ENTREVISTA PARA
ANDA
(Agência
de Notícias de Direitos Animais) - Dezembro/2015
- Perguntas formuladas pela jornalista Fátima
ChuEcco -
1) Há quanto tempo o
senhor segue o Espiritismo?
R.
Praticamente, desde que nasci, posto que minha família era espírita. Logo aos
seis anos passei a ser aluno na evangelização infantil, no Centro Espírita da
minha cidade, Igarapava/SP, onde, adolescente, fui um dos fundadores da
Mocidade Espírita.
2) Como que o
Espiritismo enxerga os animais? Não precisa entrar em detalhes, pode passar uma
visão geral.
R.
Filhos de Deus — nosso Pai —, irmãos nossos, pois. Têm espírito, mas em nível
evolutivo inferior ao do homem. Evoluem, como nós, vindo a adentrarem no reino
hominal.
3) Quando o senhor
diz nível evolutivo inferior quer dizer “menos inteligentes?”. Os
animais, um dia, reencarnarão como pessoas? Isso quer dizer que nós também já
fomos animais em vidas passadas?
R. Eu
não diria “menos inteligentes”, e sim, que o nível evolutivo dos animais está
em degrau inferior ao do homem, considerada a evolução como escada.
Alguns
animais demonstram habilidades, mas apenas fragmentos de solução a problemas
que lhes sejam antepostos: demonstram rudimentar inteligência em casos ligados
à provisão e conservação — nada mais.
Obs.
Narro abaixo um caso curioso sobre “personalidade dos animais:
No
dia a dia da convivência com animais, os donos logo percebem que numa ninhada,
por exemplo, há os brincalhões, os retraídos, os aventureiros, os mais
bravinhos, os mais dóceis, os mais espertinhos, etc. etc. Para mim isso
sinaliza e mesmo comprova que são diferentes os níveis evolutivos de cada um.
Cito
um exemplo expressivo: nos anos 70 assisti a um show do saudoso Orlando Orfei
(1920-2015) com leões — numa jaula onde estavam 7 desses animais ele adentrou
sem nenhum objeto na mão e fez com os animais se unissem uns aos outros,
barrigas no chão... Aí, sem mais, nem menos, atirou-se sobre os leões, brincou
com todos e saiu... Ileso! No dia seguinte conversei com ele e perguntei como é
que os animais não o feriam e ele me respondeu que desde que nasciam observava
os que eram mansinhos e esses dormiam com ele até ficarem adultos...
Deduzi
que a questão era e sempre será de magnetismo e sintonia, advindos de respeito
e amor recíproco...
Guardadas
as proporções, nossos gatos agem exatamente assim, com todos nós daqui de casa,
isto é, jamais nos feriram ou nos agrediram.
Quanto aos animais adentrarem no reino
hominal, na fantástica transição do animal à humanização,
eis o que encontrei na literatura espírita:
- No livro Evolução
em Dois Mundos, do autor espiritual André Luiz, psicografia de
F.C.Xavier/W.Vieira, cap. IX. Evolução e
Cérebro, pp. 67-68, 11ª ed., 1989, FEB, RJ/RJ, informações transcendentes
sobre a evolução do animal ao reino hominal:
a. À maneira de crianças tenras, internadas em
jardim de infância para aprendizados rudimentares, animais nobres
desencarnados, a se destacarem dos núcleos de evolução fisiopsíquica em que se
agrupam por simbiose, acolhem a intervenção de instrutores celestes, em regiões
especiais, exercitando os centros nervosos.
Obs.: Vemos aqui, salvo melhor juízo, pista para
entendimento sobre o chamado “elo perdido” dos biólogos e naturalistas: ele não
se processa na Terra, e sim no mundo espiritual, por geneticistas celestes...
(...)
c. (...) Nomearemos o cão e o macaco, o gato e o
elefante, o muar e o cavalo, como elementos de vossa experiência usual, mais
amplamente dotados de riqueza mental, como introdução ao pensamento
contínuo. (cap. XVIII - Evolução e destino, p. 212).
4) Além dos livros
"Animais Amor e Respeito" e "Animais Nossos Irmãos", o
senhor tem mais algum com esse tema?
R.
Livro, não. Textos, inúmeros, já estão divulgados em vários sites espíritas.
Aos interessados indico o link do meu blog (www.euripedeskuhl.blogspot.com).
5) Por que o senhor
acha importante falar de direitos animais?
R.
Para conscientizar os que não os respeitam. Sendo criação divina, têm os mesmos
direitos dos homens de serem inquilinos na Terra, onde Deus nos colocou.
6) Ainda dentro da
doutrina espírita, alguns males que os homens enfrentam em suas vidas pessoais,
como doenças, acidentes, falências etc., devem-se a dívidas de vidas passadas,
ou seja, uma espécie de resgate. Mas os animais também sofrem terríveis
maus-tratos, adoecem de câncer e agonizam de fome, entre outras coisas. Se os
animais não possuem dívidas de vidas passadas e nem precisam fazer resgates,
por que é permitido que sofram tanto?
R. O
Espiritismo tipifica a dor em três nuances, ou em três hipóteses: dor-expiação,
dor-evolução e dor-auxílio. Há texto no meu blog que, a bordo do bom senso e da
razão, explana e detalha essas circunstâncias, inclusive com mensagem tratando
da dor nos animais, de autoria do próprio Allan Kardec, psicografada pela
médium Zilda Gama.
7) Os animais
teriam uma ou mais dessas 3 dores que o senhor citou: expiação, evolução ou
auxílio? Então, refazendo a pergunta: se os animais não possuem resgate
por que também adoecem, são maltratados e sofrem tanto?
