Mostrando postagens com marcador perdão dos pecados. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador perdão dos pecados. Mostrar todas as postagens

domingo, 27 de setembro de 2020

Artigo - Plantação e colheita

 

Plantação e colheita...

 

Após percorrer estágios elaborativos nos reinos inferiores o P.I. (Princípio Inteligente) transforma-se em Espírito, ingressa no reino da razão (hominal), sendo então contemplado com livre-arbítrio, inteligência e consciência.

Indevassável nas dobras do Tempo é então criada ficha individual desse Espírito, na qual Leis Divinas, sábias e perfeitas, demarcarão para sempre seus procedimentos, disso resultando saldo positivo entre as ações no Bem, mas também saldo negativo nas ações do mal.

A “contabilidade celestial” desses saldos, a cargo da Justiça Divina, expõe exatamente como cada um se encontra neste momento...

Sem grande esforço encontramos na história das religiões mais antigas, no Antigo e no Novo Testamento, várias citações que sintetizam magistralmente a Justiça Divina:

 

Das religiões da Índia[1]:

Nessas escrituras encontra-se a fonte mais antiga sobre crédito ou débito moral, consubstanciados na “Lei do Karma”.

Karma, em sânscrito (antiga língua sagrada da Índia) significa “ação”. Fundamento do karma: todo bem ou mal que tenhamos feito numa vida irá nos trazer consequências boas ou más, seja nesta ou em outras existências que estão por vir.

A “Lei do Karma” consigna que boas ações creditam paz e bem, más ações trazem sofrimento e dor, estes, só atenuados por aquelas, a bordo de sincero arrependimento.

A Lei do Karma é comumente conhecida como justiça celestial, faz parte do conjunto de escrituras sagradas de várias religiões da Índia:

● Os Vedas: segundo as tradições 3.102 a.C.;

● Bramanismo: do segundo milênio a.C. até o início da era cristã; persiste de forma modificada, sendo atualmente chamado de Hinduísmo;

Hinduismo: segundo as tradições, desde cerca de 2.000 a.C.;

Jainismo: desde século VI a.C.;

Budismo: desde século V a.C.;

 

Do Antigo Testamento

● "Porque, segundo a obra do homem, ele lhe paga; e faz que cada um ache segundo o seu caminho”.

     Consta do Livro de Jó, 34:11 – Atualmente concorda-se que esse livro foi escrito entre os séculos VII e IV a.C., com o século VI a.C. despontando como data mais provável;

● “A ti também, Senhor, pertence a misericórdia, pois retribuirás a cada um segundo a sua obra”.

      (Salmos, 62:12) - Escrito por Davi –  c. 1010- c. 970 a.C.;

● “Não pagará Ele (Deus) ao homem conforme a sua obra?”. 

      Escrito por Salomão, em Provérbios, 24.12 - no século I a.C., certamente entre 63 e 40 a.C.;

● “Julgar-vos-ei a cada um conforme os seus caminhos”.       (Ezequiel, 33:20) - Escrito durante o século VI a.C., através de visões que teve durante o exílio da Babilônia.

 

Do Novo Testamento

● “Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras”.  Jesus, em Mateus, 16:27;

● “E, se invocais por Pai aquele que sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinação”.

     Apóstolo Pedro, em I Pedro, 1:17 – Atualmente, a maioria dos estudiosos acredita que Atos foi escrito nos anos 80 d.C.;

● “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal”.  (II Coríntios, 5:10).

     Paulo, apóstolo dos gentios (Tarso, Cilícia, c. 5 - Roma, 67);

“Irmãos, de Deus não se zomba. O que o homem semear, isso colherá”. (Paulo, Epístola aos Gálatas, 6.7);

     Paulo, apóstolo dos gentios (Tarso, Cilícia, c. 5 - Roma, 67).

● “E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra”.  (Apocalipse, 22:12)

     João, evangelista, escreveu o Apocalipse na Ilha de Patmos, no mar Egeu, tempos após a crucificação de Jesus.

 

Do Espiritismo

O Amor e a Caridade do Pai para com todos Seus filhos são ofertados a todos eles, inocentes ou culpados, indistintamente.

Mas a esses últimos, porém, a Justiça Divina — inviolável, perfeita, soberana, expressão máxima e inigualável da caridade do Supremo Criador —, apenas poderá ajudá-los a se reerguerem quando neles brotar o arrependimento sincero[2].

Ninguém pode alegar que “não sabia”, pois os alertas e avisos começaram há milênios, continuam e serão válidos para sempre!

Provérbio chinês aconselha: Podemos escolher o que plantar, mas somos obrigados a colher o que semeamos.

