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domingo, 21 de julho de 2019

Artigo - Favores difíceis


Favores difíceis

O plebeu judeu, assim nascido, tornou-se em poucas horas um nobre egípcio, de vida palaciana.
Retornou às origens, missionariamente libertou seus patrícios, legou a bênção do Decálogo a toda a posteridade.  Então, sofreu e foi submetido a duras provas.
Por Jesus, com Jesus e para Jesus, pessoas humildes e ignorantes dos dotes científicos e literatos, morreram impiedosamente, através de hediondos e dolorosíssimos processos de judiação.
— Quais seriam as dívidas, há cerca de vinte séculos, de tantos e tantos cristãos, vilmente imolados?
— Quanto tempo e em quantos corações perdurou essa dúvida?
Arquimedes doou à humanidade as maravilhas das figuras perfeitas, com as imutáveis equações geométricas dos ângulos, dos círculos, dos triângulos e dos quadrados.
A “teoria dos lados” não comporta correções.
Mas, o que dizer da teoria dos lados, exposta por Jesus, quando referiu-se às faces ofendidas?...
Beethoven, Chopin, Verdi e tantos outros, legaram maravilhas da música.  E a música, na espiritualidade, é a genuína expressão de sensibilidade adiantada: é linguagem universal.
- O primeiro (incrível!), surdo, deu aos outros o que a si mesmo foi negado! Denodado, não esmoreceu na atividade artística missionária a que certamente se propôs desincumbir, quando ainda na Espiritualidade.
- O segundo, romântico e apaixonado, sofreu dissabores terrenos que levaram-no à derrocada física, com prematura desencarnação.
- O terceiro, não se deixou envolver pelas fúteis delícias materiais da glória, da fama, por tantos perseguidas e desejadas: movido por um dinamismo constante, psicólogo, soube compor enaltecendo a idéia da liberdade.
Alberto Santos Dumont, procurando fanaticamente tirar o homem do contato terra-a-terra, conseguiu-o, conquanto ao preço da vida, extinta por moto próprio, ante o dissabor de ver desvirtuada sua brilhante idéia.  Mas, enquanto aquele eminente pesquisador da dinâmica aérea legava seu invento aos homens, um médico humilde buscava o vôo da alma prisioneira pela loucura.  Era Bezerra de Menezes, que em transcendental missão, legou a nós todos, os estudos incomparáveis que dimensionam e delimitam a obsessão, os obsessores e os obsidiados.
Denizard Rivail, pacientemente, em meio século, preparou o terreno e alicerçou os meios para a belíssima tarefa da ordenação dos fatos espirituais, sob a batuta literária e intelectual do então transfigurado Kardec.
Bezerra sofreu duros transes em sua trajetória terrena.
Kardec também.
Moisés, não menos.
— E o Cristo?  Podemos alcançar a essência do seu presente, deslocando-se do alcândor da Espiritualidade para o pantanal das doentias almas do nosso planeta?
- Certamente que não.  Só parcialmente.
Assim, sejamos por Jesus.
Estejamos com Jesus.
Dirijamo-nos para Jesus.
O passado, com os missionários que tanto sofreram para nos favorecer, nos ensina que, da maior lição desejada possível, uma é inatingível em superioridade: muitas vezes, para fazermos um favor a alguém, precisamos, antes, pedir permissão ao favorecido, numa difícil inversão de posições.  E depois, talvez, sofrer por isso...

(Mensagem do Espírito Josué, psicografada por E.Kühl, constante do livro
"Ancoras de Luz", Editora LEB, Bagé/RS)
Edição esgotada, mas em e-book grátis, neste mesmo blog, na seção "Livros"



domingo, 29 de julho de 2018

Bem-aventurados os puros de coração...


