domingo, 2 de junho de 2019

O homem e a religião (1/6)


O Homem e a Religião (1.6)

    Trarei para os leitores deste espaço, em seis capítulos (um por semana, aos domingos), alguns respingos históricos sobre as religiões e o Espiritismo. Antes, farei uma rápida reflexão sobre como e quando iniciou-se o sentimento religioso na humanidade, até chegarmos à Codificação da Doutrina dos Espíritos, por Allan Kardec, no século XIX.

       8.000 a.C.
      Supõem os historiadores, sem condições de confirmá-lo, que a crença no poder celestial teria surgido por volta do ano 8.000 a.C.  A cada fenômeno da natureza criava-se um deus — via de regra autoritário (poder absoluto...), exigente e vingativo (holocaustos)[1].
Igualmente, a cada atividade humana; depois, até mesmo os animais passaram a ser endeusados, sempre em linguagem simbólica.
       Transcorrendo os milênios, acoplando a data e a hora do nascimento à posição das estrelas, estabeleceu-se o horóscopo, dividindo-se a trajetória aparente do Sol em doze partes, cada uma com 30°.  No horóscopo, o interesse pelo futuro era (como ainda é) estritamente individual.
       Por séculos e séculos a humanidade viveu sob o politeísmo original, comandada por aqueles “deuses”:
- da natureza: para o raio, o relâmpago, o trovão, a chuva, o vento, o vulcão, etc.;
- dos atos humanos: para a caça, a pesca, a plantação, a colheita, a guerra, a cura de doenças, o nascimento, a morte, etc.;
- dos animais: para a íbis, o crocodilo, o gato, o boi, etc.
       Os Profetas
Depois, vieram os Profetas...
      Sobrepuseram eles, às diversas crenças, a comunicação direta com Deus, segundo acreditavam.  As profecias, todas, visavam o bem coletivo.
As Religiões
   A seguir, Espíritos missionários aportaram no planeta, com a incumbência de fundarem as religiões, que se reportariam (como se reportaram) ao estágio evolutivo de cada época.
      Todos esses Espíritos, sem exceção, trouxeram luzes para o futuro dos povos de então.
Focalizando agora o olhar na história das religiões, sempre será encontrada uma hierarquia social, induzindo os adeptos (promovidos a fiéis) — o povo, a rigor — à disciplina e submissão às classes dominantes. Isso, desde os imemoriais tempos do Egito, da Babilônia (país da Ásia antiga), Assíria e Roma.  Assim, unindo equivocadamente o Céu à Terra, muitos fiéis, desde há muito tempo, creem poder alcançar bens individuais em troca de sacrifícios, oferendas ou promessas outras.
       Jesus
   O Cristo (ungido) de Deus, inegavelmente o maior de todos os missionários, legou à Humanidade o tesouro da Fé, por ter sido o maior dispensador do Amor, de todos os tempos. Falou ao mundo do Reino de Deus, intangível e intocável na crença dos povos de então, arrastando milhões e milhões de Espíritos ao patamar em que reside a Esperança. Suas palavras, de duração eterna, tiveram, têm e terão o inigualável efeito de iluminar trevas externas e internas da mente. Necessário, apenas, ter “olhos para ver” e “ouvidos para ouvir”. Não criou nenhuma religião. Não deixou dogmas.
 A moral cristã, da primeira à última instância, fundamenta-se na Lei do Amor — amor a Deus e ao próximo.  Por isso, pode-se dizer que Jesus é a maior de todas as incontáveis benesses que Deus, desde sempre, dispensa à humanidade inteira.

           Nos demais capítulos mostrarei, sucintamente, os fundamentos de algumas religiões e focalizarei aspectos do sincretismo religioso, pelo qual os escravos adaptaram seu culto original (o Candomblé) ao Catolicismo; a seguir, informarei sobre a criação da Umbanda, em solo brasileiro, sendo que até hoje a maioria das pessoas confundem-na com o Espiritismo; com o devido respeito, mostrarei como diferem, substancialmente. Ao final, citarei os pontos básicos da Doutrina dos Espíritos.              



[1] 1. Do grego: holokauston = todo queimado - Espécie de sacrifício praticado pelos antigos hebreus, em homenagem aos deuses, em que a vítima (um animal) era totalmente queimada; 2. História = Genocídio de judeus cometido pelos nazistas, durante a 2ª Guerra Mundial, resultando na morte de aproximadamente seis milhões de pessoas.(Grande Enciclopédia Larousse Cultural)

4 comentários:

  1. Gostei mt de suas informações sobre esse assunto Sr Eurípedes.Irei acompanhar as publicações que o Sr.fará todos os domingos.Gratidão

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  2. Sou agradecido por sua atenção e gentileza. Forte abraço.

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  3. Texto claro e objetivo, esclarecendo o pensamento humano na busca divina e, por consequência, da própria felicidade.

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