O homem e a religião (2.6)
Conforme prometi aqui no Facebook, no
número anterior destes comentários (“O Homem e a Religião (1.6)”), darei agora,
em sequência, um rápido mergulho no passado da civilização, com o olhar voltado
para o surgimento das principais religiões.
Meu objetivo é chegar ao Espiritismo, caracterizando-o
e às diferenças com o Candomblé e a Umbanda.
Respeitáveis os três. Mas diferentes entre si!
Eis o que a História registrou e o mundo
de hoje mostra, quanto às religiões, isto é, a relação criatura-Criador,
filho-Pai, homem-Deus (os números referem-se aos adeptos no mundo):
Judaísmo:
Fundado no Oriente Médio pelo patriarca Abraão, por
volta do séc. XVII a.C. O legislador de Israel foi Moisés. Para os judeus a
Bíblia é formada unicamente pelos livros hebraicos e corresponde essencialmente
ao Antigo Testamento dos cristãos. O Judaísmo se fortaleceu ainda mais com a
criação do Estado de Israel, em 1948. Possui fortes características étnicas,
nas quais nação e religião se mesclam. O Judaísmo é reconhecido como a primeira
religião monoteísta da humanidade e cronologicamente a primeira das três
religiões oriundas de Abraão, com o Cristianismo e o Islamismo.
Adeptos: cerca de 14,8 milhões.
Hinduísmo
- (Brahmanismo):
Principal religião da Índia. Caracteriza-se pelo
sistema de castas. Sucedeu ao vedismo (religião primitiva conhecida por quatro
coleções de hinos — os Vedas —, entre 1.400 a.C. e o séc. VII a.C.). Reconhece
a autoridade dos Vedas. O ser humano está sujeito ao sansara (sucessão de vidas e renascimento), regido pela lei do karma (ação e reação de toda ação, boa
ou má). Posteriormente, incorporou o ideal de renúncia do budismo. Adeptos: 949 milhões.
Obs: O brahmanismo
ou bramanismo é a antiga filosofia religiosa indiana que formou a espinha dorsal da cultura daquela civilização
por milênios. Se estende de meados do segundo milênio a.C. até o início da era
cristã. Persiste de forma modificada, sendo atualmente chamada de hinduísmo
– (Wikipédia, a enciclopédia livre
da internet).
Confucionismo:
Data do séc. V a.C. Foi uma tentativa de estabelecer
regras de comportamento, numa agitada época do mundo chinês, onde vários
principados se destruíam mutuamente.
Respeito aos mais velhos, amor ao trabalho bem executado, moral severa — eis os
traços do Confucionismo.
Adeptos: cerca de 8,1 milhões.
Religião
tradicional chinesa
“Religião
tradicional chinesa” é um termo usado para descrever uma complexa interação
entre as diferentes religiões e tradições filosóficas praticadas na China. Os
adeptos da religião tradicional chinesa misturam credos e práticas de
diferentes doutrinas, como o Confucionismo, o Taoísmo, o Budismo e outras
religiões menores. Com mais de 400 milhões de praticantes, eles representam
cerca de 6% da população mundial.
Adeptos: aproximadamente 400 milhões.
(Revista
Superinteressante – Janeiro/2012)
Budismo:
Religião nascida na Ásia, fundada pelo príncipe hindu
Sidarta Gautama, o Buda (560 e 480 a.C.).
Ensinamentos: tudo é impermanente; a realidade é mutável; não existe
nada em nós de realidade metafísica, nada de indestrutível. O ser está
submetido ao ciclo de nascimentos e mortes, enquanto a consequência da ação
(karma) não for interrompida. A existência está sujeita ao infortúnio, que se
manifesta pelo sofrimento, doença e morte. Tem por ideal a renúncia.
Adeptos: cerca de 494,9 milhões, maioria concentrada na
Ásia.
Xintoísmo:
Religião do Japão, na qual os deuses são a
personificação das forças naturais e os espíritos dos antepassados são
igualmente considerados como deuses. A
partir do séc. VI os budistas anexaram as divindades xintoístas ao seu panteão
e pouco a pouco se formou um sincretismo.
No séc. XVII novas seitas xintoístas recusaram qualquer compromisso com
religiões estrangeiras. No séc. XIX tornou-se uma espécie de religião do Estado
(adoração do imperador-deus).
Adeptos: 2,7 milhões.
Cristianismo:
Conjunto das religiões organizadas com base na pessoa
de Jesus Cristo e nos escritos que relatam suas palavras e seus pensamentos. O
Cristianismo, nascido na Judeia e difundido inicialmente no Oriente, foi
pregado no mundo mediterrâneo pelos Apóstolos, depois da morte de Jesus. O
Cristianismo, em sua origem uma seita surgida do Judaísmo, afirma-se como
religião revelada, isto é, de origem divina, mas com a particularidade de que
Jesus, seu fundador, não era um simples intermediário entre Deus e a humanidade,
mas o próprio Deus.
São 2.261,8 milhões de cristãos no planeta.
Mas vejam só: desse total, cerca de 1,9 bilhão estão
filiados às cerca de 300 tradições eclesiásticas cristãs, que deram origem a
33.820 denominações de igrejas. Impossível nominá-las...
Islamismo:
Religião e civilização dos mulçumanos, fundada por
Maomé, tendo surgido no séc. VII, na península arábica, é a última das
religiões monoteístas. Maomé recebeu de Deus a revelação corânica [O Corão ou
Alcorão e o hadith (tradição do
Profeta) formam a tradição, verdadeira constituição que serve de modelo
imperativo para os mulçumanos]. Não existe um clero mulçumano. Dogma principal
do Islã: a existência de Deus (Alá), ser supremo único, infinitamente perfeito,
criador do universo e juiz soberano dos homens. Para os muçulmanos, Maomé é o
enviado de Alá.
Adeptos: 1.552,3 bilhão.
Nota:
Os números de adeptos das diferentes religiões foram
extraídos do ALMANAQUE ABRIL/“Sociedade”/2013, p.130.
Espiritismo:
À p. 132, do citado Almanaque, consta o número de espíritas no Brasil:
3.848.876, segundo o Censo Demográfico
2010/IBGE. Não obstante, na Revista Superinteressante/Jan-2012
consta que, embora sem ser considerada religião, a Doutrina dos Espíritos tem cerca
de 13 milhões de adeptos.
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