30.07.18

(Mateus, 5-8)

... porque verão a Deus.
Ser puro de coração é o mesmo que dizer que o Espírito alcançou a evolução máxima possível, tornando-se “Espírito puro”. Jesus é exemplo perfeito de “puro de coração”.
E como era e é Jesus?
- Absolutamente voltado para o amor a Deus e ao próximo;
- Perfeitamente integrado com as Leis Divinas, seguindo-as invariável e permanentemente;
- Integralmente sábio, com a sabedoria a serviço do Bem;
- Totalmente desligado de qualquer prazer, que não seja o da prática da Caridade;
- Misericordioso diante da pobreza, do sofrimento, da dor;
- Dedicado em tempo integral a esparzir conhecimentos e luz; jamais se ofende — perdoa a toda e qualquer ofensa;
- Humilde, tolerante e paciente ante qualquer situação, mormente as constrangedoras;
- Despojado de qualquer posse, tudo que consegue nem chega às suas mãos, sendo logo objeto de doação.
Muitas outras qualidades têm os Espíritos puros.
Apenas as que citei, na minha simples opinião,  já põem em evidência o significado da atual bem-aventurança...
“Ver a Deus” é a consequência de quem cultiva só virtudes.
 NOTA: Em “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, há a questão nº 244: Os Espíritos veem a Deus? – E a resposta: Só os Espíritos superiores o veem e compreendem. Os inferiores o sentem e adivinham.

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça...


16.07.18

(Mateus, 5-6)

... porque serão saciados.
Esta bem-aventurança é destinada às pessoas que de alguma forma se sintam injustiçadas e estejam procurando correção do que as aflige. Essa é uma dor da alma.
Jesus afirma que encontrarão felicidade (bem-aventurança) aqueles que, “famintos e sedentos” de justiça, confiem na Justiça Divina, mantendo-se em atitude de serenidade, sem revolta.
A oração fervorosa dará aos que estejam sofrendo injustiça(s), sem culpa formada, a resignação de que nada acontece sem que a misericórdia de Deus prevaleça!
E o Criador formulou Leis Divinas, abençoadas, infalíveis, que a todos alcançam, de forma que a cada um seja dado, de retorno, exatamente segundo suas obras, no dizer reconfortante e pacificador do Mestre Jesus.
“Fome” e “sede”, aqui, induzem a razão e o bom senso a meditar que vivenciar qualquer injustiça, representa uma fase, na qual se estará quitando algum erro, com dano ao próximo, ou a si mesmo, por imprudência ou desrespeito à Vida.
E como já está bem esclarecido, se há aparente injustiça, na verdade o que acontece é a devida reparação de algo que, se não nasceu nesta existência terrena, só pode ter sido em outra.
E agora, aproveitando a misericordiosa oportunidade de quitação,  o que estiver grato ao Pai, não tardará a “ser saciado”.

segunda-feira, 26 de março de 2018

Parábola dos dois devedores


26.03.18

Parábola dos dois devedores – síntese
(Também conhecida como a Parábola do Fariseu e da Mulher Pecadora)
Resultado de imagem para parábola do fariseu e da mulher pecadora
(Imagem da internet – meramente ilustrativa)

Jesus é convidado por um fariseu para comer com ele.
Aceitou, adentrou na casa, reclinou-se à mesa.
Então apareceu uma mulher da cidade, considerada “pecadora”, sabendo que o Mestre ali se encontrava.
Vendo Jesus, a mulher chorava e com lágrimas começou a banhar-lhe os pés, cobrindo-os de beijos, enxugando-os com os cabelos, ungindo-os com perfume.  O fariseu não gostou disso.
Jesus, percebendo, diz a Simão (que o convidara):
“Um homem tinha dois devedores, um devendo quinhentos denários, o outro, cinquenta. Impossibilitados de pagar, o homem perdoou a ambos. Qual dos dois mais amará quem os perdoou?”.
Simão responde: “O que devia mais”.
Jesus proclama: “Julgaste bem”.
A seguir Jesus cita o atendimento fraternal (costume da época) que recebeu da mulher, tão diferente do anfitrião:
“Ela não parou de cobrir meus pés de beijos e você não me deu um ósculo”; “Não me derramaste óleo na cabeça, e ela, ao contrário, ungiu meus pés com perfume”; “Por essa razão, eu te digo, seus numerosos pecados lhe estão perdoados, porque ela demonstrou muito amor”; “Mas, aquele a quem pouco foi perdoado, mostra pouco amor”.
Por essa razão, Jesus disse à mulher: “Teus pecados estão perdoados. Tua fé te salvou; vai em paz”.  (Lucas – 7.36-50)

