socorro humano mediúnico-veterinário a animais gravemente enfermos ou desenganados, que com isso se recuperaram.
As judiciosas reflexões do Prof. Herculano Pires corroboram o pensamento de André Luiz e de Yvonne A.Pereira e, simultaneamente, clareiam o entendimento do pensamento de Erasto, registrado por Jacob de Melo.

Conclusão
Não incorrendo em omissão, registro que desde criança (nasci em 1934...) convivi com animais domésticos e assisti espíritas bondosos aplicarem passes em animais doentes, na maioria dos casos prosperando a recuperação “dos pacientes”. Naquele tempo não se falava em "medicina veterinária", pelo menos na cidadezinha onde eu morava... Os donos de animais doentes tratavam deles, com os recursos possíveis, certamente intuídos por Amigos Invisíveis dos animais (Espíritos bondosos, amantes da Natureza). 
Outrossim, de minha parte, também bastas vezes tenho dispensado passes a animais doentes e graças a Deus nenhum deles veio por isso a falecer fulminado. Nessas ocasiões, imploro aos Espíritos protetores a cura da doença e quando isso ocorre, jamais ousaria afirmar que tal aconteceu apenas por animismo. Ao contrário, creio firmemente que em 99,99% dos casos o mérito é deles! O 0,01% talvez possa ser creditado tão somente à minha intermediação.
Depreendo que quando um médium, não necessariamente “veterinário”, aplica passe em animais carentes, Amigos do Plano Maior, zoófilos, encarregam-se de modificar o fluido humano em fluido consentâneo com a espécie animal atendida, acrescentando os da Natureza, além dos deles próprios.
Por oportuno, encerro relembrando que São Francisco de Assis, considerado “Padrinho dos Animais”, no século XII, já concedia bênção aos animais, desde os primórdios de sua alcandorada missão naquela existência terrena. Daí que, como tradição, até hoje as Igrejas católicas, devotadas especialmente àquele santo, igualmente concedem bênçãos aos animais, no dia 4 de Outubro de cada ano, data de aniversário dele.
Como espírita considero que tal procedimento caracteriza um ato benfazejo aos animais, diferente do atendimento médico-veterinário. A bênção do padre, a meu ver, de alguma forma tem a mesma intenção caridosa do passe ministrado por médiuns zoófilos nos nossos irmãos menores, sempre que se depararem com um deles em estado de carência física.
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(Algumas partes desse texto foram retiradas do livro ANIMAIS, NOSSOS IRMÃOS, de Eurípedes Kühl, 1ª Ed. 1995, Editora PETIT, SP/SP e que contou com “edição especial de 20 anos em 2015”, com revisão, atualização e ampliação de assuntos).