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domingo, 22 de março de 2020

Artigo - Deus, nós e o coronavírus


Deus, nós e o coronavírus

Irmãos e irmãs: estejamos com Jesus, sempre.
Minha família e o filho casado estamos confinados, há dias, cada um em sua casa, por causa do coronavírus...
— Fazer o quê?
Essa pergunta, tão sintética, esconde a resposta, com o bom senso tentando dizer-nos que o principal a fazer é VIVER!
Viver e ORAR! Isso, porque outra não é a razão e a melhor forma de estar na Vida, aqui, a bordo da nossa existência terrena.
Para viver no planeta Terra, não há ninguém que possa dispensar, pouco ou muito, o apoio ou a companhia de outrem. Ninguém! Nem mesmo o eremita, lá no quase inacessível alto da montanha, ou no interior de uma gruta: como decidiu pela clausura e imobilidade, espontâneas, nada faz para saciar suas necessidades orgânicas, por exemplo: alimentar-se. Se ninguém atendê-lo, a breve tempo morrerá de fome... Seja por troca (de provimentos), precisará “trabalhar”, no caso, “atendendo” crédulos em seu poder...
Nos dias atuais emerge a indispensável necessidade de união global. Deus nos criou para vivermos gregariamente, isto é, em conjunto com outros seres humanos. Para começar a Vida, a Engenharia Divina engendrou a família e o lar — instituições divinas, das mais abençoadas; de quebra, convivendo em nossa casa, com animais domésticos (isso, naturalmente; aqueles que quiserem tal companhia). Pessoas há, no entanto, que convivem com muitos, são ativas, participativas com a família e socialmente, mas moram sozinhas.
Num e noutro caso, para a paz, indispensável a presença, vivência e convivência do Amor. Ele, o Amor funciona, primeiro, como liga da família: na vivência une afetos, dissipa desafetos; a seguir, ilumina a convivência com aqueles e com outros seres.
Essa, a diretriz divina para a evolução da Humanidade toda!
Aqui em casa, agora, com o coronavírus se espalhando por praticamente todos os países, desde alguns dias e nos próximos estamos e estaremos seguindo os protocolos científicos mundiais: evitar sair de casa, incorporação de novos hábitos de higiene, mormente nas mãos, olhos, nariz e boca, rígido confinamento domiciliar, principalmente quanto aos idosos.
Esse, o panorama material dessa pandemia: infelizmente o que se vê é excesso de notícias / destempero dos comunicadores da mídia em geral / sofreguidão em informar o número de “positivos” e de óbitos — tudo isso gerando pânico...
E do pânico resulta o medo, que segundo o Governador da Cidade espiritual “Nosso Lar”[1] é classificado como dos piores inimigos da criatura, por alojar-se na cidadela da alma, atacando as forças mais profundas.
O mundo já enfrentou outras crises, sempre trágicas, causando muito mais mortes. Mas em nenhuma delas se viu tal exagero noticioso, praticamente de todas as mídias, com divulgação em tempo integral, desencadeando progressão pelas redes sociais — geométrica, quanto trágica.
A Doutrina dos Espíritos nos acalma, explicando que a Justiça Divina (leia-se “Leis Divinas - Morais e Materiais”) jamais põe “cruz em ombro errado”. E mais: sendo este um mundo de “provas e expiações”, quem carrega sua cruz é porque tem forças e condições de fazê-lo — nesse caso, a resignação é abençoado bálsamo, decorrente da Fé, que abre o coração para o Amor de Deus...
Datas de nascimento e de desencarnação são estabelecidas para todos os seres vivos pelo Plano Maior, antes do nascimento de cada um...
Lembro de como Chico Xavier, num momento difícil para ele, ouviu de uma mensageira celestial: “Tudo passa... Tudo passa... Isso também passará e só não passarão as coisas de Deus”.
Se a hora mundial preconiza cuidados físicos, o escudo da Fé recomenda oração e confiança no Pai! Ele sempre quer o nosso bem.
Envolva-nos a paz que Jesus nos deu e nos deixou.
(22/03/2020)




[1] Do livro “Nosso Lar”, autor espiritual André Luiz, psicografia de Francisco C.Xavier, cap. 42, pg. 230, 48ªEd., 1998, FEB, Brasília/DF.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Artigo - Deus e o niilismo ante tragédias



Deus e o niilismo ante tragédias

Tamanhas e tantas são as tragédias na humanidade, pessoais ou coletivas, que desde todos os tempos, “gente do povo” — pensadores comuns — e filósofos de grande projeção mundial, sempre questionaram, uns e outros, sem obter resposta, como é que Deus — o Criador, o Pai —  “em sendo tão amoroso, justo e criador onipotente”, segundo apregoam as religiões, máxime o cristianismo, permite que aconteçam tantas desgraças neste mundo?...
No século XVII, com insuspeitada sinceridade, o famoso filósofo e matemático alemão Leibniz (Gottfried Wilhelm – 1646/1716) declarou, após analisar uma série de relações de causa e efeito, que “vivemos no melhor dos universos possíveis criados por um Deus” — essa, uma visão otimista.
No século XVIII, precisamente em 1755, um terremoto em Lisboa ceifou a vida ali de cerca de sessenta mil pessoas e mais dez mil na costa africana (Marrocos). Nos trágicos trilhos de tal tragédia, os chamados “iluministas” não perderam tempo: no calor da tragédia implodiram a existência divina, seja lá como ela se proclamasse... esta, uma visão negativista.
Temos assim, duas reflexões antagônicas quanto a Deus.

      Dúvidas não esclarecidas, de fato, sempre existiram:
Os pais que perdem o filho tragicamente questionam, partidos de dor:
— Onde estava Deus, naquela hora?
O desempregado, já exausto e sem ânimo para novas tentativas:
— Por que Deus não me ajuda?
O cônjuge traído:
— Como Deus, no altar abençoou minha união e ela agora desmoronou?
O guerreiro derrotado:
— Como Deus pôde dar a vitória para meu inimigo e não ouvir minhas preces?
A maioria dos telespectadores, ante notícias quase que diárias de desastres coletivos:
— Como é que Deus não impediu tanta infelicidade?
Sobre crimes hediondos acontecendo e inocentes sendo vitimados:
— Será que Deus não está vendo isso? Como permitiu uma coisa dessas?
Vendo-se populações inteiras sendo dizimadas por ditadores cruéis ou a fome provocando a morte de tanta gente de vida abaixo, muito abaixo da pobreza, não são poucos que perguntam mesmo, sem heresia, mas sim com perplexidade:
— Se Deus é Pai, como deixou isso acontecer? Como é que tantos malvados ficam impunes?...
Até mesmo o Papa Bento XVI, em sua viagem à Polônia, em Maio/2006, na visita que fez a um dos Campos de Concentração de Auschwitz-Birkenau[1], proclamou, sob profunda emoção:
Tomar a palavra neste lugar de horror, de acúmulo de crimes contra Deus e contra o homem sem igual na história, é quase impossível e é particularmente difícil e oprimente para um cristão, para um Papa que provém da Alemanha. Num lugar como este faltam as palavras, no fundo pode permanecer apenas um silêncio aterrorizado um silêncio que é um grito interior a Deus: Senhor, por que silenciaste? Por que toleraste tudo isto?
De fato, é estarrecedor meditar, em profunda comoção, diante da tragédia da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), na qual morreram quase 50 milhões de pessoas, sendo assassinados cerca de 6 milhões de judeus  — no designado Holocausto, referente aos 12 anos (1933-1945) de perseguição nazista contra os judeus, marcada por métodos bárbaros.

Nas tragédias inevitáveis, provocadas pela mãe-natureza, tais como erupções vulcânicas, tsunamis, tufões, tornados, enchentes arrasadoras, desmoronamentos trágicos, queda de meteoros, tudo resultando em muitas vítimas indefesas — sob morte ou desamparo total —, aos sobreviventes talvez reverbere, mesmo cristãos, a interrogação:
— Será que Deus existe mesmo?
Em todas essas dolorosas questões, individuais ou coletivas, ceifando vidas — às vezes, milhares e milhares — de justos e injustos, jovens e adultos, crianças de tenra idade e anciãos, animais de várias espécies, no rastro delas, para os sobreviventes fica a dor, angústia, ruína, e não raro, a revolta...
Tamanha dúvida e esse estado de espírito sempre estiveram presentes na humanidade, mas de século e meio a esta parte, a corrente do pensamento descrente da bondade ou mesmo da existência de Deus fundou o niilismo.
E niilismo (do Latim nihil = nada), em linhas gerais, seria uma tendência revolucionária de pensadores russos dos anos 1860, caracterizada pela rejeição dos valores da geração precedente; negação dos valores intelectuais e morais comuns a um grupo social; redução ao nada, aniquilamento; descrença absoluta[2] (grifei).
Obviamente, tais pensadores, chocados pelas maldades do mundo, estiveram e estão (pois que ainda os há e não são poucos...) se contrapondo à Fé, enquanto irracional, aquela fé que diz ao pio que “tudo em Deus é mistério, é insondável”; e com isso, impede a razão de, ao menos, respirar e refletir para buscar a origem dessas ocorrências tão tristes, como luzes esclarecedoras, para entendê-las.