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Esta Parábola, bem detalhada (mas, aqui sintetizada), expõe várias lições de Jesus, cujo entendimento se faz fácil:

● quando dois devedores têm sua dívida perdoada, a gratidão do que deve mais, normalmente é maior do que a gratidão do que pouco deve;
● a mulher “pecadora” conhecia as lições de Jesus e, arrependida da vida que levava, prestou-lhe a homenagem cerimoniosa (costumeira, à época), que o próprio dono da casa não fez;
● os Evangelistas referem-se a outras passagens sobre mulheres ungindo o Cristo, o que leva o tema a ser discutível, se a mulher desta Parábola seria a Maria, nascida em Magdala (costa oeste do Mar da Galileia), conhecida como “Maria Madalena”;
● da minha parte, respeitando as controversas opiniões dos teólogos e biblistas e outros, por meus estudos na literatura espírita, sem considerar como fato inquestionável, creio tratar-se mesmo de Maria Madalena;
● a atual cerimônia litúrgica católica do “Lava-pés”, bem como o sacramento do Batismo (unção com óleo, na cabeça e peito da criança), parecem vestígios de costumes antigos, anteriores mesmo a Jesus.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Parábola da dracma perdida


Parábola da dracma perdida
(01.01.2018)

Ainda na casa de um dos principais fariseus, para tomar refeição, achegaram-se a Jesus muitos publicanos e pecadores para ouvi-lo. Jesus não repelia ninguém.
Assim é que alguns deles, escandalizados, puseram-se a murmurar, como vimos na parábola da ovelha perdida, sendo a primeira, de três, sobre a solicitude de Deus para salvar os que se perdem.

 
Disse-lhes Jesus:
— Qual a mulher que, tendo dez dracmas e perder uma, não acende a lâmpada, varre a casa e procura cuidadosamente até encontrá-la?
E, encontrando-a, convoca as amigas e vizinhas e diz:
— Alegrai-vos comigo, porque encontrei a dracma que havia perdido”!
Eu vos digo que, do mesmo modo, há alegria diante dos anjos de Deus por um só pecador que se arrepende. (Lucas – 15: 8-10)
-  -  -
  ● Esta parábola oferta-nos várias interpretações, formuladas ao longo dos séculos:
a) a mulher é pobre, perde parte do dinheiro que possuía e se desespera;
b) à época, os noivos judeus tinham o costume de dar um dote de dez dracmas para a noiva, que ela deveria devolver na data do casamento — uma a menos sinalizava que a noiva era descuidada e o casamento não acontecia;
c) a mulher é pobre e precisa da moeda para sobreviver. O amor de Deus torna-o vitalmente necessitado de encontrar a pessoa perdida, para levá-la à alegria da comunhão no amor.
 ● Como tenho dito, desde o registro da primeira parábola aqui no facebook, meus comentários são voltados para o lado moral dos símbolos, considerando que Jesus, nas parábolas, não se dirigia a uma ou a algumas pessoas, e sim, a toda a humanidade. Dessa forma, sou dos que refletem que as parábolas têm lições morais para todos os povos, de todos os tempos.
Minhas reflexões:
- a mulher que perdeu a dracma (valor da diária de um trabalhador), representa aquele que conheceu as Leis Divinas e agiu contrário a uma delas;
- a busca aflita por essa moeda, com um lampeão aceso (o Evangelho), representa o arrependimento sincero;
- a varredura são os percalços para reparar o erro cometido;
- reencontrar a moeda: a salvação, motivo de festa entre os Anjos de Deus.

