O Homem e a Religião (1.6)
Trarei para os leitores deste espaço, em seis capítulos (um por semana, aos domingos), alguns respingos históricos sobre as religiões e o Espiritismo. Antes, farei uma
rápida reflexão sobre como e quando iniciou-se o sentimento
religioso na humanidade, até chegarmos à Codificação da Doutrina dos Espíritos,
por Allan Kardec, no século XIX.
8.000 a.C.
Supõem os historiadores, sem condições de
confirmá-lo, que a crença no poder celestial teria surgido por volta do ano
8.000 a.C. A cada fenômeno da natureza
criava-se um deus — via de regra autoritário (poder absoluto...), exigente e
vingativo (holocaustos)[1].
Igualmente, a cada atividade humana; depois, até mesmo
os animais passaram a ser endeusados, sempre em linguagem simbólica.
Transcorrendo os milênios, acoplando a
data e a hora do nascimento à posição das estrelas, estabeleceu-se o horóscopo,
dividindo-se a trajetória aparente do Sol em doze partes, cada uma com
30°. No horóscopo, o interesse pelo
futuro era (como ainda é) estritamente individual.
Por séculos e séculos a humanidade viveu
sob o politeísmo original, comandada por aqueles “deuses”:
-
da natureza: para o raio, o relâmpago, o trovão, a chuva, o vento, o vulcão,
etc.;
-
dos atos humanos: para a caça, a pesca, a plantação, a colheita, a guerra, a
cura de doenças, o nascimento, a morte, etc.;
-
dos animais: para a íbis, o crocodilo, o gato, o boi, etc.
Os Profetas
Depois, vieram os Profetas...
Sobrepuseram eles, às diversas crenças, a
comunicação direta com Deus, segundo acreditavam. As profecias, todas, visavam o bem coletivo.
As Religiões
A seguir, Espíritos missionários
aportaram no planeta, com a incumbência de fundarem as religiões, que se
reportariam (como se reportaram) ao estágio evolutivo de cada época.
Todos esses Espíritos, sem exceção,
trouxeram luzes para o futuro dos povos de então.
Focalizando agora o olhar na história das religiões,
sempre será encontrada uma hierarquia social, induzindo os adeptos (promovidos
a fiéis) — o povo, a rigor — à
disciplina e submissão às classes dominantes. Isso, desde os imemoriais tempos
do Egito, da Babilônia (país da Ásia antiga), Assíria e Roma. Assim, unindo equivocadamente o Céu à Terra,
muitos fiéis, desde há muito tempo,
creem poder alcançar bens individuais
em troca de sacrifícios, oferendas ou promessas outras.
Jesus
O Cristo (ungido) de Deus, inegavelmente
o maior de todos os missionários, legou à Humanidade o tesouro da Fé, por ter
sido o maior dispensador do Amor, de todos os tempos. Falou ao mundo do Reino
de Deus, intangível e intocável na crença dos povos de então, arrastando
milhões e milhões de Espíritos ao patamar em que reside a Esperança. Suas
palavras, de duração eterna, tiveram, têm e terão o inigualável efeito de
iluminar trevas externas e internas da mente. Necessário, apenas, ter “olhos
para ver” e “ouvidos para ouvir”. Não criou nenhuma religião. Não deixou
dogmas.
A moral cristã,
da primeira à última instância, fundamenta-se na Lei do Amor — amor a Deus e ao
próximo. Por isso, pode-se dizer que
Jesus é a maior de todas as incontáveis benesses que Deus, desde sempre,
dispensa à humanidade inteira.
Nos demais capítulos mostrarei,
sucintamente, os fundamentos de algumas religiões e focalizarei aspectos
do sincretismo religioso, pelo qual os escravos adaptaram seu culto original (o
Candomblé) ao Catolicismo; a seguir, informarei sobre a criação da Umbanda, em
solo brasileiro, sendo que até hoje a maioria das pessoas confundem-na com o
Espiritismo; com o devido respeito, mostrarei como diferem, substancialmente.
Ao final, citarei os pontos básicos da Doutrina dos Espíritos.
[1] 1. Do grego:
holokauston = todo queimado - Espécie de sacrifício praticado pelos antigos
hebreus, em homenagem aos deuses, em que a vítima (um animal) era totalmente
queimada; 2. História = Genocídio de
judeus cometido pelos nazistas, durante a 2ª Guerra Mundial, resultando na
morte de aproximadamente seis milhões de pessoas.(Grande Enciclopédia
Larousse Cultural)
Gostei mt de suas informações sobre esse assunto Sr Eurípedes.Irei acompanhar as publicações que o Sr.fará todos os domingos.Gratidão
ResponderExcluirSou agradecido por sua atenção e gentileza. Forte abraço.
ResponderExcluirTexto claro e objetivo, esclarecendo o pensamento humano na busca divina e, por consequência, da própria felicidade.
ResponderExcluirMuito obrigado. Saudações.
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