Antes de prosseguir: considero de todo inoportuno e absolutamente descaridoso que, nos primeiros tempos (dias e semanas) da eclosão de qualquer tragédia, em relação às vítimas alguém faça referências a “carma” ou a débitos de vidas passadas.
Nesses momentos, nos quais os familiares vivenciam pungentes dores da alma, só cabe confortá-los com sincera solidariedade, revestida de puro amor à dor alheia, do próximo. Uma forma amorosa será assegurar-lhes do amor do Pai aos Seus filhos, na certeza de que o Mestre Jesus recebeu os que transpuseram a outra margem do Rio da Vida.
Dar tempo ao tempo...
Pois o Tempo, como enfermeiro das almas que sofrem, se encarregará de atenuar-lhes o sofrimento. E só então, sem qualquer conotação que não seja a de amparo, talvez caiba ofertar consolo aureolado de respeito, lógica e amor a Deus. É quando o exercício da razão, de par com a fé, então carrearão resignação diante do entendimento da Justiça Divina, como caridosamente explicita a Doutrina dos Espíritos.

Não compareço nestas reflexões como um analista. Não!
Eu, que já passei por duros embates nos meus 84 anos, registro apenas notas sinceras, plenas de solidariedade pelas famílias atingidas por perda de entes queridos em situações inevitáveis.
Faço-o trazendo uma terceira via para os leitores: premissas do Espiritismo, filosofia que tem Deus como a sabedoria suprema do Universo e causa primeira de todas as coisas, proclamando a Justiça Divina como sábia, plena de amor! Justiça aliás, proclamada por Profetas de todos os tempos, máxime pelo Cristo de Deus, o maior dentre todos!
A postura do Espiritismo, de fato, não é inédita: sem grande esforço encontramos no Antigo Testamento, bem como no Novo, várias citações que, antecedendo em muito ao Espiritismo, sintetizam magistralmente a Justiça Divina:
a. "Porque, segundo a obra do homem, ele lhe paga;  e faz que cada um ache segundo o seu caminho”.  (Livro de Jó, 34:11);
b. “A ti também, Senhor, pertence a misericórdia, pois retribuirás a cada um segundo a sua obra”.  (Salmos, 62:12).
c. “Não pagará ele ao homem conforme a sua obra?”.  (Provérbios, 24:12);
d. “Julgar-vos-ei a cada um conforme os seus caminhos”.  (Ezequiel, 33:20);
e. “Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos;  e então dará a cada um segundo as suas obras”.  (Mateus, 16:27).
f. “E, se invocais por Pai aquele que sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinação”.  (I Pedro, 1:17);
g. “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal”.  (II Coríntios, 5:10);
h. “Irmãos, de Deus não se zomba. O que o homem semear, isso colherá”. (Paulo, Epístola aos Gálatas, 6.7).
i. “E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra”.  (Apocalipse, 22:12).

Os que têm Deus como a Perfeição Absoluta e o Amor Infinito não tardarão a se resignar diante da dor e afastar da alma a revolta contra o Pai. Mesmo com o coração dolorido há até os que conseguem atenuar tão grande tristeza, proclamando com a alma um ditado simplório, mas cheio de significado: “Deus não põe cruz em ombro errado”. Isso significando profundo respeito ao Amor e Justiça de Deus para com Seus filhos e que, a um efeito, sempre há uma causa precedente, mesmo que desconhecida.
Essa, a postura do verdadeiro cristão.
Nesse caso, resignação não simboliza ausência da dor, mas um lenitivo para esta.
A Doutrina dos Espíritos é uma filosofia que, sem de forma alguma jactar-se de juíza ou dona da verdade, não condenando nem absolvendo quem quer que seja, responde às pungentes dúvidas — sem injúria do raciocínio —, ao proclamar a crença segundo a qual Deus é todo amor e ao criar o homem dotou-o de inteligência, livre-arbítrio e consciência.
E que, com essas três ferramentas, o Espírito é sabedor de que a lei divina de Justiça preconiza que na vida “a plantação é livre, mas a colheita é obrigatória”.
Isso, em termos científicos, com auxílio da Física, significa dizer que a cada ação corresponde uma reação, porém em sentido contrário.
Longe, muito longe, o “olho por olho”.
Se a justiça terrena atenua sentenças, com penas alternativas, o que dizer da Bondade Infinita do Pai?
Dessa forma, como cristãos, os espíritas consideram que Deus nos criou para a felicidade, só que sob conquista individual. Assim, se isso ainda não acontece, ante crises não cabe revolta alguma, senão reflexões profundas, sendo que uma delas aponta para a lógica da reencarnação!
Qual outra explicação pode haver para tamanhas e tantas tragédias alcançando até mesmo crianças?... Que culpa elas tinham?
Vidas sucessivas (existências terrenas): resposta espírita baseada na premissa fundamental da Justiça Divina, atribuindo ao responsável pela ação a justa e indispensável reação.
Entrando em cena a imortalidade do Espírito, cujo guardião é outra atribuição do Tempo, ficarão patenteadas a sabedoria e bondade do Criador ao conceder tempo àquele que contrai dívidas ante a própria consciência, até amealhar condições de quitá-las. Isso, em infinitas reedições de reinício da caminhada rumo ao Bem — tantas, quanto necessário sejam —, indo de degrau em degrau quitando-se até alcançá-lo.
Repetindo: Deus é o Amor Infinito e não há homem sobre a Terra, ou poder em todo o Universo, em condições de julgar, menos ainda repreender ao Criador pelos acontecimentos naturais, no caso, devastadores.

Trilhar o espírito no reino da inteligência representa o início da caminhada rumo à angelitude. Longa, muito longa essa caminhada, mas um dia alcançável... Eis que, equipado das benesses citadas e trazendo atavicamente o aprendizado das múltiplas experiências adquiridas por vivência prática nas incontáveis existências terrenas, acha-se devidamente capaz de tomar decisões. Para o bem ou para o mal...
São infinitas as decisões que o indivíduo pode tomar, em qualquer situação.
Para o bem, todas, devem buscar a prática do amor ao próximo e geram créditos de paz e felicidade; para o mal, todas carreiam para o agente uma dívida.
Em ambos os casos o Tempo se encarregará de dar “a cada um, segundo suas obras”, no aval valioso, quanto pedagógico do Mestre Jesus.
As palavras do Cristo confirmam que Deus não castiga nem premia e quando há alguém “carregando uma cruz”, tal acontece porque havia condições para o devido ressarcimento. Isso porque as Leis Divinas de Justiça e Amor não permitem provas superiores às forças daqueles que por elas passam.
Assim, diante de um irmão vergado pelo fardo que estiver carregando, atitude caridosa será agir como um abençoado cirineu[3], ajudando-o.
Nos casos de desencarnações sob tragédias, individuais ou coletivas, como de resto nos demais casos de morte física, dever cristão que se nos impõe é pedir às equipes espirituais sob comando e instruções do Mestre Jesus que recebam os irmãos que retornam à vida espiritual, ao tempo que amparem igualmente seus familiares condoídos.

As reflexões espíritas não contrariam a razão nem a lógica e mesmo não sendo aceitas, ofertam adequada hipótese de trabalho para responder às ardentes dúvidas humanas. Muitos espíritas, alcançados por grandes problemas, dores, angústias e toda sorte de dificuldades, encontram na certeza da Justiça Divina bálsamo e resignação que, no caso, impedem revolta ou heresias, ao tempo que promovem forças para a superação ou administração de tais problemas.

No espírito humano a dor geral age como catalisadora do corporativismo, da verdadeira solidariedade.
Nas tragédias, individuais ou coletivas, diante do sofrimento de tantos, a compaixão emerge arrebatadoramente no coração de espíritas, da mesma forma como no da maioria de cristãos, igualmente entre seguidores ou não de outras filosofias. Muitos, senão todos, despidos de quaisquer julgamentos, de imediato dirigem preces a Deus em favor dos atingidos por traumas ou até mesmo pela perda da vida. A seguir, promovem meios de ajudar materialmente as vítimas traumatizadas e suas famílias, duramente alcançadas e necessitadas.
O espírita, em particular, assim age lembrando-se da recomendação de Jesus: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. E tem como lema fundamental a sublime frase de Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo: “Fora da caridade não há salvação”.



[1] Auschwitz-Birkenau é o nome de um grupo de campos de concentração localizados no sul da Polônia, símbolos do Holocausto perpetrado pelo nazismo.  O número total de mortes produzidas em Auschwitz-Birkenau está ainda em debate, mas se estima que entre um milhão e um milhão e meio de pessoas morreram ali. (Notas da Wikipédia, a enciclopédia livre da internet). 
[2] In “Grande Enciclopédia Larousse Cultural”, Volume VII, p. 2328, Edit.Universo Ltda., 1990, SP/SP.
[3] Cirineu = nome frequentemente dado a Simão de Cirinéia, que ajudou Jesus a levar a cruz no caminho do Calvário (Grande Enciclopédia Larousse Cultural, Vol. 3, pg. 786, Ed. Universo, 1990, SP/SP.


domingo, 6 de setembro de 2015

Estudo - Animais: Dor, Castração, Reencarnação

Dor no homem

Passo a palavra para Léon Denis, em sua obra “Depois da Morte”, Ed., FEB, 1944, Rio de Janeiro/RJ:

“A dor é uma advertência necessária, um estimulante à vontade do homem, pois nos obriga a nos concentrarmos para refletir, e força-nos a domar as paixões. A dor é o caminho do aperfeiçoamento. Física ou moral, é um meio poderoso de desenvolvimento e de progresso. É purificação suprema, é a escola em que se aprendem a paciência, a resignação e todos os deveres austeros. É a fornalha onde se funde o egoísmo em que se dissolve o orgulho”.