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Parábola das dez virgens




Parábola das dez virgens
(20.11.2017)

Nesta parábola (uma semana antes da crucificação) Jesus fez forte advertência quanto à vigilância:
Então o Reino dos Céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do noivo. Cinco eram insensatas e cinco, prudentes.
As insensatas, ao pegarem as lâmpadas, não levaram azeite consigo, enquanto as prudentes levaram vasos de azeite com suas lâmpadas. Atrasando o noivo, todas acabaram cochilando e dormindo.
Quando foi aí pela meia-noite, ouviu-se um grito:
— “O noivo vem aí! Saí ao encontro!”
Todas as virgens levantaram-se, então, e trataram de aprontar as lâmpadas. As insensatas disseram às prudentes: “Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas estão se apagando!”.
As prudentes responderam: “De modo algum, o azeite poderia não bastar para nós e para vós. Ide antes aos que vendem e comprai para vós.
Enquanto foram comprar o azeite, o noivo chegou e as que estavam prontas entraram com ele para o banquete de núpcias. E fechou-se a porta.
Finalmente, chegaram as outras virgens, dizendo:
— “Senhor, senhor, abre-nos”!
Mas ele respondeu:
— “Em verdade vos digo: não vos conheço”.
Vigiai, portanto, porque não sabeis nem o dia nem a hora. (Mateus 25: 1-13)
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Algumas reflexões, minhas, à conta de explicação:
1. Reino dos Céus = a paz e felicidade do Plano Espiritual;
2. Dez virgens = a Humanidade, na qual há bons e maus;
3. O noivo = tarda algo para chegar, mas chega, como na Terra chegará a era da harmonia, da fraternidade e ninguém sabe quando;
4. As lâmpadas e as candeias = a iluminação espiritual dos que respeitam as Leis de Deus e praticam a caridade;
5. O azeite = combustível para a luz — mérito da evolução;
6. Busca de azeite = a precipitação de última hora, podendo ser no momento da morte;
7. Negar azeite = o mérito pelo Bem é individual, não pode ser transferido, nem emprestado: é conquista pessoal;
8. Traje nupcial = cuidadosa preparação para a Nova Era;
9. Banquete = situação do homem de bem no Plano Maior;
10. Entrada negada no banquete: resultante da invigilância;

11. Vigiar sempre = refere-se à necessidade de jamais descuidar, procedendo de forma a conquistar o mérito de ser partícipe do banquete espiritual, quando chegarem o dia e a hora...