Os espíritas fazem coro: “A plantação é livre, mas a colheita é obrigatória...”.

-   -   -

Para a quitação não bastam arrependimentos...

Indispensável a reconstrução, pelos faltosos diante das Leis de Deus, do que tenham destruído e então, com resignação corrigirem suas faltas, o que poderá acontecer em uma, ou mais reencarnações — quantas sejam necessárias —, concedidas pela Misericórdia do Pai Maior.

Diante da firme decisão do arrependido em busca da quitação, essa é a hora que a Bondade do Supremo Criador coloca-lhe à disposição os meios necessários, com alternativas caridosas.

Isso porque nem sempre a reconstrução poderá ser obtida exatamente como a dívida foi edificada, o que caracterizaria a “pena de talião”. Com aquelas alternativas o devedor terá incontáveis possibilidades de agir com amor e caridade para com o próximo.

É assim que então, perante a Lei de Deus, o culpado obterá a quitação plena de suas faltas, segundo lavratura divina no altar da própria consciência. Terá paz de consciência.

Exemplo comovente desse Amor do Pai Maior e da Justiça Divina, e de quitação geral, temos na narrativa de Pedro, apóstolo de Jesus, comentando sobre as bênçãos da caridade: Acima de tudo cultivai, com todo o ardor, o amor mútuo, porque o amor cobre uma multidão de pecados (I Pedro, 4-8).



[1] Informações obtidas na Wikipédia – a enciclopédia livre da internet.

[2] Allan Kardec, em “O Livro dos Espíritos”, Parte 4ª, cap. II: Expiação e arrependimento — Síntese das questões nº 990 a 1002, que tratam intensamente do arrependimento e de como ele é visto pela Doutrina dos Espíritos.


segunda-feira, 26 de março de 2018

Parábola dos dois devedores


26.03.18

Parábola dos dois devedores – síntese
(Também conhecida como a Parábola do Fariseu e da Mulher Pecadora)
Resultado de imagem para parábola do fariseu e da mulher pecadora
(Imagem da internet – meramente ilustrativa)

Jesus é convidado por um fariseu para comer com ele.
Aceitou, adentrou na casa, reclinou-se à mesa.
Então apareceu uma mulher da cidade, considerada “pecadora”, sabendo que o Mestre ali se encontrava.
Vendo Jesus, a mulher chorava e com lágrimas começou a banhar-lhe os pés, cobrindo-os de beijos, enxugando-os com os cabelos, ungindo-os com perfume.  O fariseu não gostou disso.
Jesus, percebendo, diz a Simão (que o convidara):
“Um homem tinha dois devedores, um devendo quinhentos denários, o outro, cinquenta. Impossibilitados de pagar, o homem perdoou a ambos. Qual dos dois mais amará quem os perdoou?”.
Simão responde: “O que devia mais”.
Jesus proclama: “Julgaste bem”.
A seguir Jesus cita o atendimento fraternal (costume da época) que recebeu da mulher, tão diferente do anfitrião:
“Ela não parou de cobrir meus pés de beijos e você não me deu um ósculo”; “Não me derramaste óleo na cabeça, e ela, ao contrário, ungiu meus pés com perfume”; “Por essa razão, eu te digo, seus numerosos pecados lhe estão perdoados, porque ela demonstrou muito amor”; “Mas, aquele a quem pouco foi perdoado, mostra pouco amor”.
Por essa razão, Jesus disse à mulher: “Teus pecados estão perdoados. Tua fé te salvou; vai em paz”.  (Lucas – 7.36-50)

-  -  -

Esta Parábola, bem detalhada (mas, aqui sintetizada), expõe várias lições de Jesus, cujo entendimento se faz fácil:

● quando dois devedores têm sua dívida perdoada, a gratidão do que deve mais, normalmente é maior do que a gratidão do que pouco deve;
● a mulher “pecadora” conhecia as lições de Jesus e, arrependida da vida que levava, prestou-lhe a homenagem cerimoniosa (costumeira, à época), que o próprio dono da casa não fez;
● os Evangelistas referem-se a outras passagens sobre mulheres ungindo o Cristo, o que leva o tema a ser discutível, se a mulher desta Parábola seria a Maria, nascida em Magdala (costa oeste do Mar da Galileia), conhecida como “Maria Madalena”;
● da minha parte, respeitando as controversas opiniões dos teólogos e biblistas e outros, por meus estudos na literatura espírita, sem considerar como fato inquestionável, creio tratar-se mesmo de Maria Madalena;
● a atual cerimônia litúrgica católica do “Lava-pés”, bem como o sacramento do Batismo (unção com óleo, na cabeça e peito da criança), parecem vestígios de costumes antigos, anteriores mesmo a Jesus.