Animais
Desde a edição do livro “ANIMAIS, NOSSOS IRMÃOS”, de minha autoria, passei a receber
surpreendente número de cartas de leitores, contendo instigantes perguntas:
- Se animais não têm consciência por que sofrem?
- Animais podem reencarnar nos mesmos lares nos quais eram amados ao morrer?
- Deve-se castrar animais para evitar prole?
Respondendo, por partes:
Sofrimento (dor) nas plantas e nos animais
(Com ... Leia mais...

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Estudo - A intenção é tudo


Intenção é o desejo deliberado de alguém realizar alguma ação.

Allan Kardec preocupou-se muito em esclarecer, do ponto de vista espiritual, como Deus ajuíza e quantifica o mérito ou demérito de cada ação humana. Simplificando: quais os graus de inocência ou culpa, de atenuantes ou agravantes (bônus ou ônus) de cada ato, de cada homem.

Considerando a sublime plataforma na qual Kardec se posicionou para levar adiante a Codificação da Doutrina dos Espíritos, óbvio que também esta sua pesquisa foi direcionada inteiramente para os conseqüentes morais de tudo aquilo que o ser realiza.

Resulta notável a intuição de Kardec ao enfocar este aspecto em particular, no longo roteiro evolutivo de cada Espírito e cumpre atentar que à sua época a Ciência de então, de par com a Religião, eram predominantes, ambas, no pensamento humano e abominavam a reencarnação. Por conseguinte havia (como ainda hoje há) desconhecimento generalizado da Lei Divina de Justiça, naquilo que consubstancia ação e reação, plantação e colheita, consoante magistralmente Jesus enunciou: “A cada um a retribuição será de acordo com o seu comportamento”[1].

Nesse contexto, uma vez mais desponta a abençoada argúcia e o filantropismo de Kardec, preocupando-se em pavimentar com esclarecimentos lógicos a sinuosa estrada da caminhada terrena, onde tantos paradoxos parecem atropelar os que nela trilham — maioria da Humanidade — sem o entendimento da Justiça Divina.

Pois, de fato, vem de longe a inexplicabilidade de uma Justiça Superior que permite a réprobos morais prosperar, ao passo que tragédias alcançam pessoas de boa conduta e até mesmo crianças de tenra idade...

Tais fatos, de aparente injustiça, se submetidos ao sol do meio-dia (a lógica) e focados pelas lentes da reencarnação certamente aquecerão com entendimento as mentes desabrigadas e ao frio da desconfiança na Sabedoria e no Amor do Criador.
Voltando à intenção, não há negar que raramente ela é impulsionada por apenas um vetor, a chamada “primeira intenção”, no caso, intenção única.
Intenção única é aquela na qual o agente visa apenas um objetivo, uma resultante. Talvez seja permitido supor que Jesus, ao se deslocar dos alcândores celestiais para conviver conosco, teve a intenção exclusiva de nos ajudar mais diretamente, agindo por amor. Só por amor! Nesse diapasão de fraternidade, Allan Kardec, predispondo-se a codificar o Espiritismo, objetivou colocar ao alcance da Humanidade as sublimidades recebidas do Plano Espiritual, via processualística inédita, que tão bem soube apropriar da mediunidade.
Exceção daquilo que fazem os homens de bem, minoria no nosso planeta, quase tudo o que aqui é feito tem por fulcro a resultante da segunda, da terceira ou até de mais ações, as quais se encadeiam, como elos da corrente.
O homem assim procede, para o bem ou para o mal, consciente ou inconscientemente. É dessa forma que, sem generalizar, vê-se:
- aquele que se especializa tem por meta conseguir bom emprego, bom salário... mas também vida confortável;
- o médico que se forma pretende curar doenças... mas também uma posição profissional relevante;
- o político se esforça para ser eleito para ajudar a comunidade... mas também ser aclamado;
- o atleta que treina com denodo mira superar marcas... mas também o êxtase do pódio, da vitória, da fama;
- o espírita estuda as lições do Espiritismo para compreender cada vez mais a razão da existência... mas também para promover a autorreforma. 
Assim é que a primeira intenção não é a verdadeira, ou melhor, não é a única, a principal, mas um alicerce para a construção de um projeto, que pode se dirigir a outros focos. É por isso que na vida há surpresas: boas ou más...
O homem desconfia do próprio homem e amiúde se ouve: “fulano agiu assim com segunda intenção”. Ou então, perguntas expressas ou ocultas: “quais serão as intenções desse acontecimento?”, “o que será que ele/ela quis dizer com isso?”, “com que objetivo fulano fez tal coisa?”.
Num exemplo singular, referente aos danos da competição, que é uma das maiores causas de desavenças e infelicidades, encontraremos num inocente jogo de xadrez os competidores agindo inexoravelmente com intenções ocultas, para não dizermos subreptícias... O jornal “O Atibaiense”, da cidade de Atibaia/SP, na edição nº 7.569, de 14.Jan.2006, publica reportagem citando que uma pessoa especial, daquela cidade, no ano de 1997 assombrou o mundo enxadrístico ao jogar simultaneamente (vários adversários ao mesmo tempo) e em uma das partidas anunciar que daria xeque-mate em 12 lances, fossem quais fossem as jogadas do respectivo competidor! E isso aconteceu![2]
Nós outros, ainda limitados mourejantes da estrada evolutiva, dificilmente agimos só com intenção única. E foi por causa disso que Kardec houve por bem dirigir algumas perguntas aos Esclarecedores Siderais, cujas respostas ele, em boa hora, deixou registradas no “O Livro dos Espíritos”. Ei-las, por números:
658. Agrada a Deus a prece?

“A prece é sempre agradável a Deus, quando ditada pelo coração, pois, para ele, a intenção é tudo. (...)”. (Grifamos)

670. Dar-se-á que alguma vez possam ter sido agradáveis a Deus os sacrifícios humanos praticados com piedosa intenção?

“Não, nunca. Deus, porém, julga pela intenção. (...)”.

672. A oferenda feita a Deus, de frutos da terra, tinha a seus olhos mais mérito do que o sacrifício dos animais?

“Já vos respondi, declarando que Deus julga segundo a intenção”. (...)”.

747. É sempre do mesmo grau a culpabilidade em todos os casos de assassínio?
“Já o temos dito: Deus é justo, julga mais pela intenção do que pelo fato”.
749. Tem o homem culpa dos assassínios que pratica durante a guerra?
“Não, quando constrangido pela força; mas é culpado das crueldades que cometa, sendo-lhe também levado em conta o sentimento de humanidade com que proceda”.
Mais à frente em “O Livro dos Espíritos”, na 4ª Parte, Kardec aborda de modo enfático as variáveis do equivocado ato do suicídio. Algumas:
948. É tão reprovável, como o que tem por causa o desespero, o suicídio daquele que procura escapar à vergonha de uma ação má?
“O suicídio não apaga a falta. (...) Deus, que julga, pode, conforme a causa, abrandar os rigores de sua justiça”.
949. Será desculpável o suicídio, quando tenha por fim obstar a que a vergonha caia sobre os filhos, ou sobre a família?
“O que assim procede não faz bem. Mas, como pensa que o faz, Deus lhe leva isso em conta, pois que é uma expiação que ele se impõe a si mesmo. A intenção lhe atenua a falta. (...)”.
951. Não é, às vezes, meritório o sacrifício da vida, quando aquele que o faz visa salvar a de outrem, ou ser útil aos seus semelhantes?
“Isso é sublime, conforme a intenção, e, em tal caso, o sacrifício da vida não constitui suicídio. (...)”.
NOTA: A propósito de alguém se matar pensando em ser útil a outrem, vamos citar dois casos de suicídio, autodeliberados, de certa forma similares e de difícil enquadramento quanto à culpabilidade:
1º - No caso “O pai e o conscrito”[3], em 1859, um pai de família, ao saber que seu filho fora convocado para ir combater na guerra da Itália, não podendo livrá-lo desse compromisso militar, suicidou-se, para que esse filho não fosse, já que pela lei passaria a ser o “arrimo de família” (da mãe, então viúva). Evocado, o Espírito reportou que sofria muito, justamente, mas que teve abrandamento da pena, pois compreendia que sua ação não deixou de ser má. O Espírito São Luís acrescentou que nesse caso o motivo propiciou atenuante, e que “Deus, que é justo e vê o fundo dos corações, não o pune (ao suicida) senão de acordo com suas obras”.
2º - A inolvidável médium Yvonne A.Pereira (1906-1984) narra que na cidade de Pirapora/MG[4], na época da II Guerra Mundial (1939-1945), uma pobre senhora “sem orientação espiritual eficiente, tinha um filho que era a razão do seu viver, as primícias da sua vida”. Sendo esse filho convocado para partir para a Itália, a mãe, conquanto muito religiosa, católica, fez veemente promessa a Deus de dar a própria vida em troca da vida e da saúde desse filho, caso ele retornasse da guerra são e salvo. Foi o que aconteceu. Sabendo da promessa da senhora, muitos, inclusive o vigário local, tentaram dissuadi-la desse equivocado propósito. Debalde. Um ano depois ela se atirou às violentas águas da cheia do Rio São Francisco, vindo a falecer. Comenta Yvonne: “que o leitor amigo nos ajude a classificar esse caso de suicídio, porque, em verdade, não sabemos como apreciá-lo. Auto-obsessão? Obsessão real? Enfermidade nervosa? Revolta contra Deus e a Vida? Ignorância das leis de Deus? Amor materno elevado ao fanatismo? Desequilíbrio mental pelo horror à guerra? Nas nossas observações não encontramos caso igual. Todavia, as intenções pesam muitíssimo para as leis divinas, embora não cheguem a tudo justificar”.
954. Será condenável uma imprudência que compromete a vida sem necessidade?
“Não há culpabilidade, em não havendo intenção, ou consciência perfeita da prática do mal”.
NOTA: O caso dos “camicases” (do japonês: kamikases), pilotos que na II Guerra Mundial, tanto quanto atualmente os “homens-bomba” (conflitos Palestina x Israel, Iraque x EUA), que ao se sacrificarem o fizeram ou fazem por “patriotismo”, ou por ilusão de vida paradisíaca após a morte, expõe desconhecimento da vida contínua. Não objeta imaginar que Deus levará em conta essa ignorância e a intenção, não obstante a necessidade de dolorosa reconstrução com a qual terão que arcar, face o mal que causaram a outrem. Contudo, mais responsabilizados e penalizados pela própria consciência serão os líderes que induziram seus subordinados a assim proceder, conquanto também eles assim agiram por ignorância das vidas sucessivas.
Kardec abordou as nuanças da intenção em outras duas oportunidades:
a. Referindo-se com severidade ao delicadíssimo tema do charlatanismo e do embuste[5], estabelece enérgica diferença entre os médiuns que cometem abuso e aproveitamento (especuladores), daqueles que, impedidos de trabalhar, dedicam-se (com retribuição) de forma eminentemente séria e útil. Reporta que “conforme o motivo e o fim, podem, pois, os Espíritos condenar, absolver e, até, auxiliar. Eles julgam mais a intenção do que o fato material”;
b. Na mesma obra, referindo-se às “Reuniões espíritas”, promulga[6] enfaticamente que cada uma delas “é um ser coletivo”, pelo que, vinte pessoas, unindo-se com a mesma intenção, vibrando em uníssono, terão mais força do que uma só. (Grifamos).