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

A inveja

02.12.2016


A inveja está presente em praticamente todos os cantos e recantos da atmosfera terrestre. É um sentimento que habita quase sempre na parte mais oculta do consciente, fronteira do subconsciente.
Toda vez que se reunirem três ou mais pessoas, desconhecidas e de diferentes origens, se dialogarem entre si, em menos de cinco minutos é provável que alguém já estará com inveja de alguém.
No Velho Testamento há vários registros de inveja e pior de tudo, no lugar em que é menos esperada: no lar, entre irmãos.
Caim e Abel...  Jacó e Esaú...
No Novo Testamento, a parábola do “Filho Pródigo” expõe, igualmente, inveja entre irmãos.  Ainda ali, as irmãs de Lázaro, quando na presença de Jesus, em atividades opostas, têm levado muitos a suporem que entre elas pairava inveja.
O instituto da família, tão bem engendrado por Deus, deveria ser, na verdade, onde nenhuma inveja deveria subsistir: a união conjugal, o amor paterno, o amor materno e o amor filial e fraternal, são antídotos firmes contra a inveja.
De forma ampla, a inveja é dirigida ao poder material.
Poder esse, temporal, esgotável, transitório...
Quando alguém adquire uma fabulosa mansão, ou um fantástico veículo, ou uma valiosa joia, quem disso toma conhecimento dificilmente se livra de, intimamente, concatenar a pergunta — por que não eu?
Consenso materialista diz que o dinheiro "compra a felicidade".
Vã ideia!  Soberbo equívoco!  Escuridão na alma!
Uma casa, um carro, uma joia, vultosa conta bancária, ou outro bem terreno qualquer, têm encerradas em si mesmos, histórias desconhecidas, boas e más. Já na sua origem (aquisição, construção ou fabrico, ganho próprio ou herança), talvez tenham proporcionado trabalho a mãos necessitadas. Bens móveis e/ou imóveis, quando prontos, agradam ao olhar pelas formas e cores que anunciam mãos de artistas na sua elaboração. Ali, também, estão milhares e milhares de horas de pesquisas e trabalho, acumuladas, nas atividades de vários profissionais (técnicos, especialistas, auxiliares em geral).
Quanto aos seus proprietários, ah! seus proprietários...
Nada lhes vem gratuitamente às mãos. Muitas são também as histórias das fortunas, nem sempre felizes: inveja sobre inveja, reencarnações  sobre reencarnações... passado, presente, futuro...
Cobiça-se o bem, mas olvida-se o ônus de manter a posse.
Nada material existe que não sofra ação desgastante do tempo, já que no planeta Terra, o atrito é lei permanente:
- um carro que era “último tipo” há trinta anos, hoje talvez não tenha pretendente, tirante os “ferros-velhos”;
- a casa mais luxuosa de todo o mundo, do início do milênio passado, talvez nem exista mais;
- a joia mais rara, mais cara, não serve para nada, a não ser como item de fabulosos inventários... e de muita inveja quando enfeitando alguém;
-  o exercício do poder, concedido geralmente por títulos de nobreza ou de comando, ou de política (sejam quais forem esses títulos) é ainda mais efêmero do que aqueles bens materiais: quantos anos vive ou permanece na função um imperador, rei, presidente, comandante?
Rei só pode existir um.  Presidente e comandante, idem.
Políticos, em geral, pesa-lhes, já no primeiro, o temor do último dia do mandato. Aí, a reeleição, via de regra, usa e abusa do fazer sofrer àqueles que com ela se preocupam. E são quase todos...
Irmão, irmãos: inveja é equívoco, é desperdício de preciosa força.  Para evitá-la, necessário é acionar alguns dispositivos mentais e emoldurá-los com as premissas do Evangelho de Jesus, para corrigir o rumo dos nossos invejosos pensamentos.
Não estamos à deriva, neste mundo. Nunca estivemos. Se naufragamos aqui ou ali, certamente foi o peso da inveja que nos fez soçobrar.
Espíritos  evoluídos agem ao contrário do invejoso: podendo estar apenas em ambiente fraterno, palmilhando espaços luminosos, em companhia de outros seres angelicais, com paz e harmonia plenas, deixam tudo isso para conviver com a dor, com o atraso, com o orgulho, com o egoísmo — nossa companhia. Amando-nos incondicionalmente, mergulham da luz nas trevas, trazendo-nos apoio, trazendo-nos esperanças.  Caridosos, tolerantes, compreensivos, mansos e pacíficos, não se atordoam com perdas, com a ingratidão, nem com as investidas da inveja.
Talvez por isso é que tenha sido criado o hábito salutar, de origem perdida no calendário, de registrar atos e fatos dos homens que com Amor marcaram presença na Humanidade. Mesmo fragmentadas, temos biografias dos Profetas;  deles a Jesus;  d’Ele a Paulo; deste a Francisco de Assis, além de incontáveis outros abnegados.
Deus, Pai de Bondade, a própria Bondade, concede-nos tais visitas para que os exemplos dos visitantes sejam seguidos.
Almejar estar com eles, ser como eles, ter o que eles têm, procurar fazer o que eles fazem, esta sim, é a melhor postura para aquele que quiser evoluir: seguir os bons!
Esse ideal, oposto à inveja, quando conquistado, tem a magia de conceder o maior de todos os bens, o mais valioso de todos os tesouros, a luz mais brilhante e a felicidade duradoura: a capacidade de amar!
O Amor, assim, é o impulso que eleva o Espírito  de homem  para “anjo”. E, seguramente: uma vez “anjo”, para a eternidade “anjos” seremos.
Maria, Mãe Celestial de todos nós, conceda-nos abrigo em Seu manto.