R. Os
animais não sofrem a dor-expiação, posto que não têm consciência e agem
por instinto. Não obstante, passam pelas dolorosas experiências da vida — dor-evolução
—, a fim de registrarem em seu espírito rudimentar como evitar a dor. Não
sofressem dor e certamente cedo morreriam. Quanto à dor-auxílio é o que
ocorre, por exemplo, com as cobaias: ajudam enormemente a Medicina, quanto a
reações, experimentações e desenvolvimento de novos procedimentos médicos, além
de comprovarem a eficácia e resultado de novos fármacos. A Medicina
veterinária, ela própria, se beneficia dessas ocorrências.
8) O que acontece
com o espírito dos animais quando eles morrem?
R.
São acolhidos por Espíritos encarregados de mantê-los agrupados, por espécie.
9) Eles também
reencarnam?
R.
Sim. A breve tempo do seu desencarne. Alguns, raros, permanecem mais algum
tempo, acompanhando equipes assistenciais em suas tarefas.
10) Eles podem
reencarnar dentro ou próximos da família que tiveram? Por exemplo: voltar para
uma mesma família nascendo numa nova ninhada ou de alguma forma indo
parar na casa que um dia ele morou?
R.
Essa resposta só a tem Deus e os Espíritos elevadíssimos, denominados
“Construtores da Vida”. Não obstante, pessoalmente sou dos creem firmemente que
isso acontece. Não posso afirmar nem comprovar, mas posso, isso sim, trazer
essa alegria na alma e gratidão a Deus, quando para mim isso aconteceu, porém,
raramente.
11) O senhor tem
animais?
R.
Sim, desde criança. No momento, estamos aqui em casa com 2 gatos.
12) Já que o senhor
comentou ter 2 gatos, me ocorreu outra pergunta porque tenho 3 gatas e sempre
tive gatos. Eles me parecem bastante sensitivos. Às vezes tenho a nítida
impressão que podem ver Espíritos. Eles também parecem identificar pessoas de
má índole assim que as veem, como se tivessem acesso à alma delas, à sua
essência. O que o senhor acha disso?
R.
Concordo com suas reflexões. Gatos são animais admiráveis neste quesito de
sensibilidade espiritual, que lhes possibilita de fato identificar de pronto
alguma atitude negativa nas pessoas. Complemento seu raciocínio dizendo mais:
quando fisicamente fico doente, sempre um dos nossos gatos “grudam” no meu pé,
na cama, ficando horas e horas em silêncio e imobilidade... Sempre sinto
reconforto espiritual nisso. Penso que isso acontece com todos que têm gatos.
13) O animais,
depois que morrem, podem nos visitar em espírito? Ou em sonhos?
R.
Quem afirma que isso é possível é o saudoso Chico Xavier, ele próprio amigo e
protetor dos animais, com uma fabulosa fieira de casos relativos de amor aos
animais.
14) O senhor
acredita que podemos reencontrar nossos animais depois que morremos? Há chance
disso acontecer?
R. Eu
até já aventei essa possibilidade, num dos meus livros, registrando que se nós
morrermos em data não distante da morte de um dos nossos animais, há grande
probabilidade de nos reencontrarmos no Plano Espiritual. Cumpre assinalar que
isso está condicionado à nossa condição de chegada “no outro mundo” e, como
sempre, considerado nosso merecimento... Assim, a hipótese é bem provável...
15) Seu blog é fruto
de quanto tempo de trabalho dentro do espiritismo? Resuma um pouco sua
trajetória.
R.
Meu blog contém os trabalhos que produzi em 41 anos, nos quais caminho como
humilde andarilho na luminosa estrada da literatura espírita. Dediquei-me
integralmente ao estudo do Espiritismo há uns 50 anos. Em 1974 eclodiu-me a
mediunidade da psicografia. Psicografei mensagens de vários Espíritos, por 13
anos, como simples treinamento dos amigos invisíveis... Em 1989, extremamente
feliz, iniciei a psicografar um livro. Então, psicografei 15 deles. E sou autor
de outros 14. A longo desses anos todos, paralelamente, escrevi artigos
espíritas que foram publicados na vasta mídia espírita do Brasil.
Essa
produção literária é o meu blog...
A bem
da verdade, declaro que a maioria dos meus textos baseiam-se em temas já
contidos no Espiritismo, alguns com pouco enfoque da parte dos leitores, e
outros, sobre temas não contidos na Codificação, como por exemplo transplantes,
inseminação artificial, etc.
Minha
forma de escrever contempla a extração de novas análises, reflexões e ideias.
— Eurípedes... como o portal é
sobre animais, me preocupei em saber melhor sua visão espírita sobre eles.
Eu acredito que podemos rever
nossos animais que morreram em sonhos, da mesma forma que vemos pessoas que já
morreram. Eu já tive esse tipo de experiência por várias vezes. Tive um gato
desaparecido que me mostrou no sonho exatamente como ele havia morrido.
Durante muitos anos da minha
vida também frequentei centros espíritas e estudei “O Evangelho Segundo
o Espiritismo”. Eu tenho algumas habilidades mediúnicas: olfato (percebo
cheiros em ambientes e pessoas), visão (luzes escuras ou brilhantes),
comunicação com mortos pelos sonhos, premonição, posso ver cenas do passado e
do futuro, e descarga elétrica em aparelhos eletrônicos.
— Fátima:
vejo que a Silvana andou bem em solicitar a você para essa entrevista.
Fiquei
feliz de novo sabendo-a carinhosa com os animais, particularmente com gatos...
Eu sou “vidrado” em gatos, desde criança. Gosto muito também de animais, mas
gatos...
Nenhum comentário:
Postar um comentário