[1] Mateus – 16:27
[2] Consta que essa incrível façanha está registrada no Guiness Book (o livro dos recordes),de 1998, às p. 110 e 111.
[3] “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec, 2ª Parte, Cap V.
[4] “Cânticos do Coração”, de Yvonne A.Pereira, Vol II, Cap III, p. 33 a 40, Edições CELD, RJ/RJ, 1995
[5] “O Livro dos Médiuns”, de Allan Kardec, 2ª Parte, Cap XXVIII, item 311.
[6] “O Livro dos Médiuns”, de Allan Kardec, 2ª Parte, Cap XXIX, item 331.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Estudo - Justiça Divina: Determinismo e Fatalidade (I e II)


JUSTIÇA DIVINA – Determinismo e fatalidade

Determinismo e fatalidade são dessas palavras que sem serem sinônimas têm seu entendimento dificultado, pois a fronteira dos seus significados — que as devia separar — é tênue, posto que se há confronto entre algumas das suas características, em outras elas co-existem:
Determinismo:
- Teoria filosófica segundo a qual os fenômenos naturais e os fatos humanos são causados por seus antecedentes; ”o homem é fruto do meio ambiente”.
- Não há o acaso: há encadeamento de causa-efeito entre dois ou mais fenômenos.
Fatalidade:
- Destino inevitável.
- Consequência inarredável, desastrosa, de algum acontecimento.
- Coincidência deplorável.
- Acaso infeliz.
Justiça Divina:
No Espiritismo o conceito de Justiça Divina tem sólido alicerce nas Leis Morais — Leis Divinas que balizam o comportamento do homem —, todas derivadas da Lei do Amor de Deus, dentre elas, particularmente, a Lei da Justiça: a cada um, segundo suas obras.
Aliás, nas Escrituras Sagradas encontram-se várias citações, quase que com as mesmas palavras, magistralmente sintetizando a Justiça Divina:
a. "Porque, segundo a obra do homem, ele lhe paga;  e faz que cada um ache segundo o seu caminho”.  (Livro de Jó, 34:11);
b. “Não pagará ele ao homem conforme a sua obra?”.  (Provérbios, 24:12);
c. “Julgar-vos-ei a cada um conforme os seus caminhos”.  (Ezequiel, 33:20);
d. “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal”.  (II Coríntios, 5:10);
e. “E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor durante o tempo da vossa peregrinação”.  (I Pedro, 1:17);
f. “E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra”.  (Apocalipse, 22:12);
g. “A ti também, Senhor, pertence a misericórdia, pois retribuirás a cada um segundo a sua obra”.  (Salmos, 62:12).
h. “Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos;  e então dará a cada um segundo as suas obras”.  (Mateus, 16:27).
Quem realize esse valioso passeio filosófico pela Bíblia, culminando com a palavra do Mestre Jesus, não poderá negar desconhecimento da justíssima Lei de Causa e Efeito.
Além do mais, não bastassem as Escrituras, de tempos em tempos o Pai envia um dos Seus filhos, com a Luz do Amor, para relembrar os preceitos das Leis Morais, aos homens cujos descaminhos espirituais estejam anestesiando a consciência.
   - Vieram Profetas ...
   - Veio Moisés ...
   - Veio Jesus ...
   - Veio Paulo: "Irmãos, não vos enganeis: de Deus não se zomba, pois aquilo que o homem semear, isso tam­bém ceifará". (Gálatas, 6:7).
   - Veio Sir Isaac Newton (1642-1727), propondo a i­gualdade entre ação e reação.  Iniciava o grande físico, matemático e astrônomo inglês, o acoplamento da Ciência à Filosofia, no que ela tem de mais profundo: a moral.
   - Veio Allan Kardec (1804-1869) — Codificador do Espiritismo —, expondo com luzes da Espiritua­lidade Maior a Justiça Divina e o porquê dos sofrimen­tos, cujas raízes estão sempre na alma daquele que pade­ce, plantadas que foram por ele próprio. Em "O Livro dos Espíritos", à questão 807, os Espíritos que arrimaram Kardec, para a Codificação do Espiritismo, alertaram fortemente: "Os que abusam da superioridade de sua posição social para oprimir o fraco em seu proveito são infelizes. Serão oprimidos por sua vez e renascerão numa existência em que sofrerão tudo o que fizeram sofrer". 
O tema se presta a estudos e reflexões, pois o que está em foco é a existência terrena com seus ganhos e perdas, até o horizonte final: a morte do corpo físico.
Em primeira e última instância faz toda a milenar diferença entre o materialismo e o espiritualismo, entre a descrença e a fé, entre a má-vontade dos filósofos e a lógica irretorquível do Espiritismo — tudo relativo à VIDA!
Sobre todos nós pairam as Leis Divinas, baseadas na Lei do Amor, sagrada e única!
É dentro desse foco que a seguir são apresentadas as pesquisas-premissas abaixo.

