O que hoje
possuímos corresponde exatamente ao que ontem nós mesmos depositamos em nossa
conta perante a Vida.
O Criador dá
à criatura, ao criá-la, como Herança Maior, a Eternidade. Essa é, indubitavelmente, a maior de todas as
heranças, posto que incomensurável, infindável, muito superior à dimensão do
Tempo.
Entretanto,
outras heranças são distribuídas a todas as criaturas, qual sejam: as
oportunidades, repetidas quanto necessário sejam, de renovar experiências, no
processo simples da reencarnação.
É dessa forma
que todos os homens, ao nascer, recebendo premiado bilhete de vinda, recebem,
também, abençoado e irrecusável bilhete de volta, sem data conhecida para
utilização, mas seguramente, prêmio da Grande Viagem que contém fronteiras na
vida e na morte.
Engana-se
aquele que crê indispensável deixar bens terrenos aos descendentes. O amparo terreno é perfeitamente definido no
Estatuto Divino lembrado por Jesus quando nos advertiu não nos preocupássemos
com o amanhã. Naquela oportunidade, o
Mestre situou as avezinhas como amparadas por parágrafos humildes daquele
Estatuto e afirmou que nos seus artigos principais, no capítulo da
“manutenção”, o Legislador Maior contemplou-nos, a nós homens, com proficiência
e certeza.
Não será pois
de boa competência o preocupar-se com o que repassar a herdeiros. Não obstante,
garantir-lhes estabilidade, certamente é ato de responsabilidade a que não se
deve negar, aquele que puder.
Provavelmente,
como terceira grande herança divina, se considerarmos a criação a primeira, e a
eternidade a segunda, recebemos as fontes do Magistério, constituídas pelo
sempre aprender em todos os estágios e fundamento do ato de viver: parentes,
amigos, colegas e principalmente inimigos, são fontes perenes de ensinamentos
dirigidos essencialmente para cada um de nós.
E, no âmbito
coletivo, incontáveis são os abnegados trabalhadores da Seara Universal que
legaram, legam e sempre legarão sublimes dotes, incalculáveis heranças para toda
a Humanidade, a serem aplicadas nos campos:
- das artes
puras, enaltecendo o Bem e o Belo;
- da
fraternidade, na Medicina
- das
colheitas, na bendita multiplicação dos alimentos;
- do Espírito
, onde filosofia não é teorizada mas sim exemplificada no amor ao próximo,
constituindo em indeclinável convite ao mesmo reto proceder;
- da matéria,
com conquistas científicas para atenuar as agruras terrenas e assim oferecer
oportunidade a que os Espíritos ocupem esse espaço nas lides maiores da evolução.
Somos todos
herdeiros de muitas heranças.
Se nos
cartórios da letra escrita gravam-se documentos de transferências futuras de
posses mensuráveis, ao Cristão não será lícito desaperceber que no Tabelionato
Espiritual os dotes se destinam ao próprio doador. É-nos permitido ajuizar que embora Jesus,
meigo e tolerante, não incentivasse nem condenasse a poupança, para herança,
não olvidou, dentre tantos outros eternos ensinamentos um matemático enunciado:
referente ao retorno ao plantador dos Grãos da Caridade! Lição essa até hoje não integralmente
aquilatada ou absorvida, certamente por ter sido complementada pela recomendação
em armazenar tesouros no Céu, só ali indenes a furtos ou acidentes.
O Bem é uma
herança dada para nós por nós, representado por veículo que uma vez posto em
movimento não mais interromperá a marcha, rumo à luminosa imensidão do
Tempo. Aqui também é-nos permitido, em
nome do amor aos outros, conduzir a reboque e em ajuda, não só os descendentes
do condutor, mas sim os estradeiros do caminho, alienígenas, falidos,
destrambelhados...
Mas sempre
nossos irmãos!
(Mensagem do Espírito Josué, psicografia do médium E.Kühl, livro "Ancoras de Luz", 2003, LEB, Bagé/RS, edição esgotada)
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