(Mensagem do Espírito Dulce, psicografada por E.Kühl, constante do livro
"Ancoras de Luz", Editora LEB, Bagé/RS)

- O livro "Âncoras de luz" está em e-book grátis, neste mesmo blog,
na seção "Livros"

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Contos - O lírio e a cegonha



Dos sofrimentos por que passa a criatura, as dores da alma são superlativas às do corpo.
A perda de seres queridos, por exemplo: em que farmácia haveria um remédio para eliminar a saudade da alma daquele que aqui ficou?
Anos e anos a lembrança não se apaga, eis que tal dor é chama inextinguível.
Há um bálsamo consolador: a compreensão das vidas múltiplas, que já favorece aos espíritas.  Exige, apenas, para fazer efeito, sinceridade na sua aceitação, quando então surge anestesia à suprema dor da perda do convívio terrestre com entes amados.
Outra dor da alma: o desterro (outra perda da convivência com seres amados).
Quase todas as criaturas humanas julgam-se desterradas: seja de bens materiais, de melhores condições profissionais, ou mesmo de benesses espirituais.
Ainda uma vez mais o Espiritismo autoriza que parte da cortina seja entreaberta e coisas do outro lado sejam vistas e analisadas.  Vê-se então, que se está no lugar certo, isto é, “na rua dos seus pecados e no quarteirão do seu merecimento”...
Sim: não há um único exilado, em toda a história terrena, e em todas as áreas da atividade humana, que não tenha sido beneficiado com notícias da sua pátria distante, quanto saudosa.
Até mesmo as cidadezinhas mais longínquas recebem as novas das capitais, ou pelos meios de comunicação, ou por viajantes visitantes.

Há dois mil anos um obscuro e distante núcleo cósmico, habitado, chamado Terra, recebeu a fulgurante visita de um viajante que, vindo por certo de lugar muito mais evoluído, levou-lhes, aos habitantes que ali se julgavam em desterro, notícias de um mundo maior, de um mundo melhor.
Ensinou a todos qual condução tomar para chegar nesse outro lugar.
Antes de voltar deixou todos espantados e surpresos, quando, num exemplo de humildade, único e ainda não superado, lavou os pés daqueles que mais de perto o seguiam.

Sejamos como o lírio: causemos admiração à matreira cegonha que muito alto o sobrevoa.  Mas a cujo alvor ainda não atingiu, surpreendentemente advindo dos locais poluídos e venenosos, dos pantanais que alimentam suas pétalas, que se abrem todos os dias para o esplendor do céu, lá nas alturas...
Se somos vítimas de dificuldades a nos rodear, vamos alçar vôo, em Espírito  e pensamento construtivo, ajudando uns aos outros.

Talvez, daqui a muito tempo, quem sabe, mas não importa, possamos também, com autêntica sinceridade e propósito, lavar os pés daqueles que os tenham na lama. Com isso, ajudando-os a se livrarem das impurezas rasteiras das más tendências, veremos que esses irmãos têm no seu íntimo, algo com maior alvura ainda do que o mais alvo dos lírios: o Espírito imortal — criação divina!

(Mensagem do Espírito Jairo, psicografia do médium E.Kühl, livro "Âncoras de Luz", 2003, LEB, Bagé/RS - edição esgotada)


O livro "Âncoras de Luz" está em e-book grátis, neste mesmo blog; clicar na seção "Livros".


terça-feira, 8 de setembro de 2015

Artigo - A destinação do Brasil


A destinação do Brasil


Tudo e todos evoluem. Isso é decisão divina!
No infinito perímetro universal, trazendo os círculos internos concêntricos para a nossa grande moradia — a Via Láctea —, figuramos que nela, a nossa cidade é o Sistema Solar, nosso bairro a Terra, nossa rua a América do Sul, nosso quarteirão o Brasil e a nossa residência, a casa onde de fato moramos, agora.
No contexto evolutivo, vislumbrando a paisagem terrena a partir da janela moral ofertada pelo Espiritismo, tem-se que o mundo, necessariamente, hoje está melhor do que ontem e que a cada novo dia, estará melhorando.
Progridem nações e povos, civilizações e costumes.
Porém, em diagnóstico apressado, à vista da devastadora onda de violência que assola a humanidade, multiplicadas vozes alardeiam que o mundo "não tem mais conserto" e que seu fim está próximo.
Para equacionar a violência — seu princípio e fim —, desdobrando-a pelas inúmeras faces da maldade com que se apresenta, consequência da ausência temporal do Evangelho, vou me socorrer da matemática, formulando uma fração contínua:

                          CRUELDADES  ...........................................................     DOR                                           D O R  ............................................  PROVAS E EXPIAÇÕES 
PROVAS E EXPIAÇÕES .....   RESGATES+EXPIAÇÃO
RESGATES + EXPIAÇÃO  ............    REGENERAÇÃO!

O Brasil não está indene a esse vórtice mundial da violência.
Aliás, ainda não há quadrante ou canto da Terra onde a paz algum dia imperou.
Nunca foi tão explícita a assertiva de Allan Kardec quando, em magistral pedagogia do comportamento espiritual, coletivo e individual, classificou a Terra como "mundo de provas e expiações".
O entendimento e a aceitação da Justiça Divina, como de inalcançável sabedoria e bondade, traz à tona de todos os acontecimentos, por mais chocantes que se mostrem, que de todo mal Deus extrai o bem: se há criminosos, há vítimas e como "o Pai não põe cruz em ombro errado", temos que os primeiros se endividam e os segundos quitam; aqueles não passaram nas provações que se lhes foram antepostas e estes, trilharam as dolorosas vias da expiações.
Nesse fluxo e refluxo, a vida segue, aqui e além...
Inexoravelmente, tudo e todos seguem evoluindo...
Entrando em cena planetária a Terceira Revelação — o Espiritismo —, foram decodificados os ensinos de Jesus, muitos deles até então equivocadamente travestidos de dogmas e abjurações.
Viu a Humanidade, no palco da vida, ao abrirem-se as cortinas do mundo espiritual, a Lei Moral de Ação e Reação, representando a Justiça Divina, delineando em texto sublime, recheado de razão e lógica, os meandros da reencarnação. Aos felizes assistentes (voluntários) desse espetáculo que o Espiritismo expõe desde 18 de Abril de 1857, gratuito, mas apenas requerente da fé raciocinada, resta iluminada a dúvida humana do "de onde vim?", "a que estou?", "para onde irei?".
Doutrina dos Espíritos: sementes generosas lançadas de início na França, logo frutificaram e bons ventos as espalharam pelo mundo afora. No Brasil, justamente, foi onde mais frondosa se tornou a benfazeja árvore espírita, hoje o país que mais frutos espíritas oferta a todos os peregrinos que à sua sombra queiram repousar e saciarem-se, em meio às agruras do caminho, agruras essas interpostas por eles próprios...
Sobre essa sublime árvore, eis uma breve estimativa: seu tronco — a própria Codificação; seus galhos — as Federações Espíritas, os Institutos de Estudos, as Editoras espíritas (cerca de 100) os Clubes do Livro Espírita (cerca de 200), as Feiras do Livro Espírita (cerca de 300), os Centros Espíritas (milhares deles), os vários “sites” espíritas, na Internet; os ramos — os médiuns (dos mais frondosos: Chico Xavier, Divaldo Franco, Yvonne do Amaral Pereira) e tantos mais; os frutos — alguns deles, os abençoados livros espíritas (só do Chico, mais de 400!).

O homem foi criado com destinação à felicidade. Não há duvidar.
E felicidade, na Terra, tem e terá sempre aquele que amar ao próximo como a si mesmo, seguindo orientação insculpida por Deus na consciência de todos os seres (Lei Moral do Amor), orientação essa, magistralmente relembrada e exemplificada por Jesus.
Vê-se, amiúde, já a partir de lugarejos brasileiros distanciados do conforto da civilização, criaturas-heróis no campo das poucas letras, que tão logo aprendem o "abc", fazem do seu ideal ensiná-lo aos conterrâneos, idosos muitos deles, mergulhados no analfabetismo.
Da mesma forma, equipado com os ensinos dos Espíritos protetores, cada espírita pode e deve transformar-se em modesta lanterna, a iluminar trevas — as próprias, de início; logo, as do próximo que o queira. Tal atitude, aliás, nada mais é do que seguir a recomendação de Jesus aos Apóstolos, assim registrada pelo Evangelista Mateus (Mt. 10: 7): "E pondo-vos a caminho, pregai dizendo que está próximo o reino dos Céus".
Uns e outros, os atuais anônimos apóstolos, aqueles da Educação, estes da Terceira Revelação, estarão movendo-se impulsionados pelo combustível espiritual da fraternidade, inerente no âmago do ser humano desde sua criação, mas às vezes de difícil prospecção, tal qual seu similar terreno, o petróleo.