Determinismo

Enfoques espíritas
a. Determinismo natural
- expressões do mundo físico: nascer / respirar / alimentar-se / repousar / morrer.
b. Determinismo divino: a evolução!
- Uma única lei: o amor universal! Cujas resultantes são: o bem e a felicidade.
(Espírito Emmanuel, em “O Consolador”, questão 134, p.85, 6ª Ed., 1976, FEB, RJ/RJ)
c. Determinismo humano
Expressa-se pelas escolhas humanas (livre-arbítrio), carreando responsabilidade pelas conseqüências, a cada ação gerando reação, com acervo vulgarmente denominado “carma”.
Aqui será útil definir alguns conceitos quanto ao “carma”, ou “karma”:
- Vê-se no cap. 7 de "Ação e Reação", autoria espiri­tual de André Luiz, psicografia de Francisco C.Xavier, Ed. FEB:
- Carma: expressão vulgarizada entre os hindus, que em sânscrito quer dizer ação, a rigor, designa causa e efeito, de vez que toda ação ou movimento deriva de causa ou impulsos anteriores.  Para nós expressará a conta de cada um, englobando os créditos e os débitos que, em particular, nos digam respeito.  Por isso mesmo, há conta dessa natureza, não apenas catalogando e defi­nindo individualidades, mas também povos e raças, esta­dos e instituições.
Conceitos fundamentalmente similares: causa e efeito, ação e reação, choque de retorno.
Não menos interessante é o que diz o Espiritismo relativo ao nosso nascimento:
- Programas reencarnatórios: mapa de provas úteis, organizado com antecedência, como decisão antecipada das condições físicas e dos lugares mais adequados à evolução do espírito a reencarnar.
(Espírito Alexandre, em “Missionários da Luz”, cap. 13, p. 227, 21ª Ed., 1988, FEB, Rio).
Por ser assunto de grande importância nas nossas vidas, analisei alguns aspectos relativos a esses programas. De início, questionando:
— Não há nada que o homem possa fazer para modificar a sua vida, isto é, os acontecimentos que o envolvem, às vezes inexoravelmente?
Essa pergunta é talvez senão a mais importante, talvez uma das mais, de todas quantas já se tenha feito na vida.  Para todos!
O Espiritismo esclarece tão transcendental assunto, tendo como verdade lógica que ao reencarnar, cada indivíduo traz consigo um pro­grama de acontecimentos que o alcançarão, alguns inevi­tavelmente, outros, passíveis de alterações, sim:
a. os fatos inexoráveis fazem emergir, à lógica, que espelham situação devedora de resgate intransferível. Tais são os casos de cegueira de nascença, deformidades congênitas, acidentes absolutamente inesperados, doenças incuráveis em alguma época da vida, nível monetário, etc. Esses fatos são minuciosamente estudados e decididos por Espíritos Siderais, agentes da Lei de Justiça. Tal enredo acontece antes mesmo da reencarnação daqueles que terão de passar por tais expiações, ou provações compulsórias.
Contudo, nenhum deles, jamais, estará sem o permanente auxílio caridoso daqueles Espíritos protetores, que agem segundo o permanente Amor emanado do Supremo Criador a todas as criaturas;
   b. quanto às situações que podem sem modificadas, para melhor ou para pior, são aquelas sobre as quais o livre-arbítrio ainda pode agir.
A “contabilidade celestial” oferta vários exemplos no dia-a-dia.
Cito alguns, cujos fundamentos foram expostos pelo Espírito André Luiz, no livro "Ação e Reação", Edição da FEB, RJ/RJ:
a. Aumento dos débitos (no cap. 12)
— É quando o homem, reencarnando com propósitos de se corrigir, mais onera seu passivo moral, reincidindo na­queles mesmos erros que deveria eliminar da sua conduta moral.  Como exemplo, cito o caso de alguém que numa existência tenha sido muito rico e foi avaro;  na atual, voltando rico, mais egoísta ainda se torna. Ao desencarnar, seu débito estará dilatado: experiências futuras de pobreza...
Os suicidas, também, desencarnam sempre em condi­ções mais infelizes do que quando reencarnaram.
b. Passivo inalterado (no cap. 13)
— Quando o reencarnado passa a vida sem quaisquer realizações diretamente ligadas ao seu programa reencar­natório. Por exemplo: alguém reencarna com previsão de constituir família, cujos parentes deverá proteger, con­tudo, opta por manter-se solteiro, sem ligar-se afetiva­mente a ninguém. Ao desencarnar, estará com seu passivo inalterado, quanto à teia de realizações familiares previstas.  Se débito houver, será o referente à oportunidade perdida.
c. Cumprimento parcial (no cap. 16)
— Como exemplo, o divórcio, numa situação de casal que tinha previsão de juntos se reajustarem.  Separando-se, interrompem a reconstrução recíproca, que mais tar­de, em outra reencarnação, terá que ser retomada, tal­vez, em condições mais difíceis...
— Por que mais difíceis?
— Porque pode acontecer de se unir a alguém "mais complicado" que o cônjuge anterior, e cuja separação ocorreu por sua culpa, com isso prejudicando a marcha evolutiva daquele outro cônjuge, que após, eventualmente tenha evoluído por mérito próprio.
Agora: se a culpa foi de ambos, os dois, também, voltarão a se reencontrar no futuro.  Não há duvidar.
d. Abrandamento das dores (ainda no cap. 16)
— É muito citado, nos meios espíritas, o caso daquele homem que mantinha uma escola profissionalizante, com grande amor, mas com grandes sacrifícios. Um belo dia perdeu um dedo num torno. Triste, pensativo, intimamen­te se perguntava: por que teria Deus tirado meu dedo, justamente de mim, que tanto bem faço...?
À noite, na sessão mediúnica, o Mentor Espiritual, conhecendo suas dúvidas interiores, comunicou-lhe que havia previ­são espiritual pré-reencarnatória da perda do braço, contudo, face os méritos adquiridos junto à prática da caridade, só perdeu um dedo.  Sem o braço, ficaria im­possibilitado de cuidar das crianças, que dependiam dele ...
Deduz-se que o "destino" é resultante do proceder, através da utilização do livre-arbítrio.  E mais: que pode-se, sim, modificar a vida presente, para melhor, amealhando merecimento para atenuar as pro­vas que sobrecarregam a existência.
e. Extinção total de dívida (no cap .17)
Normalmente extingue-se determinada dívida, nos desastres ou em vários outros inevitáveis acontecimentos que causam morte violenta, bem como nos casos de doenças incuráveis e que causam muita dor (vide no cap. XIV, n.° 9, de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”).
Nos assassinatos, a vítima esgota uma pesada dívi­da, ao passo que o criminoso contrai enorme débito.
Raríssimo é o fato de alguém quitar-se inteiramente perante a consciência, do programa reencarnatório previsto para aquela existência, observadas as Leis Morais.  Isso ocorre quando o devedor completa toda a lista de reali­zações a que se propôs executar antes da reencarnação.  Quando essa lista veiculava seus últimos débitos, terá completado o estágio de aprendizado terreno!
Nesse degrau da evolução, situam-se aqueles Espíri­tos cuja elevação credencia-os a se transferirem do pla­neta Terra para mundos mais felizes.
f. Resgate coletivo (no cap. 18)
É aquele que alcança grupos inteiros de familiares, de viajantes, vizinhos, ou mesmo uma população: desastres aéreos, rodoviários, ferroviários, nau­frágios, epidemias..., pandemias, guerras, terremotos, ma­remotos, furacões, avalanches, inundações, etc., formam alguns dos resgates nos quais os que perecem, conhecidos ou não, tinham débito relativamente similar a ser quitado.
Como exemplo de débito similar, conjeturo ser aquele de povos que (historicamente) dizimaram outros povos, com aprovação de conterrâneos que, embora sem agir, os apoiaram.
Obs: Num aborto, por exemplo, como enquadrar a mulher grávida que desiste da maternidade, já que muitas vezes ela é pressionada por terceiros?
Nesse caso, não objeta pressupor que não apenas a mulher grávida cometeu grave desrespeito às Leis da Vida.  Não raro, por irresponsabilidade, covardia ou intolerância são co-partici­pantes desse hediondo crime os agentes físicos que assassinam o ser que deveria nascer, mas também o companheiro que a engravidou, os familiares e, por ex­tensão, toda a sociedade. Terão que reparar tal falha.
Creio, quanto ao abortado, que necessariamente, pelo que já expus acima, estará em processo de reconstrução, tanto quanto os responsáveis, em processo de destruição da sua paz.
A Justiça Divina, sempre, administrando agentes de causa e efeito, de ação e reação!
Raças: determinismo ou fatalidade — prova ou expiação?
Pela Lei de Causa e Efeito compreende-se porque há pobres, ricos, inteligentes, néscios, doentes e sãos.  Mas, como justificar as raças?  Brancos, negros ou amarelos: qual a razão?  Por que nascer numa ou noutra dessas raças?
O conceito de raças e sua aparência, transcende ao conhecimento humano.  Contudo, no livro “A Caminho da Luz”, no cap. III, 13ª Ed., 1985, FEB, Rio, o Espírito Emmanuel clareia muitas dúvidas a respeito, registrando, por exemplo, que a fixação dos caracteres raciais demandou a contribuição do tempo, aí sendo computados milênios sobre milênios.  Hoje, que tais caracteres já estão definidos, muito pobremente pode-se conjeturar que as multiplicadas reencarnações ofertam, paralelamente, multiplicadas chances do mesmo Espírito acumular experiências vivenciais, acrisolando-se em corpo ora branco, ora amarelo, ora negro...
Agrupamentos humanos
Quanto às famílias há fatores espirituais reunindo num mesmo teto os seus membros.
Isso porque, como em todo o Universo não há ação sem reação, pode-se deduzir que vidas passadas interligam real­mente pais, filhos, cônjuges e  familiares.
Na composição de uma família, na maioria dos casos, prepondera a sintonia espiritual entre seus componentes. Essa sintonia pode ser positiva ou negativa, exercendo irresistível atração entre eles. Cuidam ainda os Engenheiros Siderais responsáveis pela reencarnação que não ocorra desrespeito às leis naturais da genética.
Só por essas reflexões pode-se ajuizar o quanto é trabalhoso o processo de agrupamento familiar, motivo pelo qual considero extremamente útil aos agrupamentos familiares aproveitarem ao máximo as oportunidades de pacificação, quando reencarnados.
Patrões e empregados, em quase todos os casos, igualmente se aproximam e con­vivem longos anos pela lei de atração, que obedece ao passado, promovendo no presente, resgates-reajustes re­cíprocos, nos duros embates que a vida exibe, para a conquista da paz entre espíritos.
Essa mesma situação repete-se em vários grupos soci­ais, quase sempre ligados por vertentes do passado, ou mesmo por afinidade de ideais.
— E nos Centros Espíritas?...
Nos Centros Espíritas, em particular, mais de perto se pode comprovar a "presença do passado", eis que diri­gentes, médiuns e frequentadores, não raro, ofertam ce­nários, ora de grandes realizações, ora de tristes quedas em novos ou repetidos desajustes...
A presença da harmonia entre os diretores e frequentadores é indicativo seguro de a quantas anda a sintonia na casa espírita.
Essas rápidas considerações podem perfeitamente serem aplicadas aos demais grupos religiosos.
Hereditariedade
— Em se falando das leis genéticas, pode-se explicar a hereditariedade pela Lei de Justiça?
— Perfeitamente: o indivíduo, ao nascer, deve estar equipado de determinadas condições físicas e morais, de certo ambiente familiar e social, para poder desempenhar seu roteiro evolutivo.
Não existindo o acaso, a união dos cromossomos pa­ternos e maternos é promovida segundo sábias leis da genética, de que os Mensageiros Celestiais detêm amplo conhecimento.  Até para que as próprias Leis Naturais não sejam desrespeitadas, a fecundação ocorrerá em obe­diência ao currículo vivencial a ser cumprido, mas sub­metido à condição genética dos pais.
Como exemplo cito que se um Espírito deve reencarnar a bordo da pesadíssima expiação da cegueira, só poderá nascer de pais que tenham tal deficiência em seu inven­tário cromossômico.  E, nesse caso, embora as respeitáveis e corretas Leis de Mendel i­dentifiquem a deficiência orgânica dos pais, a Lei de Ação e Reação — e somente ela, decifrando causa e efei­to —, elucidará a origem do problema: no passado deli­tuoso do nascituro. Nem todos os irmãos nascem cegos, o que singulariza a ocorrência.
Desencarnação precoce, ou adiada  -  Reencarnação de emergência
Concessões ofertadas, como benefício, a encarnados e desencarnados, por gênios angélicos, das sublimadas regiões celestes de cada orbe.
          1) Desencarnação adiada (1)
No livro “Obreiros da Vida Eterna”, do Espírito André Luiz, psicografia de Francisco C.Xavier, cap. 17, p.263, 9ªEd., 1975, FEB, DF/DF, os protetores espirituais, atendendo prece de um menino, então com oito anos (Joãozinho), grande servo de Jesus, adiam a desencarnação da personagem Albina, enferma, dedicada à formação cristã de jovens. O desencarne de Albina, que adotara Joãozinho como neto, poderia provocar problemas no parto de sua filha (Lóide), grávida, sensível, e se a mãe morresse antes do parto, poderia abortar, pelo que, só após o parto a equipe de A.Luiz promoveria a desencarnação de sua mãe. Tal providência decorreria do fato de que a criança que vai nascer é peça fundamental de planejamento espiritual: com Joãozinho, ambos seriam os continuadores do abençoado programa de educação evangélica que Albina vinha realizando.
2) Desencarnação adiada (2) – (seguida de reencarnação de emergência)
No livro “Sexo e Destino”, do Espírito André Luiz, psicografia de F.C.Xavier e W.Vieira, 2ªP., cap. 9, p. 275, 11ª Ed., 1985, FEB, DF/DF, o Espírito Félix cita o caso de Marita, que sofreu acidente gravíssimo, a que deu causa, sendo sua morte adiada por alguns dias, para reajustes indispensáveis e oportunos, e que, após desencarnar, em breve teve “reencarnação de emergência”.
(Para mim, esta é uma das narrativas mais comoventes, de toda a literatura espírita).
          3) Desencarnação antecipada*
No livro “Entre os Dois Mundos”, de Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo P.Franco, vemos nos cap. 07 a 10, como os protetores espirituais promovem a desencarnação antecipada do personagem Marco Aurélio, no caso, por merecimento, impedindo-o assim de matar a esposa, então doente.
* Notas extraídas do artigo “As mortes antecipadas”, de Alessandro Viana Vieira de Paula, in: revista “O Consolador” nº 234, de 06.11.2011;
d. Determinismo e livre-arbítrio
Livre-arbítrio: edificação consciente do próprio "destino", pela escolha do caminho que desejar, na rota evolutiva.
(Martins Peralva, em “Estudando o Evangelho”, cap. 30, p. 140, 6ª Ed., 1992, FEB, Rio)
Novamente o Espírito Emmanuel, que agora acopla determinismo ao livre-arbítrio, em “O Consolador”, já citado:
À questão nº 132: Determinismo e livre-arbítrio coexistem, entrosando-se na estrada dos destinos, para a elevação e redenção dos homens. Nem sempre, contudo, são proporcionais: o primeiro é absoluto nas baixas camadas evolutivas e o segundo amplia-se pela educação e experiência.
E à questão nº 133: Na zona de pura influenciação espiritual, o homem é livre na escola do seu futuro caminho.
Assim, é  o próprio homem que cria as circunstâncias presentes e futuras .
e. Determinismo e evolução
- Leciona Manoel P.Miranda, em “Loucura e Obsessão”, 2ª Ed., 1990, cap. 25, p. 312, FEB, RJ/RJ:
O determinismo é o resultado natural das realizações em cada etapa da evolução.
Pode ser absoluto ou relativo:
- absoluto:  Fatalidade do nascer e morrer
- em corpo físico; em expiações mutiladoras e dilacerantes; em vários tipos de                       injunção penosa; em várias áreas sociais; em várias situações financeiras
- relativo: Alterável pelo livre-arbítrio em razão das realizações eleitas
          - boas escolhas, em ordem com Deus : paz, harmonia,
          - más escolhas, na contramão divina: insucessos e dor.
Sempre, porém, objetivando o bem do Espírito, suas aquisições libertárias, sua ascensão.
- Diz-nos o Espirito Sânzio, em “Ação e Reação”, cap. 7, p. 92, 5ªEd., 1976, FEB, Rio:
"O determinismo pode ser irresistível nas esferas primárias da evolução“.
f. "Lei Divina da Compulsoriedade" (“cassação” do livre-arbítrio)
Decorrente da análise dos ensinos dos Espíritos Superiores peço licença para, com muito respeito, lucubrar sobre a provável existência da Lei da Compulsoriedade (referente a reencarnações punitivas), contida no determinismo divino da evolução.
Cataloguei várias instruções dos Espíritos sobre isso, não necessariamente com esse rótulo:
1) Questão nº 262 de “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec: Deus pode impor uma existência ao Espírito com má-vontade.
É o caso daquele Espírito  que, obtendo uma ou várias chances de melhoria moral, teima em cometer erros sobre erros.
2) Item nº 8 do cap. V de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec: As tribulações podem ser impostas a Espíritos endurecidos, ou extremamente ignorantes, para levá-los a fazer uma escolha com conhecimento de causa. (Grifei).
3) Espírito Manoel P.Miranda, em “Nas Fronteiras da Loucura”, psicografia de Divaldo Franco, 9ª Ed., 1997, p.9, LEAL, Salvador/BA: Quando não funcionem os estímulos para o progresso e o Espírito deseje postergá-lo, imposições da própria Lei jungem-no ao processo de crescimento, mediante as expiações lenificadoras que o depuram, cooperando para a eliminação das sedimentadas mazelas que o martirizam...
4) Léon Denis, em “O Problema do Ser, do Destino e da Dor”, 17ªEd., 1993, p.176, FEB, Rio:
Inteligências diretoras, visando o proveito, evolução e expurgo do nosso passado, fazem elas próprias, em alguns casos, a difícil escolha de nossas provas.
5) Manoel P. Miranda, em “Nos Bastidores da Obsessão”, 2ªEd., 1976, p. 229, FEB, Rio:
Pacientes há, rebeldes de tal monta, que o melhor medicamento para a saúde deles é a continuação do sofrimento em que se encontram...
6) Emmanuel, em "O Consolador", à ques­tão n.º 96, oferta informação precisa quanto ao Espírito enve­lhecido nos abusos do mundo, portador de doenças incurá­veis, estas como estação de tratamento e de cura e quan­to às enfermidades d'alma, persistentes: "podem reclamar várias estações sucessivas, com a mesma intensidade nos processos regeneradores".
Obs: Informação coadjuvante à compulsoriedade na vida de Espíritos rebeldes, prestada pelo Espírito Anacleto, em “Missionários da Luz”, p.333 a 335, 21ªEd., 1988, FEB, Rio:
Bons Espíritos auxiliam Espíritos enfermos por até dez vezes consecutivas, mas se estas oportunidades voam sem proveito, o atendido é entregue à própria sorte, até que adote nova resolução. Quando a sós aprender lições novas e se melhorar, voltará a ser socorrido.
7) Espírito “Irmão João”, em “Memórias de Um Suicida”, 5ªEd., 1975, p.260/261, FEB, Rio:
A reencarnação punitiva é medicamentação, apenas! Um gênero de tratamento que a urgência e a gravidade do mal impõe ao enfermo (Espíritos suicidas sem condições de algo tentarem voluntariamente)! Operação dolorosa que nos pesa fazer, mas à qual não vacilamos em conduzir os pacientes, certos de que somente depois de realizada é que entrarão eles em convalescença.
Obs: Às p. 271 e 272 dessa mesma obra há novas informações referentes a reencarnações compulsórias.
8) Inolvidável esclarecimento, qual enérgico alerta é-nos dado pelo Assistente Áulus, em “Nos Domínios da Mediunidade”, cap. 15, p. 139 a 141, 8ªEd., 1976, FEB, Rio):
Espíritos infortunados que se comprazem na loucura sem se fatigarem serão levados a prisão regeneradora, pela Lei. (...) Há dolorosas reencarnações que significam luta expiatória para almas necrosadas no vício. Ex: o mongolismo, a hidrocefalia, a paralisia, a cegueira, a epilepsia secundária, o idiotismo, o aleijão de nascença e muitos outros recursos.
9) Espírito Silas, em “Ação e Reação”, cap. 15, p.209, 5ªEd., 1976, FEB, Rio:
O homem que tiraniza a mulher, furtando-lhe os direitos e cometendo abusos, em nome de sua pretensa superioridade, queda-se a tal ponto que, inconsciente e desequilibrado terá renascimento doloroso, com inversão sexual compulsória por imposição dos agentes da Lei Divina. Renascerá em corpo feminino para que, no extremo desconforto íntimo aprenda a venerar na mulher sua irmã e companheira, filha e mãe.