O terceiro milênio enfrenta mar revolto, de ondas apocalípticas (não só moralmente, mas com seguidas tragédias: derrubada das “torres gêmeas” nos EUA, seguindo-se invasão bélica no Afeganistão e Iraque, com reação jamais imaginada de barbárie terrorista, guerras entre Nações, pobreza, fome, doenças, o tsunami de há pouco... as atuais, multiplicadas e dolorosíssimas imigrações...).
Embora o Espiritismo faça ralas referências ao Apocalipse, posto que ao ser codificado por Allan Kardec já haviam se passado dezoito séculos e muitas das profecias já tinham ocorrido, permito-me duas ligeiras lembranças da Revelação passada a João, o vidente exilado na Ilha de Patmos:
- a primeira, aquela que se refere aos 2.000 anos... (1.000, a prisão de Satanás - Ap: 20:2, e mais 1.000, os que passaram a viver com o Cristo - Ap: 20:4; assim, dois mil já terminaram...);
- a segunda, aquela que diz dos "três ais" (Ap: 8:13), sendo que ao fim do terceiro "ai", seria destruída a terça parte da humanidade, "nela não mais restando maldição, senão os tronos de Deus e do Cordeiro, aos quais seus servos serviriam"...
Em singela, mas respeitosa analogia aos três "ais", formulo abaixo três "ãos", cuja ação nefasta na Terra, ora aproximando-se a passos largos da saturação, estão levando-a à necessária interferência sublime da Lei de Evolução, para regenerá-la:
- destruição, pelas guerras internas e externas;
- corrupção, pela ganância desenfreada da maioria, no poder;
- perversão, pela disseminação planetária da toxicomania.
Vale recordar: a evolução contínua, Lei Divina, é para tudo e para todos...

Aumentando o número de espíritas, a cada dia vão surgindo novos Centros Espíritas, num sublime efeito multiplicador, isso no mundo todo. Aqui, nesse panorama, o Brasil, em particular, pode ser considerado a grande universidade do futuro neste planeta, ofertando matrículas em classes para todos os níveis do aprendizado espiritual.
Ora, como o conhecimento integral só é alcançável pelo estudo, aliando-se teoria e prática, fixamo-nos nas palavras do Mestre Jesus, "sublime reitor" daquela Universidade, quando lecionou que: conhecendo a Verdade, tem-se a liberdade.

A Terra é uma embarcação-escola há muito a navegar, no Mar da Evolução.
No seu tombadilho  — o Espiritismo — , está o Brasil-moral, obediente ao Mestre, convidando e acolhendo quantos queiram ser navegantes.  Com Jesus no comando e timão desse grande barco que é o mundo, nos seus dois compartimentos — o material e o espiritual —, conjeturo, com grande possibilidade de acerto, que o Brasil-físico, com o farol espírita aceso, será o porto seguro onde, cedo ou tarde atracará a embarcação "Humanidade", trazendo imigrantes de boa vontade, para em seguida rumar para um destino mais feliz, o da regeneração.
Não há o acaso (questão n° 8 de "O Livro dos Espíritos").
Assim, permito-me agora formular uma nova equação para o futuro:
ESPIRITISMO  NO  BRASIL ....  PROGRESSO MORAL TERRENO!
— Melhor destinação poderá haver para uma nação e para um povo?!

                                                                    Ribeirão Preto/SP 
                                                                    Eurípedes    Kühl