FATALIDADE

Em se tratando de “fatalidade” é comum ser ressaltada a doutrina do “fatalismo”.
a. Segundo a Filosofia a fatalidade é atitude ou doutrina que admite que o curso da vida humana está previamente fixado, sendo a vontade ou a inteligência impotentes para dirigi-lo ou alterá-lo.
(Novo Dicionário Básico da Língua Portuguesa – FOLHA/AURÉLIO, 1994-1995, p.291. Ed.Nova Fronteira, S.Paulo/SP).
b. 0 fatalismo é doutrina que considera todos os acontecimentos como irrevogavelmente marcados por uma causa única e sobrenatural. (...) Os fatalistas se abandonam sem reação aos fatos e acontecimentos.
(Grande Enciclopédia Larousse Cultural, 1990, Volume 4, p. 1313, Ed.Universo Ltda, S.Paulo/SP).
Depreende-se que os adeptos do fatalismo abandonam-se passivamente aos acontecimentos: arquivam a inteligência e o livre-arbítrio, duas ferramentas ofertadas por Deus para emprego em toda e qualquer situação: não reagem /  não criam /  nada decidem /  nada resolvem.
Em primeira e última instâncias: acomodam-se. 
Enfoques espíritas
O Espiritismo, ao contrário, parte sempre do pressuposto do jamais ausente auxílio do Plano Maior a todos aqueles que, na angústia ou na dor oram e pedem ao Pai de Amor.
Tal postura, obviamente, não é exclusiva dos espíritas, mas sim das pessoas de bom senso e que têm fé em Deus e em todos os Seus emissários celestiais.
1) Sem dúvida alguma, há leis naturais e imutáveis que não podem ser ab-rogadas ao capricho de cada um; mas, daí a crer-se que todas as circunstâncias da vida estão submetidas à fatalidade, vai grande distância. Se assim fosse, nada mais seria o homem do que um instrumento passivo, sem livre-arbítrio e sem iniciativa. (Grifei).
(Allan Kardec, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. XXVII, item 6).
Exemplo de dificuldade seguida ou de reação ou de acomodação:
- nas regiões da seca, convivem abundância e miséria porque, no primeiro caso, com irrigação artificial, cisternas e poços artesianos construídos ensejam colheitas fartas de várias frutas e legumes e abastecimento de água potável, enquanto que, no segundo caso impera o conformismo inoperante, sob o herético lema fatal do Deus quer assim...
- alguém perdido no deserto, sem água e com sede horrível: poderá entregar-se à morte, mas, ao contrário, diante da adversidade, no mínimo, orar; e aí, quem sabe a prece não lhe trará água, mas algum Espírito protetor poderá orientá-lo que direção seguir para encontrá-la?
          Obs: Esse segundo exemplo é de Allan Kardec, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. XXVII, item 8.
Dessa forma, pelas ações do indivíduo ele pode alterar sua vida e até seu futuro, com o que, assim, fica excluída a fatalidade cega, “fatal”.
2) A fatalidade é um efeito inteligentemente corretivo de uma causa das ações praticadas pelo homem, na Terra ou no além.
(Espírito Rosália, em “Memórias de Um Suicida”, 2ªP., cap. V, p.318, 5ªEd., 1975, Rio).
3) Há reencarnações que funcionam como drásticos (...) Deus criou o livre-arbítrio, nós criamos a fatalidade”.
(Espírito mãe de André Luiz, em “Nosso Lar”, cap. 46, p.256, 48ª Ed., 1998, FEB, Rio)
4) Resgates: O expressivo montante dos nossos débitos do pretérito a ser resgatado é elaborado em programas que significam uma espécie de fatalidade relativa, onde nossa conduta pode gerar benefício ou desfavor.
(Espírito Clarêncio, em “Entre a Terra e o Céu”, Cap II, p.14, 13ªEd., 1990, FEB, Rio).
           A questão dos resgates é um tanto quanto complicada.
          Alguns esclarecimentos espíritas talvez facilitem o raciocínio, entendimento e aceitação:
a. a desencarnação é assim como um pouso de parada na trajetória de atividades do ser, proporcionando-lhe rea­lizar um balanço de como tem se conduzido;  do resultado desse balanço, irá depender sua futura reencarnação, mas nesse intervalo ele será instruído e orientado por Espí­ritos amigos, de como, quando, com quem,  e  onde, pode­rá quitar seu débito;
b. naturalmente, que nem sempre as coisas acontecem assim com todos os Espíritos: tudo o que ocorre a um Espírito, encarnado ou desencarnado, obedece à proporção direta do seu grau de merecimento;
c. estando no plano espiritual, quando o Espírito consci­entiza-se de haver lesado a alguém, requer ao Criador, o­portunidade para reparar seu erro;
d. tão grande é a Bon­dade de Deus, que tais oportunidades são concedidas sem limite, geralmente através as reencarnações, que aproxi­mam o Espírito, reencarnante, daquele(s) que prejudicou; é o que se vê, no mundo todo, nos grupos familiares e sociais;
e. via de regra, o devedor suplica pesados resgates, pois, curtido pelo remorso, requer duras penas para sua próxima etapa de vida física;
f. contudo, para dosar adequadamente a quantidade e o grau de dificuldades de acontecimentos reparadores, as petições são submetidas a Entidades Angelicais, de gran­de sabedoria e bondade ( Vide em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. XIV, n.° 9);  aí, tais benfeitores ajuízam, caso a caso, quais quantidades de sofrimentos, dores, descon­fortos, facilidades materiais, sociais, familiares, con­dições profissionais, saúde, doenças, grau de inteligên­cia,  de memória, etc., etc., que cada criatura irá ter à sua disposição durante a próxima etapa reencarnatória;
g. a duração dessa existência é assim pré-determinada;
h. o entendimento desse misericordioso mecanismo paci­fica o Espírito sofredor, principalmente quando encarna­do, fazendo com que os revezes da vida sejam suportados resignadamente.
Assim, tudo o que de importante nos acontece, de bom ou de ruim, é a medida exata do nosso merecimento;  nesse último caso, decorrentes de nossos insistentes pedidos...
(Quantas lamentações inexistiriam se o Espiritismo fosse mais divulgado...).
5) A fatalidade segundo o  “O Livro dos Espíritos”:
- Questão n.º 853: Fatal, no verdadeiro sentido da palavra, só o ins­tante da morte.  Chegado esse momento, de uma forma ou de outra, a ele não podeis furtar-vos;
- Questão nº 859: .
Obs: Será sempre perigoso radicalizar:  como citei no caso “Marita”, na obra “Sexo e Destino”, de André Luiz, tanto o instante da morte foi prorrogado, quanto a próxima reencarnação antecipada.  Não há contradição: o que há é o nosso desconhecimento integral das Leis de Deus.
- Questões nº 851, 856, 860, 862 e 866:
Provas físicas: escolha feita pelo Espírito antes de reencarnar.
Provas morais: poderão ser aumentadas ou diminuídas.
A maneira de morrer pode ser modificada, por lutas a sustentar.
(Assim, há fatalidade nos acontecimentos materiais e inexiste nos atos da vida moral, os quais podem ser desviados).
- Questão nº 855: Os perigos são advertências (do Anjo Guardião).
(Quanto às previsões espirituais — sonhos pré-monitórios, por ex. —, são também advertências e não certeza de acontecimentos fatais).
- Questões nº 261 e 865: Sorte no jogo: ganho como homem e perda como Espírito.
Essa é uma espécie de alegria escolhida anteriormente (provação), sendo-lhe concedida como tentação (sem o acaso...), isto é, prova para seu  orgulho e cupidez.


A Justiça Divina

Tratando dos males desta vida sem que ações anteriores os justifiquem, muitos foram os filósofos que desacreditaram ou que ainda desacreditam  na Justiça Divina, uma vez que segundo o que é pregado pela maioria das religiões, Deus é justo “e não coloca cruz em ombro errado”.
Tais filósofos e os que os aceitam arrimam sua descrença à vista de tantas infelicidades terrenas: “fatalidades” individuais ou coletivas, quais acidentes inevitáveis, perda de seres amados, reveses da fortuna, vitimação decorrente de flagelos naturais, enfermidades de nascença, condenação de inocentes, “balas perdidas", etc.
Allan Kardec bem que adverte, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. V, item 6:
- Todavia, por virtude do axioma segundo o qual todo efeito tem uma causa, tais misérias são efeitos que hão de ter uma causa e, desde que se admita um Deus justo, essa causa também há de ser justa. Ora, ao efeito precedendo sempre a causa, se esta não se encontra na vida  atual, há de ser anterior a essa vida, isto é, há de estar numa existência precedente.
Assim, não há como excluir o homem da responsabilidade pelo mal que o alcance de forma indefensável, muitas vezes através expiações coletivas.
— O que seriam?
— A porção (região) negativa da psicosfera de um mundo é a resultante da soma dos maus atos praticados pelos seus habitantes, pois que até mesmo os pensamentos são força viva que perambulam na atmosfera astral.  Com isso, tem-se que quando alguém prejudica um semelhante, ou desrespeita a própria Natu­reza, seja maltratando um animal ou danificando a ecolo­gia, passa a ser responsável também pelo clima espiritu­al do planeta.
Tem-se que considerar que a Lei de Justiça, como de resto todas as Leis Morais, são perfeitíssimas, irretocáveis, por Divinas.
A bênção das vidas sucessivas (reencarnação) ilumina qualquer dúvida filosófica sobre essas “fatalidades”, depreendendo-se que todos esses acontecimentos são consequentes (efeitos), cujos antecedentes (causas) estão no passado.
Do contrário, de fato, não se admitiria a Justiça Divina, perfeita!
Não existe maior evidência filosófica das vidas sucessivas!
Nos casos de mortes trágicas inevitáveis, admitindo-se que as vítimas tenham culpa desta ou de outra vida, até mesmo alguns reencarnacionistas podem questionar:
- como é que as Leis Divinas decidem e administram, num acidente aéreo, por exemplo, quem “deve morrer” e quem “deve se salvar”, ajustando tudo milimetricamente para que tal aconteça, programando acontecimentos que se desenrolarão, às vezes, em fração de segundos?
- quando morrem dezenas, centenas de pessoas, sendo que não raro uma ou apenas algumas sobrevivem, como é que os Espíritos responsáveis pela vida e morte deles os posiciona no avião, no momento exato de incêndio, explosão ou queda?
- esse avião que caiu foi derrubado pelos Espíritos protetores que cumprem a vontade de Deus?
Os questionamentos são razoáveis, sensatos.
Mas as respostas, quem as tem, segundo penso, são os Espíritos Superiores, que agem em cumprimento a orientações de Deus constantes das Leis Morais, máxime a Lei de Justiça.
E, nesse caso, por enquanto, no contexto moral terreno não se poderá afirmar que existam Espíritos com tal evolução e grandeza moral, capazes de dissertar sobre detalhes.
Pois, escapa totalmente aos conhecimentos humanos a “administração sideral do evento”,  como no caso dos desastres nos quais não raro algumas pesso­as salvam-se  "milagrosamente": cabe conjeturar que tal morte não fazia parte do rol de seus débitos, por isso “se salvaram”, menos ainda como é que as vítimas foram reunidas exatamente ali, naquele momento...
Imagino inapreciável a precisão com a qual agem os Espí­ritos Angelicais encarregados desses resgates, situando os que se salvam a milímetros da morte certa.  Mas, no contexto integral do acidente, deve haver o emprego de superio­res conhecimentos de Tempo e Espaço, Dinâmica, Física e Fisiologia, para as justas resultantes.
A propósito, Allan Kardec, em “O Livro dos Espíritos”, às questões nº 526 a 528, tratando da “Influência dos Espíritos nos acontecimentos da vida”, dá-nos pistas, citando:
- alguém cai de uma escada e morre;
- uma pessoa se abriga da chuva debaixo de uma árvore e é fulminado por um raio;
- uma pessoa mal intencionada disparar sobre outra um projétil essa pessoa se desvia...
Registra que nessas três circunstâncias houve, sim, ação direta de Espíritos, atuando dentro das leis da Natureza, para que tais fatos ocorressem: a escada estava podre, o raio ia cair naquele local e a bala foi dirigida à vítima com pontaria certeira.
Considere-se, porém, que os Espíritos têm ação sobre a matéria, para cumprirem leis da Natureza, jamais para as derrogar. No entanto, nos três eventos citados, apenas inspiraram as pessoas: a primeira, para subir na tal escada podre; a segunda, para se abrigar debaixo daquela árvore e  à terceira, que se desviasse no momento exato.
Não se diga, em crítica apressada, que tais Espíritos agiram maldosa ou insensivelmente: nos dois primeiros exemplos, agiram qual pai ou mãe que, com o coração em lágrimas leva o filho gravemente enfermo ao hospital para uma cirurgia curativa; no terceiro exemplo, como esses mesmos pai ou mãe que livra o filho de um perigo iminente.
Grandes males, via de regra, são amargo remédio...
À questão nº 859.a de “O Livro dos Espíritos” está registrado:
Só as grandes dores, os fatos importantes e capazes de influir no moral, Deus os prevê, porque são úteis à tua depuração e à tua instrução.
Em “O Evangelho segundo o Espiritismo”, no capítulo V, item 21, há a recomendação a nós, humanos, para que compreendamos que o bem, muitas vezes, está onde julgamos ver o mal. Esse item trata da perda de pessoas amadas ou de mortes prematuras: por vezes isso constitui um grande benefício que Deus concede a alguém que se vai.
No mesmo item há uma leve reprimenda:
Habituai-vos a não censurar o que não podeis compreender e crede que Deus é justo em todas as coisas. Muitas vezes, o que vos parece um mal é um bem.
Em “A Gênese”, no capítulo III, item 3:
O mal existe e tem uma causa, sejam os provocados pelo homem ou os que, à primeira vista, não pode evitar, tais como os flagelos naturais, mas que, pela inteligência, os neutralizará. Desse ponto de vista depreende-se que o que ao homem se afigura mau e injusto, conhecendo-lhe a causa consideraria justo e admirável.
No item 7:
Deus, todo bondade, pôs o remédio ao lado do mal, isto é, faz que do próprio mal saia o remédio. A referência é sobre o momento em que o excesso do mal moral se torna intolerável e impõe ao homem mudar de vida.
Em “O Céu e o Inferno”, na I Parte, cap. IX, item 4:
(...) Para compreender como do mal pode resultar o bem, é preciso considerar não uma, porém, muitas existências; é necessário apreender o conjunto do qual — e só do qual — resultam nítidas as causas e respectivos efeitos.
Em “Obras Póstumas”, na I Parte, item As expiações coletivas é-nos esclarecido que quando infortúnios alcançam grande número de pessoas, ali elas resgatam atos de vidas passadas, seja por faltas cometidas na vida privada ou na vida pública. Não é raro, nessas hecatombes, existirem criaturas destemidas e que vendo a calamidade enfrentam-na com solidariedade e destemor, vindo a perecer. Assim, entre as muitas vítimas, todas em resgate, algumas podem ter sido ótimos cidadãos, mas péssimos chefes de família, ou então bons pais de família, mas cidadãos indignos.
          (Todos os grifos são meus).
Assim, as expiações coletivas, causando desencarnações em massa, obedecem a um parâmetro absolutamente justo, podendo o homem, com muita humildade, conjeturar que os atingidos estarão resgatando débitos, no mínimo semelhantes.
Daí vem a pergunta de resposta aparentemente difícil: mas e as criancinhas atingidas, que mal fizeram para merecer tamanho sofrimento?
A questão é pungente, mas somente a Lei da Reencarnação lançará claridades à Razão, ofertando resposta lógica: essa criancinha (corpo orgânico novíssimo, mas Espírito milenar, de multiplicadas vidas sucessivas) está pagando dívida contraída em vidas passadas.
Muito pobremente comparando, sobre tais acontecimentos tão tristes, o que sentem os Espíritos encarregados de administrá-los, assemelha-se ao que sente a mãe que, com a alma cortada de dor, leva o filho ao médico para livrar-se de doença grave e lá terá que passar por cirurgia de grande porte... Mas, depois, esse filho estará são e salvo!
Sem a reencarnação, de fato, não se terá sobre Deus a concepção real: Pai de Amor!
— Ainda sobre resgates dolorosos: sempre se está resgatando o passado?
— Quase sempre: aos filhos réprobos o Pai Maior permite tempo para reflexões, arrependimento e mais que tudo, reconstrução.  Outras vezes, o homem sofre pela incúria na própria existência.  As chuvas ácidas, por exemplo, comprovam a afirma­tiva, eis que sua origem, quase sempre, está a quilôme­tros de distância (gases venenosos lançados na atmosfe­ra, por algumas indústrias).
As populações atingidas por essas chuvas ácidas sofrem suas danosas consequên­cias.
Têm o crédito do resgate.
Mas, em contrapartida, isso representará débito para quem as provocou, exigindo resgate.
Resta como reflexão, fé e verdade inabaláveis, inquestionáveis e definitivas, que “no mar da vida nenhum ser vivo é barco à matroca”, pelo que os acontecimentos notáveis das suas existências estão sim, sob “administração do Plano Maior”, sábio e justo.
Repetindo: sobre todos nós pairam as Leis Divinas, baseadas na Lei do Amor, sagrada e única!

Considerações gerais
— Ante a Lei de Causa e Efeito, todas as angústias dos filósofos se desvanecem ante o esplendor do que ela nos faz compreender, expondo à Razão, o quan­to o Pai é justo, bom e misericordioso.
— O Amor de Deus por nós concretizou a vinda do Mestre Jesus — sublime plantador de esperanças — balsamizando corações sofredores, na poesia encantadora recitada no Monte: "Bem-aventurados os que choram, porque serão conso­lados".
— Os aflitos, crendo em Jesus, compreendem que os sofrimentos de hoje (frutos amargos), são colheita de árvores do nosso ontem equivocado plantio.

Mas, sobretudo, representam a alforria para o amanhã de paz.